terça-feira, 31 de março de 2009

Novos Líderes. Melhores Pessoas

Novos líderes. Melhores Pessoas. Dizia há poucos dias o Eng. Belmiro de Azevedo que a função principal de um líder é formar melhores pessoas. Esta afirmação passou relativamente despercebida, mas vale a pena sublinhá-la, não apenas por ter sido proferida por um dos maiores empresários portugueses das últimas décadas mas, acima de tudo, porque na sua essência é talvez a frase súmula de qualquer compêndio de gestão do século XXI. Não basta às organizações, sejam elas públicas ou privadas, terem bons profissionais e apertados códigos de conduta. É essencial as organizações promoverem o crescimento dos seus profissionais como seres humanos que reconheçam e pratiquem outros valores que não os que habitualmente vingam no mercado. Essa falta de valores pessoais e de ética individual nos líderes empresariais têm sido a raíz da crise financeira que vivemos, pois concorrem para um profundo desequilíbrio entre as empresas, o estado e as pessoas. É preciso desenhar um novo paradigma de desenvolvimento das organizações baseado noutros valores, cujo objectivo não seja apenas o resultado imediato e a visão de gestão a curto prazo. Esta sociedade precisa de um mercado global mais fraternal, com melhores pessoas que privilegiem a sustentabilidade, a preservação ambiental, o equilíbrio e a promoção do bem-estar social e o desenvolvimento humano como motor do progresso do século XXI.
António Godinho – Administrador do Grupo Onebiz
Artigo publicado no Jornal Meia Hora em 31 de Março de 2009

segunda-feira, 30 de março de 2009

Puramente #11 - O Monge e O Executivo


Nome: O Monge e o Executivo

 

Autor: James C. Hunter

 

Data: 1998 - Editora Sextante (edição consultada)

 

Frase: "O comportamento é uma escolha"

 

Keywords: Liderança; Autoridade vs Poder; Escuta; Praxis; Comportamento;


Apreciação: *** (?)

 


Quando no PuraMente iniciámos a análise de livros de forma sistemática deparámos-nos com uma surpresa: existe uma inesperada abundância de obras sobre liderança, constituindo uma categoria própria nos títulos de Gestão e Estratégia. "O Monge e o Executivo" é o primeiro livro de vários, sobre este tema, que iremos abordar; despertou curiosidade dado o enorme êxito que tem no Brasil, onde existem cursos, seminários e até peças de teatro baseadas no texto de James Hunter.

Durante a leitura fiquei um pouco surpreendido. O sub-título de "O Monge e o Executivo" é "Uma história sobre a essência da liderança", mas o texto é muito menos sobre liderança e mais sobre regras de comportamento, quer com os outros quer connosco próprios. As questões de liderança são abordadas, mas não ocupam o lugar central. O leitor não pode esperar retirar ensinamentos muito elaborados ou disruptivos, mas antes orientações e princípios de comportamento social. Estes últimos não são de todo de menosprezar, mas um leitor mais exigente poderá ficar desiludido com a simplicidade e senso-comum com que lhe são apresentados.

Sem descrever o enredo em demasia, "O Monge e o Executivo" ficciona um homem de negócios outrora bem sucedido que percebe estar a fracassar em todas as dimensões da sua vida. Decide então aceitar o conselho de participar num retiro sobre liderança, que ocorrerá num mosteiro. Segue-se a descrição de diálogos em que os personagens não são mais do que arquétipos, modelos das nossas virtudes e defeitos, e em que se joga com as dúvidas e inquietações do personagem principal. Pelo meio surge um conjunto de citações e adágios, que prejudica o texto ao torná-lo proverbial e a roçar o moralismo.

Mais complicado é recomendar ou não este livro. Para muitos poderá ser apenas um conjunto de importantes banalidades. Já outros terão aqui o espaço para promover uma reflexão interna sobre o rumo que vão seguindo no dia a dia. Como são apenas cerca de 100 páginas, arrisque-se.



filipegarcia@gmail.com
Artigo publicado no Jornal de Negócios em 24 de Março de 2009








sexta-feira, 27 de março de 2009

Um Governo optimista

Portugal mantém previsão défice 2009 em 3.9% do PIB


A previsão do governo é optimista tendo em conta o actual contexto económico.

Do lado da receita a desaceleração do produto deverá, em princípio, dificultar a recolha de todo o tipo de impostos (IRS, IRS, IVA, Combustíveis, Habitação, etc). Simultaneamente as obrigações do estado parecem estar a aumentar, dados os programas de incentivo à economia e de apoio social que têm sido anunciados.

Ao manter a previsão do défice o Governo passa a mensagem que a situação não se alterou desde a última previsão, o que tem que ser considerado como uma posição no mínimo pouco conservadora. No entanto, não temos dados para dizer que a previsão seja errada, até porque o apuramento do valor do défice tem as suas “nuances” contabilísticas.

