sexta-feira, 25 de julho de 2008

Ser culto para ser livre

Mesmo em frente aos jardins do Palácio Real em Madrid existe uma pequena livraria, das que provam que não é a globalização ou os "novos tempos" que impedem a sobrevivência do comércio tradicional. E chama a atenção de quem passa a frase por cima da montra: "Ser culto para ser libre". Palavras poderosas que, ainda para mais, tão bem se adequam ao negócio que ali se faz. Deve ser triste não compreendê-las. O mais curioso nesta frase é que ela é de José Martí, poeta e líder da independência de Cuba... face a Espanha. Ser culto também é abandonar preconceitos e centrar na essência das coisas... Em Portugal queixamo-nos sempre muito. O contexto actual abriu ainda mais a porta aos lamentos. Nunca temos culpa de nada, o país está sempre mal, mas cada um de nós faz tudo bem. Mistério! Os portugueses fazem pouco para se valorizarem, como profissionais num mercado global e ainda menos como pessoas. Passam-se décadas na vida e não se lê um clássico, não se filosofa, não se tenta pensar. Apenas reagir. E nas férias o português prefere o mesmo rotineiro destino em vez de inovar, conhecer outras sociedades, costumes, regras. Viajar pode ser um exercício de auto-conhecimento, de crítica construtiva e de cultura. E uma semana de férias em Agosto no Algarve até sai mais cara que um destino de low-cost... Adaptando Kennedy: "não perguntes o que o teu país pode fazer por ti, mas sim o que tu podes fazer por ti próprio". Aprenda, actualize-se, cultive-se, estude, escute, pense. Aceite o desafio, verá que a vida saberá melhor.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Oportunidade vs. Consciência

Cada vez mais as empresas Ocidentais deslocam o seu processo produtivo para países como a Índia ou a China. A verdade é que estes mercados, outrora conhecidos pelos baixos custos de produção e baixos níveis de qualidade, são hoje economias a emergir, fornecendo qualidade e design, e mantendo os custos de fabrico reduzidos, graças ao custo de mão-de-obra local. Este factor, mão-de-obra barata, constitui para o Ocidente simultaneamente uma oportunidade e uma ameaça. Oportunidade de obter margens atractivas, e ameaça ao enfrentar uma concorrência difícil de bater. A semana passada recebi um daqueles mails que muitas das vezes vão directos para a reciclagem, mas que neste caso, talvez pelo título – Globalização – fiz questão de ler. Relatava e ilustrava a realidade de uma das muitas fábricas que estão a surgir na cidade de Mumbai, Índia. Com índices de devolução abaixo de 1% do volume de produção, esta fábrica, à semelhança de muitas outras, “emprega” crianças e adultos, que trabalham praticamente por comida. Cozinham, guardam as suas poucas roupas e dormem na fábrica, pois o dia seguinte funde-se com o anterior, num turno de trabalho contínuo de cerca de 16 horas diárias. Mas então onde pára a responsabilidade ética e social? Para além da sustentabilidade económica, e de forma a criarem valor a longo prazo, os gestores de topo têm também que incluir na sua tomada de decisão, a sustentabilidade social e ambiental. É fundamental que conheçam os diferentes hábitos e culturas, e que simultaneamente façam tudo que estiver ao seu alcance para evitar o recurso a fornecedores, directos e indirectos, que pratiquem a violação dos Direitos Humanos. Neste contexto, o processo de tomada de decisão tem muito que ver com a optimização do binómio Oportunidade – Consciência.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Globalização e Proteccionismo (*)

