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"Os ricos que paguem a crise" é um dos slogans que na década 75-85 produziu efeitos consideráveis e uma dose relevante de injustiças, com prejuízo evidente para a competitividade e evolução do país livre.
Vem o assunto a propósito da forma como este e outros Governos resolvem bloqueios e greves, contestações e crises: à Robin dos Bosques, tirando aos “ricos” e dando aos “pobres”. Só que na altura de Robin, estava claro quem eram os ricos e os pobres. Hoje tenho dúvidas nessa separação, tendo em conta que os “ricos” aqui considerados são sobretudo a classe média contribuinte e os “pobres” são não raramente famílias que dependem rendimentos mínimos e não procuram trabalho efectivo, excepto se este não for “oficial” e portanto com “descontos”.
Não está em causa a necessidade de políticas que assegurem um nível mínimo de qualidade de vida para toda a população. Está em causa a forma como serve de ferramenta popular e é utilizado pelo Governo em todas e quaisquer intervenções regulatórias (nos passes dos transportes, no IMI, nos abonos, …).
É preciso ter consciência que, a partir de um determinado ponto, tirar aos que contribuem para dar aos que menos o fazem tem um custo de competitividade de mercado, para além de ser genuinamente imoral.
1 comentário:
Exactamente Pedro!
Além disso, gostava de sublinhar que se há ricos neste país...eles e elas encontram-se na classe política que é, em grande parte, responsável pela enorme Despesa Pública que tem de ser financiada com os impostos de todos os portugueses anónimos.
O verdadeiro imposto "Robin Hood" seria retirar à classe política alguns dos imensos privilégios de que usufrui e, em contrapartida, baixar os impostos que todos os contribuintes são obrigados a pagar.
Ricardo Arroja
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