Notar ainda que o valor de 3.9% é muito alto e a par dos maus resultados das contas externas consolida a posição altamente vulnerável da economia portuguesa.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros

The demise of the dollar



“Demorará anos, talvez décadas, até que aconteça na sua plenitude, mas estamos a testemunhar o fim da hegemonia do dólar como a principal moeda de reserva mundial”.
Esta é a opinião de Dennis Gartman, um conhecido analista de mercado cambial, na sua newsletter de ontem, a propósito de afirmações do governador do Banco da China. Os chineses estão muito desconfortáveis com a sua exposição ao dólar e estão a começar a mover influências para que o peso do dólar seja reduzido a favor dos SDR do FMI – “Special Drawing Rights” - Direitos Especiais de Saque.
O anúncio de medidas quantitativas nos Estados Unidos está a provocar uma série de reacções em todo o mundo, que estão a reconhecer que as medidas tomadas tendo em conta as necessidades de um país específico (EUA) podem resultar em riscos para os demais.
Os SDR são um activo de reserva criado pelo FMI em 1969 e são constituídos por um cabaz das principais moedas utilizadas nas transacções comerciais e financeiras. Neste momento os SDR são constituídos por 44% dólar, 34% euro, 11% iene e 11% libra. Ora como se estima que as reservas mundiais são constituídas 65% por dólares, a moeda americana teria muito a perder, principalmente face ao euro. O processo está longe de estar em marcha, mas conhece-se bem o método chinês de actuar – com muita calma, dando o tempo ao tempo. Sem pressas, sem pausas.

Filipe Garcia
Economista da IMF

Nota: o título do post é também um título de um livro, gentilmente emprestado pelo Ricardo Arroja e já devolvido :)

quarta-feira, 25 de março de 2009

Um bom isco



O crédito à habitação ficou mais caro e difícil, com menos aprovações e avaliações um pouco mais ajustadas à realidade do mercado imobiliário. Há relatos de perdas de caução de reserva e de sinalização de contratos. Os spreads subiram, bem acima de 1% em muitos casos.
 

Sem contar com o “cross selling” de produtos, hoje os bancos perdem dinheiro no crédito à habitação. Recebem dos clientes Euribor + spread e financiam-se mais caro nos mercados monetário e obrigacionista, pelo que a subida apenas mitiga este “gap”.

Há sinais que o preço do crédito ficará ligeiramente mais barato. Já nas aprovações e avaliações o ajustamento será mais lento. Não se espera que os preços das casas – que são a garantia – subam, nem que o excesso de habitações seja corrigido no imediato.


Mas os bancos conhecem bem o efeito “âncora” do crédito à habitação. Há a tendência para o cliente agregar operações e activos na instituição onde está a hipoteca e actualmente até fica reconhecido a quem nele acredita em época de crise. Assim, o crédito à habitação torna-se numa forma barata de conquistar quota e de promover o envolvimento entre banco e cliente.



Filipe Garcia – Economista da IMF
Artigo publicado no Diário Económico em 25 de Março de 2009


terça-feira, 24 de março de 2009

Harvard Trends #2 - Go Global

O corporate governance é um dos principais agentes de decisão do processo de go-global das empresas. Esta é uma das conclusões de um assunto cujo tratamento constitui uma tendência recente: muitas empresas assumiram que o seu processo de globalização era um movimento obrigatório e o resultado veio a confirmar-se para muitas delas um erro, com graves consequências.
Antes de se avançar com uma decisão de globalização, a gestão de topo deverá conduzir um estudo detalhado e rigoroso das implicações no curto, médio e longo prazo de avançar e de não avançar, de forma a poder comparar as soluções. Concretamente, e para evitar estratégias de globalização erradas, as empresas devem-se fazer três perguntas: Existem benefícios potenciais para a companhia? Estão desenvolvidas as competências de gestão necessárias? Que nível de probabilidade de cobertura de custos por benefícios existe?
Tornar-se global é um objectivo que, por razões de eminente tendência da gestão contemporânea, se encontra no mindset dos gestores da maioria das empresas, um verdadeiro fad que, convém recordar, pode resultar mal e acabar por comprometer o futuro da companhia.
Publicado na Vida Económica dia 06/02/2009

sábado, 21 de março de 2009

Puramente #10 - Wikinomics


Nome: Wikinomics – A Nova Economia das Multidões Inteligentes

 

Autor: Don Tapscott

 

Data: Dezembro 2006

 

Frase: ”É preferível sacrificar uma parte do controlo do que ceder completamente o jogo a um concorrente mais apto e amigo do prosumidor.”