A origem da crise financeira que agora atravessamos tem lugar em certos paradigmas que têm caracterizado a cena mundial nos últimos anos, em particular, a abertura do comércio internacional a certos países emergentes, até aqui restringidos às suas próprias fronteiras, cujo impacto se tem feito sentir na subida do preço das mercadorias e nas crescentes assimetrias sociais no mundo ocidental. No caso português, tudo isto é ainda agravado por um outro elemento desfavorável: a política monetária do Banco Central Europeu. Ou seja, a altura é propícia à implementação de soluções de ruptura. No que diz respeito às mercadorias, existe algum exagero quando apenas se refere o papel da China ou da Índia. Porque não nos podemos esquecer das barreiras proteccionistas que ainda subsistem na Europa e nos Estados Unidos, e que no domínio agrícola também contribuem para a subida dos preços. Uma solução seria eliminar a Política Agrícola Comum e, em simultâneo, abrir as fronteiras à produção proveniente do continente africano. Mais globalização. Quanto ao impacto da moeda europeia em Portugal, não tenhamos dúvidas: a adesão à União Europeia contribuiu, e muito, para a nossa prosperidade. Contudo, a introdução do Euro aumentou o custo de vida dos portugueses de forma dramática. A eventual saída de Portugal do Euro, preconizada por alguns economistas, é ainda prematura. Mas, a partir de 2013, após a absorção dos 20 mil milhões de Euros previstos no QREN, se nada mudar na nossa competitividade internacional, provavelmente, não nos restará outra alternativa. Mais proteccionismo. (*) Artigo publicado no jornal “Meia Hora” a 18/07/2008

sábado, 12 de julho de 2008

Diálogo - Social Media

"Social Media" é uma expressão abrangente que integra a tecnologia e a interacção social, processos de comunicação online. Este tipo de contacto, seja através de blogues, redes sociais, messenger, partilhas várias, está a tornar-se cada vez mais universal e popular. Alguns números: a wikipedia já tem mais de 400 mil artigos, o youtube 100 milhões de vídeos, o blogspot 200 milhões de blogs, o Second Life 1.5 milhões de participantes, 73% dos utilizadores online lêem pelo menos um blog, 57% faz parte de pelo menos uma rede social e 55% já colocaram fotos na web. Chega de números? A comunicação não está mudar. Já mudou! As organizações devem estar atentas, deixando para trás o modelo tradicional - o monólogo. Ainda não convencido? Vamos a mais números. Apenas 18% das campanhas televisivas geram retorno positivo, 90% dos que podem fugir aos anúncios fazem-no, cada um de nós está exposto em média a 3000 mensagens publicitárias por dia. 14% das pessoas acreditam nos anúncios, mas 78% confiam nas recomendações de outros consumidores! O novo modelo de comunicação é o diálogo - conversas. E os melhores conversadores são os que começam por ouvir. Os consumidores de amanhã nasceram já neste paradigma. Nos EUA em 2010 os nascidos após 1990 serão mais do que os baby boomers. São indivíduos que hoje já passam 16 horas por dia online e 96% fazem parte de uma rede social, tendo em média 53 amigos online. A estas pessoas não interessam os anúncios, mas sim o que pensam os seus amigos. Há que dar às pessoas motivos de conversa. Sobre a sua marca. (Artigo inspirado numa apresentação de Marta Z. Kagan)