 

Keywords: Mashup, prosumo, produção com pares, colaboração, partilha, Ciência 2.0


Apreciação: ****

 


Wikinomics faz parte dos “obrigatórios”. Não porque desenvolva modelos científicos avançados ou postule conclusões de enigmas por desvendar, mas porque ensaia com actualidade a tendência da economia conduzida desde a base da pirâmide. Don Tapscott limita-se a recolher um conjunto alargado e relevante de exemplos (Linux, Innocentive, Second Life…) que comprovam a existência de toda uma nova comunidade de consumidores que deixaram de ser espectadores, para ser membros: “O verdadeiro negócio não consiste em criar produtos acabados, mas ecosistemas de inovação” .

Wiki significa “rápido” em hawaiano, linguagem adoptada para descrever a celeridade de mudança num ambiente de pró actividade das massas, que se movimentam de forma partilhada e colaborativa, deixando abertos os seus trabalhos para serem misturados, remisturados, optimizados ou adaptados (mashup). O exemplo mais evidente e óbvio é a própria Wikipedia, construída por uma imensa massa de não especialistas – pessoas perfeitamente medianas e comprovantes da normalidade estatística da população que representam. Esta obra gravita em torno do poder que a Internet deu a agrupamentos multidimensionais de anónimos para, sem respeito pelas hierarquias tradicionais, colaborar na produção de componentes de inovação, que quando integrados resultam em melhores e mais céleres soluções.

Ao estilo de “Here Comes Everybody”, Wikinomics acabou por se tornar num incontornável best seller, vital para a compreensão básica do desenvolvimento da economia contemporânea e retrato sociológico da geração pos-Y. O livro, que peca por pequenos exageros em algumas passagens, tem o dom de cartografar o mapa das relações inter-dimensionais num mundo cada vez mais global. Compensa o tempo investido.


Pedro Barbosa

pbarbosa@gmail.com









terça-feira, 17 de março de 2009

Tudo isto é novo... Qual será a melhor estratégia?

Se um executivo tem menos de 14 anos de experiência como gestor “sénior”, nunca teve de gerir os negócios numa situação de crise. Neste novo cenário, tudo parece novo.
Dada esta “inexperiência” levantam-se muitas dúvidas: qual será a melhor estratégia? Neste sentido ficam aqui algumas sugestões.

#1 Strategic Sourcing
Avaliar regularmente quais os custos directos e indirectos, procurar oportunidades de redução e possuir um sistema categorizado de custos, poderá permitir uma rápida mensuração dos retornos esperados pela renegociação de contratos com fornecedores e/ou cortes efectuados.

#2 Reestruturação das Actividades de Marketing
A maioria das empresas cai na “armadilha” de reduzir estas actividades. Alguns ganhos obtidos no ponto #1 poderão ser canalizados para promover a renovação de contratos com clientes, por períodos mais longos, de forma a enfraquecer e “bloquear” a concorrência. Claramente existem algumas oportunidades nesta crise.

#3 CRM System
Neste período de crise é imperativo que as empresas conheçam os seus clientes, logo sugere-se um investimento em SI, nomeadamente no CRM - Customer Relationship Management, melhorando-o e adaptando-o a esta nova realidade. Conhecendo melhor os seus clientes e mercados poderão ser tomadas decisões seguras em busca de maximizar a rentabilidade.

É importante que cada empresa, por si, encontre a melhor estratégia.

Muitas outras iniciativas poderão ser adicionadas ou poderá não concordar exactamente com a forma de implementação, no entanto neste período é importante debater para que cada empresa possa por si encontrar a melhor estratégia.

Vasco Oliveira - Planeamento e Controlo de Produção
oliveira.vasco@gmail.com
Publicado no Jornal Meia Hora




segunda-feira, 16 de março de 2009

Puramente #9 - Outliers


Nome: Outliers - The Story of Success

 

Autor: Malcom Gladwell

 

Data: Novembro de 2008 - Little, Brown and Company

 

Frase: "Success follows a predictable course"

 

Keywords: Vantagem Inicial; Oportunidade; Regra das 10 mil horas; Legado Cultural; Discurso Mitigado;


Apreciação: ***

 


QEste é um livro sobre o sucesso e desempenhos extraordinários. Mas não confundir com um manual de "auto-ajuda", de relatos biográficos ou uma lista de fórmulas milagrosas.

Segundo o autor, o "sucesso" é resultado de um número reduzido de detalhes. Basta que um desses factores se altere para que duas pessoas aparentemente com o mesmo potencial tenham percursos muito diferentes.

Para Malcom Gladwell há um enviesamento na forma como o sucesso é visto pela sociedade, normalmente como um processo de mérito individual. Pelo contrário, os desempenhos extraordinários são um produto do mundo, do contexto. Dependem de um certo talento natural, de alguma inteligência analítica, mas o que faz a diferença normalmente são as oportunidades, alguma sorte, muito treino, legado cultural e a chamada "inteligência prática" - saber o que dizer e a quem, quando dizê-lo e provocar o efeito pretendido com o que se diz ou faz. É dado o exemplo de como o indivíduo com o QI mais elevado dos EUA - Christopher Langan - tem uma vida aquém das expectativas.

É um livro bastante fácil de ler. Pode agradar a vários públicos já que, para além dos argumentos e conclusões do autor, há muitas descrições, detalhes e histórias. Aliás isso pode ser visto como um defeito em "Outliers", que poderia ter sido escrito com metade das páginas se a intenção fosse só transmitir as ideias. O livro está dividido em duas partes. Na primeira fala-se da Oportunidade e na segunda sobre o Legado. É nesta segunda parte que aparecem 50 páginas "obrigatórias" - Gladwell explica o que causa uma grande parte dos acidentes de avião, ligando-os ao legado cultural e ao discurso mitigado dos intervenientes.

Apesar do enorme sucesso e "buzz" que já regista nos EUA, não me parece que vá ter o mesmo impacto disruptivo de "Blink" ou "The Tipping Point", livros em que o tom "contra a corrente" também está presente.

Em resumo, o "sucesso" segue um caminho previsível, não sendo sempre os mais inteligentes a alcançá-lo. Os "outliers" são aqueles a quem foram dadas oportunidades e tiveram a força e a capacidade de as aproveitar.


filipegarcia@gmail.com






sexta-feira, 13 de março de 2009

Ética vs Lei

A frase foi proferida por um administrador de uma das maiores empresas do país, num ambiente reservado, mas não restrito: “Os gestores têm o dever de não respeitar a lei, sempre que tal beneficie a empresa e seja ético”. Não é decerto uma afirmação consensual, mas será legítima?
Os maiores sábios da face do planeta passariam serões divertidos na busca de uma definição consensual de ética. Dificilmente o conseguiriam algum dia, sobretudo se fossem de educações distintas ou religiões diferentes. Os princípios morais – base para a construção dos limites da ética em cada cenário real - não são factos, mas variáveis de grande sensibilidade, influenciadas por complexas e multivitaminadas equações. Não encontro suficiente sustentação para a defesa da frase que acima está citada como verdade absoluta, sobretudo porque a lei resulta de uma voluntária aceitação de vida em sociedade, mas a maioria dos cidadãos parece aceitar que a ética está acima da lei no plano pessoal, mas não no empresarial/global. Se alguém lhe dissesse que para recuperar de uma doença necessitava de um fármaco não homologado – e portanto ilegal – mas eficaz, hesitava? Ético, mas não legal. E se lhe dissessem para o introduzir na sociedade sem homologação, apesar da sua eficácia?
Mais do que concretizar sobre a razão, importa pensar sobre o tema. Casos como o de Hugo Chavez são paradigmáticos na prova de que o cumprimento total da lei não serve para nada, comprometida esteja a ética, mas o comprometimento da lei em nome da ética não parece disparatado. Abre é caminho a um perigoso jogo de juízos de valor...
Artigo publicado no Meia Hora de 13/03/2009

quinta-feira, 12 de março de 2009

Portugal é um esquema em pirâmide



Nouriel
Roubini continua em grande. Será com certeza o economista a quem a crise mais beneficiou em termos de notoriedade e reputação.

Hoje, perante uma pergunta de um jornalista sobre o caso Madoff, disse que toda a economia americana é um esquema Ponzi (de pirâmide). É difícil discordar dos argumentos de Roubini, mas o mais perturbador é que se estivesse a falar de Portugal, diria exactamente o mesmo.

Portugal é um esquema em pirâmide. Resta saber até quando dura...

Filipe Garcia
Economista da IMF


Abaixo segue parte do texto foi retirado do Alphaville do Financial Times)


(...)

A government that will issue trillions of dollars of new debt to pay for this severe recession and to socialize private losses may risk to become a Ponzi government if - in the medium term - does not return to fiscal discipline and debt sustainability.

A country that has - for over 25 years - spent more than income and thus run an endless string of current account deficit and has thus become the largest net foreign debtor in the world (with net foreign liabilities that are likely to be over $3 trillion by the end of this year) is also a Ponzi country that may eventually default on its foreign debt if it does not - over time - tighten its belt and start running smaller current account deficits and actual trade surpluses.

Whenever you persistently  consume more than your income year after year (a household with negative savings, a government with budget deficit, a firm or financial institution with persistent losses, a country with a current account deficit) you are playing a Ponzi game; in the jargon of formal economics you are not satisfying your long run intertemporal budget constraint as you borrow to finance the interest rate on your previous debt and you are thus following an unsustainable debt dynamics (discounted value of your debt growing without limit in NPV terms as the debt grows faster than the interest rate on it) that eventually leads to outright insolvency.