sexta-feira, 11 de julho de 2008

A Loja da Democracia

Uma manhã passada na Loja do Cidadão faz-nos pensar. Claro, após desesperar. Comecemos pelo início: não há dúvida que a “loja do cidadão” é uma boa ideia. Concentrar num só lugar alguns dos mais importantes serviços públicos é de louvar. Todavia, seria também relevante que transplantássemos para aquele local apenas os benefícios e deixássemos à porta os maus hábitos do “funcionalismo público”. Assim não é. Parece que os modelos, ao fim de pouco tempo, se repetem e se implantam. Será verdadeiramente um nosso traço cultural? De qualquer forma, a minha reflexão é mais conduzida pelo cocktail de experiências que é possível observar nesta loja da democracia (tão recente, como evidencia hoje o Pedro…). Num mesmo guarda-chuva imagético está tudo bem arrumadinho. Edifício, “lojas”, balcões e até tecnologia – essa primeira prova da nova democracia: todos que ali entram ficam disciplinados pelas senhas, pela ordem e pelos números. Fazem filas e atendem os painéis informativos. Ainda se lembram do caos de algumas repartições públicas? Dos jeitosos e dos penetras? Dos falsos distraídos? Dos indisciplinados? Pois bem, agora está tudo condicionado e orientado. Reclamar? Claro que sim. Siga o procedimento. Para além da imagem e da aparência, a máquina funciona. Seja através do cabo, seja do vapor. As empresas mais envolvidas com o cliente fazem dos sorrisos coração e procuram resolver – nem sempre com sucesso – os mais inusitados problemas com calma e clareza. As mais instaladas não disfarçam o mal-estar que alguma exposição pública evidencia. A todas a democracia fez bem. No entanto, ainda que a máquina labute, não chega para nos fazer esquecer que muito do que ali se faz parte de um Estado demasiado interventivo, burocrático e, sobretudo, desorganizado. É bem verdade que quanto mais desconfiamos mais picuinhas somos… Protegemo-nos para não mostrar a nossa fraqueza. Rematando à baliza: uma manhã para mudar três contadores. Isto multiplicado por muitos portugueses utentes e elevado ao quadrado (há sempre um cidadão e um funcionário envolvidos…), dá… enfim, como diria alguém, é só fazer as contas.

Robin Hood

A celeridade do progresso leva-nos a esquecer que a revolução de Abril foi apenas há 30 anos. Mas há momentos em que vem ao de cima no mindset da estrutura dirigente do país um conjunto de ideias de cariz extremista. Nessa época surgiram como fenómeno polarizador próprio destes momentos, na procura da antítese dos regimes que se pretendem destruir.
"Os ricos que paguem a crise" é um dos slogans que na década 75-85 produziu efeitos consideráveis e uma dose relevante de injustiças, com prejuízo evidente para a competitividade e evolução do país livre.
Vem o assunto a propósito da forma como este e outros Governos resolvem bloqueios e greves, contestações e crises: à Robin dos Bosques, tirando aos “ricos” e dando aos “pobres”. Só que na altura de Robin, estava claro quem eram os ricos e os pobres. Hoje tenho dúvidas nessa separação, tendo em conta que os “ricos” aqui considerados são sobretudo a classe média contribuinte e os “pobres” são não raramente famílias que dependem rendimentos mínimos e não procuram trabalho efectivo, excepto se este não for “oficial” e portanto com “descontos”. Não está em causa a necessidade de políticas que assegurem um nível mínimo de qualidade de vida para toda a população. Está em causa a forma como serve de ferramenta popular e é utilizado pelo Governo em todas e quaisquer intervenções regulatórias (nos passes dos transportes, no IMI, nos abonos, …).
É preciso ter consciência que, a partir de um determinado ponto, tirar aos que contribuem para dar aos que menos o fazem tem um custo de competitividade de mercado, para além de ser genuinamente imoral.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Momentos de Minsky

Hyman Minsky, economista americano do século XX, formulou a hipótese que nos sistemas capitalistas a um período de expansão económica segue-se um final de ciclo vicioso de especulação financeira – os “momentos de Minsky”. Se fosse apenas uma crise financeira, já deveria estar a terminar. Só que estamos agora numa nova vaga de instabilidade pelo que provavelmente algo de mais sério está a acontecer. Neste momento há um grande risco de uma recessão forte no curto prazo, mas pode ainda acontecer pior e estarmos na eminência de os momentos de Minsky se tornarem demasiadamente longos!
No seu relatório anual o BIS (Bank of International Settlements) afirma que a crise no subprime pode ter despoletado a crise, mas não é a sua causa. Não sendo claro o que terá acontecido, fica a ideia que o crescimento rápido do crédito e da massa monetária terá tido um papel importante na situação actual. No entanto pode ser arriscado apontar os banqueiros como responsáveis, já que apenas vão fazendo o que lhes é permitido. Talvez os maiores “vilões” nesta "história" sejam alguns economistas que ocuparam lugares de destaque nos bancos centrais e ministérios e que têm testado as suas teorias. Estes economistas defendem a necessidade de manter as taxas de juro reais negativas (o que tem acontecido por largos períodos na última década e meia) e que se deve ajudar os bancos e proprietários do imobiliário, mesmo que para isso os níveis de dívida pública cresçam ou fique a noção que o “crime compensou” para esses agentes económicos. É preciso questionar se essas políticas “acomodatícias” são adequadas actualmente. Se o BIS estiver certo e a rápida expansão monetária tiver causado ou contribuído para a formação de bolhas especulativas e de inflação alta, talvez o certo será optar por políticas contrárias às propostas. Poderá fazer mais sentido simplesmente deixar que o ajustamento natural se faça, sem intervenções. Será seguramente doloroso no curto prazo, mas com certeza que haverá bases mais sólidas para uma recuperação futura. Por outro lado as políticas monetárias deveriam ser conduzidas no sentido da verdadeira promoção da estabilidade de preços. Quando a inflação sobe, as taxas reais devem ser positivas. Para seguir esta ideia seriam necessárias subidas de taxas de juro nos EUA e Zona Euro. Devem ainda ser implementadas medidas que pretendam reduzir a volatilidade. Não se trata de aumentar os graus de intervenção dos mercados. Pelo contrário, os regimes cambiais devem ser mais flexíveis a nível global. Devem é ser retirados incentivos pró-cíclicos ao sector bancário, que fazem com que em momentos de crescimento o crédito cresça em demasia e que desapareça quando ele é mais necessário. (adaptado de um artigo de Wolfgang Münchau, editor do Financial Times)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Prescrições Imorais

Se há algum aspecto em que Portugal melhorou nos últimos anos foi no Combate à Evasão Fiscal. Com novos procedimentos, métodos e meios (em especialmente o início do cruzamento de dados) avançou-se muito no estado de absoluta imoralidade em que a Economia Nacional se encontrava neste aspecto. Contudo, a situação está longe – demasiado longe – de estar resolvida. Todos os anos o Estado perde centenas de milhões de Euros em cobranças não realizadas cujo prazo prescreveu. Talvez o contribuinte anónimo não se aperceba quem é que paga essa factura. É ele mesmo. Só que não raras vezes acrescida de encargos financeiros. O que é que se espera de contribuintes que entregam ao Estado parte do seu labuto para compensar a existência de incumpridores (quando não incumpridores profissionais), e ainda têm de pagar os encargos financeiros respeitantes aos processos? Propor alternativas credíveis. A primeira e mais urgente proposta é a inexistência de prazos para cobrança. Uma divida é uma divida, e não devia caducar, expirar ou prescrever. Ou se o tiver de fazer por recursos e ligações a outros processos, nomeadamente jurídicos e administrativos, que seja em décadas e não em anos. Hoje existem já meios técnicos disponíveis – nomeadamente electrónicos - para acelerar os processos e guardar históricos mais vastos, potenciando pelo menos uma grande dilatação dos prazos e assim aumentar a oferta, reduzindo drasticamente as dividas prescritas. A segunda consiste em acesso aos dados bancários. Nesta questão, é preciso equilibrar interesses nacionais com privacidade pessoal, num complexo processo que se expõe a potenciais abusos. É neste sentido que se propõe um acesso a dados bancários com critérios, a serem definidos por uma comissão que envolva o Estado, o BdP, as associações de defesa dos consumidores e o CNPD. Quando existirem um conjunto de critérios que indiciem risco, pode ser realizado o acesso a todos os dados bancários sem intervenção dos tribunais. Por fim, propõe-se que todos os contribuintes possam descontar no seu IRS uma pequena percentagem de todo o IVA pago e apresentado em factura. Desta forma o consumidor final passará a exigir – porque tem benefícios directos e não indirectos e intangíveis – as facturas de todos os gastos, aumentando a receita do Estado de forma muito superior ao que é desembolsado para motivar os contribuintes. Estas e outras propostas são importantes não só para solucionar em definitivo a imoralidade desta situação, como também para mudar mentalidades e contribuir para um país em que maior desenvolvimento se traduz em melhor cidadania.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Novo Paradigma