According to Minsky and according to economic theory Ponzi agents (households, firms, banks) are those who need to borrow more to repay both principal and interest on their previous debt; i.e. Minsky’s “Ponzi borrowers” cannot service neither interest or principal payments on their debts. They are called “Ponzi borrowers” as they need persistently increasing prices of the assets they invested in to keep on refinancing their debt obligations.

 (...)




quarta-feira, 11 de março de 2009

Quebrar barreiras em tempo de crise

Devemos todos reflectir na importância do que diz um dos mais conceituados gurus de gestão, consultor há mais de 20 anos de diversas multinacionais, e co-autor de dois best-sellers da gestão: “Funky Business” e “Karaoke Capitalism”. Para o sueco Kjell Nordstrom (que esteve em Portugal em Fevereiro para participar na conferência “Business Innovation in 2009”), a inovação e a emoção têm de dominar nas estratégias a concretizar. Na sua opinião, as companhias que melhor podem resistir a este cenário actual são as mais inovadoras e que, simultaneamente, têm maior proximidade com o consumidor, sendo capazes de o seduzir. Para tal é necessário que as empresas percebam que fazer o mesmo que todos os outros fazem é uma má ideia pois os clientes não estão dispostos a pagar mais pelo mesmo... Por outro lado, terão de arriscar e a primeira coisa a fazer é contratar pessoas que tenham outro background, outra visão, pois os líderes do futuro como diz Kjell Nordstrom “serão uma combinação de “hard and soft”... como Richard Branson... ou Barack Obama... E, em breve, serão as mulheres. Muitas serão as líderes no futuro”. Os líderes de futuro terão de ser duros, de cortar custos e tomar decisões críticas; mas também terão de ser emocionais e capazes de, agora mais do que nunca, entender os consumidores, motivar os empregados e antecipar as tendências que estão por vir. E esta é, claramente, uma vantagem competitiva para as mulheres. Assim, depois de reflectir sobre estas palavras e, conhecendo a realidade portuguesa está claro que o caminho a percorrer é muito longo. Margarida Matos - Gestora

terça-feira, 10 de março de 2009

Um comentário agridoce

Começam a aparecer alguns indicadores mais animadores.

Não se trata de dados muito concretos e nem se referem a Portugal, mas permitem ter alguma esperança de inversão do ciclo económico um pouco mais cedo do que é previsto pela maioria.
 

De uma forma simples pode dizer-se que os "indicadores avançados" são utilizados tentar antecipar o que vai acontecer à economia daqui a algum tempo. São uma espécie de "barómetro". E, tal como os barómetros comuns, são tão certeiros como ignorados. Por exemplo, foi assim em meados de 2007. Os indicadores avançados já mostravam que o crescimento estava a dar "as últimas", mas foi necessário chegar a Dezembro para que todos se apercebessem do que vinha a seguir. 

Os indicadores avançados ISM nos Estados Unidos e PMI na China estão a dar sinais encorajadores, melhorando pelo segundo mês consecutivo. Dá a sensação que o exagero na quebra da produção industrial começa a corrigir-se e que a liquidação de stocks está a chegar ao fim.

Como economista prefiro dar mais atenção a este tipo de dados do que aos indicadores mais mediáticos com o PIB, desemprego, consumo privado, entre outros. Esses números continuarão a sair negativos e, se é certo que são os que mais impacto têm no quotidiano de todos, não deixam de ser apenas o resultado do ciclo económico. São "old news" e por isso pouco úteis para tomar decisões.

A parte negativa deste comentário tem a ver com o que não me deixa estar tão optimista. Já se percebeu que a recuperação económica global não será possível sem a estabilização do sector financeiro. E isso, infelizmente, continua por resolver.

Filipe Garcia
Economista da IMF
Artigo publicado no jornal Meia Hora em 10 de Março de 2009


segunda-feira, 9 de março de 2009

Mudança (*)

O momento presente é de crise profunda, que em Portugal, apesar de tudo, não se sente de forma tão acentuada porque o país vive em deterioração de há vários anos para cá. A verdade, contudo, é que as nossas empresas não são especialmente competitivas em nenhum sector. Quanto ao nosso Estado, genericamente, prima pela ineficiência. Este é o país onde a Justiça prevê crimes de corrupção activa em actos lícitos! Este é o país onde existem 38 mil processos fiscais pendentes nos tribunais, avaliados em 13 mil milhões de euros – quase 10% do PIB! Este é o país onde o Estado consome perto de 50% de toda a riqueza gerada! No meio de tudo isto, a maioria dos cidadãos, verdade seja dita, também não se rala muito e vive o seu dia a dia sem rasgo nem perspectiva. Em suma, nesta trajectória, Portugal não tem futuro. Infelizmente, eu acredito que o actual sistema político partidário não serve a generalidade dos portugueses. Em Portugal, a democracia indirecta está afastada da população. E as consequências são evidentes: uma parte dos cidadãos deixou de participar nos actos eleitorais; a outra parte virou à esquerda porque inveja os privilégios daqueles que vivem na órbita do Estado. Assim, creio que só há uma alternativa: um novo regime, presidencialista e de democracia directa – uma administração pública simples e menos onerosa –, e uma nova direcção estratégica para o país marcada por uma revolução fiscal. Portugal precisa de mais regulação e de Justiça que funcione, mas não precisa de mais Estado na economia nem de mais impostos sobre os contribuintes. Portugal precisa de ter futuro. (*) Artigo publicado no jornal Meia Hora a 9 de Março de 2009.

domingo, 8 de março de 2009

A ver o circo a arder



A inércia dos principais líderes mundiais é assustadora. 

[Ontem] os mercados voltaram a registar perdas expressivas, que devem continuar. Não fora o facto de o Dow Jones ter baixado dos 7000 pontos e a queda já nem seria notícia. O medo continua a instalar-se e os agentes económicos estão paralisados. Continua-se a apagar incêndios com copos de água.

As acções do sector financeiro estão a ser vendidas porque os accionistas receiam perder tudo. As dos restantes sectores estão a desvalorizar porque se nada for feito, as empresas enfrentarão um contexto económico ainda pior do que o actual.

Já se percebeu que a recuperação económica não será possível sem a estabilização do sector financeiro. É também claro que a situação não se está a resolver por si só. Pelo contrário,parece estar criado um processo de entropia. São necessárias medidas drásticas para lidar com a crise. Os “gurus” já falaram (Roubini, Taleb, Krugman, Soros, tantos outros), mas mesmo assim os governos parecem incapazes de fazer o que tem que ser feito – tomar decisões com impacto real. Nacionalizar se for preciso, mas acima de tudo impedir a implosão de todo o sistema.

Os líderes mundiais continuam de braços cruzados. E a ver o circo a arder.

Filipe Garcia
Economista da IMF
Artigo publicado no Diário Económico em 3 de Março de 2009 (pág. 6)


Puramente #8 - Cisne Negro

Nome: O Cisne Negro
Autor: Nassim Taleb
Data (Original): Abril 2007
Frase: "O surpreendente não é a magnitude dos nossos erros de previsão, mas o facto de não termos consciência dos mesmos"
Keywords: Cisne Negro; Platonicidade; Previsão; Narrativa, Assimetria, Não-Conhecimento
Apreciação: ****
Depois de "Fooled by Randomness", Nassim Taleb volta com "O Cisne Negro", uma obra entre o livro de filosofia e o ensaio de gestão contemporânea.
O autor define Cisne Negro como um acontecimento que reúne três atributos: raridade, impacto extremo e previsibilidade retrospectiva (presentes nas Grandes Guerras, no 11/09 ou no crash de 1929) - considerados fundamentais, na medida em que são os "saltos da evolução" (que não se dá com as pequenas mudanças iterativas). Taleb considera que o "mundo civilizado" trabalha segundo a falsa convicção que os seus instrumentos podem medir a incerteza e a previsão é uma ciência. O livro aborda de forma frontal a cegueira face à aleatoriedade, considerado um problema endémico de natureza social.
A lógica bem fundamentada de Taleb torna o que não sabemos mais importante do que sabemos ao ponto de considerar mais relevantes os livros que não lemos do que os que já lemos. É no não conhecimento que existe a probabilidade de ocorrência de um Cisne Negro, o factor que não está no espectro da previsão, abrindo-se assim caminho ao conceito out of the box. O autor – que considera que ler jornais piora o conhecimento do mundo - conclui que o exercício da previsão realizado por analistas económicos não tem valor, porque ignora o imprevisível (Extremistão), onde os milestones ocorrem.
O livro, que tanto dá exemplos de Wall Street como cita Popper, Balzac e Dickens de forma recorrente, merece uma leitura calma e pausada, mas basta uma passagem pelo prólogo para se retirar o main value. Fundamentalmente, tomar consciência do que não se sabe e do risco e condicionamento que esse não-conhecimento pode proporcionar. No fim, fica o receio de que o autor esteja excessivamente certo e a navegação que conhecemos ignore os factores que de forma mais relevante condicionam o futuro. Artigo publicado no Jornal de Negócios, dia 3/3/2009