O contexto de especulação na área das comodities e em especial do petróleo levou a posições extremadas por parte de variados intervenientes da cadeia logística, chegando mesmo a paralizar parte da europa, com custos muito avultados quer em termos de custos de inactividade quer em termos de perda de vendas por rupturas de stock no mercado.
Destes acontecimentos restira-se a importância de factores logístocos na decisão de como colocar um produto no mercado e não evitam comparações por exemplo entre a Europa e os EUA. Se analisarmos cruamente os números podemos observar uma dependência excessiva na Europa dos transportes rodoviários como forma de distribuição enquanto que nos EUA, o caminho de ferro tem um peso significativo (7,8% na Eu e 23,5% nos EUA - Eurostat). Esta situação resulta de uma política descoordenada e de um desenvolvimento histórico individualizado dos paízes que contituem hoje o espaço Europeu. Só recentement Portugal definiu um plano de transportes integrados em que tenta combinar marítimo com rodoviário e caminho de ferro, definindo os principais eixos de desenvolvimento de cadeia logística do País e a sua interligação com o espaço Europeu.
O que eu queria deixar sobre a mesa é que a pressão sobre os custos energéticos, bem como a crescente consciência ambiental leva a pensar em fontes de energia alternativas que poderão ter impacto na readaptação das capacidades produtivas instaladas. Se a este facto associarmos o novo e crescente impacto logístico podemos estar perto de uma mudança de paradigma, passar da indústria especializada num ponto geográfico com posterior distribuição para toda a Europa, para uma produção mais local com Indústrias mais polivalentes e mais leves.
A implicação fundamental é como estas mudança de paradigma poderá alterar significativamente as decisões de investimento no tecido industrial Europeu. Estará Portugal preparado para responder a este possível cenário?

quarta-feira, 2 de julho de 2008

BCE tenta abrandar comboio

No início da semana a divulgação de uma taxa de inflação de 4,0% na Zona Euro veio reforçar a postura mais agressiva por parte do BCE. Trichet considera que se o banco não agir de forma “decisiva” há riscos de que a inflação possa “explodir”. O presidente do banco central está confiante que a situação possa ser controlada.
O governador Liebscher também afirmou que tudo se fará para evitar uma subida nas expectativas de inflação, ao mesmo tempo que referia que os fundamentais económicos estão positivos. É neste ponto certamente que a maioria dos consumidores europeus discorda, havendo políticos como Sarkozy que não têm qualquer problema de o dizer abertamente. Na opinião do presidente francês, numa altura em que a França vai tomar a liderança da UE por um semestre, não faz qualquer sentido subir taxas, pois tal não evita a subida da inflação e por outro lado condiciona o crescimento económico. O ministro da economia alemão pede aos políticos europeus que não tentem condicionar a actuação do BCE, já tal tende a ser contraproducente. Tendo a Alemanha revelado uma queda do desemprego para o nível mais baixo dos últimos 16 anos, percebe-se que a aflição dos alemães não se pode comparar à de outros países da UE. Um dos casos mais complicados é certamente a Espanha, que reportou mais uma quebra da actividade industrial para os valores mais baixos desde que as estatísticas são divulgadas, tendo o índice caído de 43,8 para 40,6. Apesar de o governo tentar passar a mensagem que o país não está a entrar em recessão, o facto é que uma quebra anual de 30,8% nas vendas de automóveis em Junho aponta exactamente nesse sentido... Pensamos que Trichet estará mesmo preocupado. "Inflação gera inflação" e se este comboio embalar o suficiente será depois muito difícil de travar. O que nos parece é que estes riscos já eram evidentes há mais tempo...