sábado, 7 de março de 2009

Harvard Trends #1 - Mudança de Género

Um dos temas de crescente discussão em Harvard pela sua relevância no mundo empresarial norte-americano e com importantes consequências sócio-afectivas, relacionais e de desempenho nas equipas é a mudança de sexo de um colaborador.
Poucas empresas estão preparadas para estes processos de transição de género, em que as principais questões que os gestores se põem são: trata-se de um assunto do foro médico ou moral? Trata-se de um tema em que o enfoque deve ser o cumprimento da lei ou de normas éticas? De que forma esta questão afectará os demais colaboradores, o ambiente de trabalho e sobretudo o relacionamento com os clientes? Que passos devem ser dados no longo processo de transição? Como gerir aspectos práticos como a utilização de WC´s? Existem questões religiosas que possam gerar conflitos graves? Está desenvolvido um mercado de coaching para este tipo de situações?
O que parece certo é que a empresas se devem antecipar, preparando-se para situações desta natureza antes que elas se concretizem. Consensual: torna-se necessário planear com o colaborador a melhor forma de comunicar a decisão e de gerir o processo de transição.
Publicado na Vida Económica de 22/01/2009
Nota : Os Artigos "Harvard Trends" passarão a ser publicados a partir de hoje também no Espaço "Mercado Puro".

sexta-feira, 6 de março de 2009

Mais palavras sobre a crise, para quê ?

«Não pretendamos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor bênção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar "superado".Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que as soluções. A verdadeira crise, é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la».
Albert Einstein

Nós, eles e os outros


Recordo uma frase atribuída a Almeida Santos: “para os amigos, tudo; aos inimigos, nada; para os outros? Que se cumpra a lei!”.


Nós – iluminados, poderosos e influentes – estamos acima desta maralha, comezinha e pouco inteligente que atrapalha a nossa vocação providencial e pede explicações que nunca entenderiam. Temos o poder; não receamos usá-lo como nos convier. Só assim é que “isto” tem futuro – somos nós que fazemos o país andar!

Eles, opositores, sindicatos, professores, médicos e juristas, economistas que alertam, empresários com voz própria, os que despedem, comentadores que não fazem propaganda e jornalistas que investigam, são todos uns chatos. Não percebem a nossa missão, não veneram os nossos heróicos feitos, conduzem uma campanha negra. Eles não valem nada!

Os Outros, coitados, como sempre pagam a factura. Desempregados e empregados (sobretudo os públicos, que deviam estar gratos), empreendedores que ficam sem rede (e deviam ter mais juízo), contribuintes registados (que esprememos), pais preocupados e filhos de futuro incerto. Existem para que a lei se cumpra!

Redutora e simplista, esta visão “nós/ eles” embarca numa conversa de inimigos a abater e alvos a conquistar.

Com o advento do relacional, onde a sedução, o envolvimento e a partilha são os argumentos, é preciso congregar esforços e unir vontades para dar a volta – apelar a um espírito de missão colectiva não compaginável com um discurso sectário. O “yes, we can” de Obama não é um exemplo por demais evidente?

Publicado no Jornal "Meia-Hora" em 6-Mar-2009.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Parados no trânsito

Num destes dias estava de carro com a família na nossa viagem matinal em direcção à escola e emprego, ouvindo no rádio as habituais notícias sobre a crise e os dantescos números de despedimentos. Questionei-me se estas circunstâncias, que ganham relevância quando associadas ao endividamento das famílias e à necessária prioridade nas opções de consumo, não deveriam ter efeito no número de viaturas particulares, por vezes ocupadas só pelo condutor, que diariamente asseguram os movimentos pendulares casa-trabalho. Esta utilização predominante do transporte particular em detrimento do colectivo tem um conhecido impacto na nossa “dependência energética”, no ambiente (emissões atmosféricas e ruído) e na sociedade (tempo dispendido nos trajectos, stress).
Como inverter esta situação? Que alertas transmitir à sociedade? Aplicar “portagens” à entrada de viaturas nos centros urbanos (como a Congestion Charge em Londres)? Aumentar os incentivos estatais para manter ou reduzir as tarifas dos transportes públicos? Dissuadir a utilização do transporte individual, favorecendo políticas de car-sharing? Melhorar a rede de transportes públicos, aumentando em particular a sua complementaridade e difusão? Todas estas soluções foram já testadas, com melhores ou piores resultados, mas é importante melhorar a mobilidade urbana, tornando-a mais sustentável a médio e longo prazo.
É urgente que este caminho seja desenvolvido privilegiando uma abordagem realista à nossa sociedade e às nossas cidades. Mas será que tudo não deveria começar numa política eficaz e coerente de ordenamento do território?
Francisco Parada
Publicado no Jornal Meia Hora, dia 5/3/2009

quarta-feira, 4 de março de 2009

Um branco arriscado

Com a evolução dos padrões estéticos na sociedade é cada vez mais comum a procura por soluções que deixem os dentes "mais brancos".
Existem diversas formas de clarear os dentes. Em alguns casos a remoção de manchas pode ser feita com uma simples limpeza profissional, porém a alteração da cor do dente só se consegue com o branqueamento dentário. Todas as pessoas que estiverem descontentes com a aparência dos seus dentes, com excepção das crianças e das gestantes, podem realizar este tipo de tratamento.
Mas será mesmo necessário procurar um consultório de medicina dentária para realizar um tipo de procedimento que aparentemente é bastante simples?
Há que ter em atenção que os produtos utilizados são feitos à base de peróxido de hidrogénio, que em determinadas concentrações podem provocar irritações e queimaduras na boca, estômago e trato gastro-intestinal. Os riscos do tratamento sem supervisão do médico dentista vão desde a ineficácia do branqueamento, a lesões e queimaduras já referidas, manchas e desgaste do esmalte e hipersensibilidade dentária. Em casos extremos, o uso do produto pode mesmo danificar a polpa, “matando” os dentes.
Nos últimos tempos tem surgido um boom de centros de estéticas, hotéis e SPA’s que oferecem “tratamentos” de branqueamento dentário. Trata-se de procedimentos não regulamentados, sem supervisão médica legal e que colocam em risco a saúde de quem os procura.
Este é mais um caso em que a falta de informação pode levar à escolha de soluções aparentemente eficazes, mas que não estão isentas de risco.
Danielly Garcia
Médica Dentista – OMD 5686

terça-feira, 3 de março de 2009

Chamaeleonidae

Parece existir consenso que os consumidores em geral e os portugueses em particular querem comprar barato. Atentos aos preços, disponíveis para comparações e escolha do preço mais baixo. Um consenso de pura imaginação. Os consumidores não são assim, os portugueses não são assim.
Num ciclo de compra, o cliente passa sempre por um conjunto de passos, que se inicia com a consciência da necessidade (demand-birth) ou da disponibilidade (supply-birth) de um bem ou serviço, e que termina, depois da transacção, num momento de grande importância: o da dissonância cognitiva. O momento em que o consumidor, depois da compra, se pergunta se comprou bem, se fez um bom negócio, se comprou o adequado…Este momentum é tanto mais importante, quanto mais relevante for a compra face ao orçamento global disponível, o share of wallet.
O que mudou foi que este momento está a surgir antes da compra, tornando-se evidente que o cliente não quer comprar barato: quer comprar bem. Está disponível para o melhor value for money. Cada consumidor tem o seu grupo de commodities (para uns arroz, esferográficas e viagens, para outros leitores de dvd, papel ou chá preto), que por ser indiferenciado vai gerar procura do melhor preço. Em simultâneo, está disponível para pagar mais por melhores produtos, serviços de excelência, marcas que desejem, conceitos que lhes projectem a imagem que aspiram - no entanto, o “mais” que estão dispostos a pagar é um spread que também avaliam. No fim do dia, querem apenas fazer os melhores negócios.
E é assim que surgem os clientes camaleão. Pagam o mínimo pelo indiferenciado, e o justo pelo acrescentado.
Publicado no Jornal Meia Hora, dia 3/3/2009

segunda-feira, 2 de março de 2009

Em época de balanço

Uma avaliação de desempenho poderá ser tão boa ou tão má quanto as qualidades humanas e competências técnicas do profissional que a realiza. Os instrumentos de avaliação mais ou menos banalizados nos dias de hoje não prestigiam necessariamente o seu propósito, nem as organizações que os promovem. Faça-se um paralelo com quaisquer outros tipos de medidas para as quais não existem enquadramento necessário ou supervisão: a negligência ou a arbitrariedade podem ser a tendência dominante. Podem as avaliações de desempenho servir para gestores menos capazes se promoverem pela apreciação negativa de outros? E o que compromete afinal um instrumento que pretende reconhecer e desenvolver continuamente os profissionais, nas melhores empresas? O (im)popular tráfico de influências, o petty management, a desresponsabilização? A ausência de mecanismos que afiram da qualidade das avaliações? De que instrumentos podem os accionistas valer-se para assegurar que os melhores gestores, os que mais contribuem para os resultados, são efectivamente reconhecidos e premiados? Que instrumentos colocam à disposição de quem é avaliado garantindo direito de resposta? Podem ou não assegurar avaliações consequentes? Uma cultura de empresa forte só se conseguirá num ambiente são e de valores bem firmados, onde a autoridade e legitimidade da sua liderança seja incontestada. E apenas num contexto deste podem os processos de avaliação, consequentes, serem bem sucedidos. Qualquer tentativa de reprodução numa cultura enfraquecida servirá apenas para acelerar a sua descredibilização.