A celeridade do progresso leva-nos a esquecer que a revolução de Abril foi apenas há 30 anos. Mas há momentos em que vem ao de cima no mindset da estrutura dirigente do país um conjunto de ideias de cariz extremista. Nessa época surgiram como fenómeno polarizador próprio destes momentos, na procura da antítese dos regimes que se pretendem destruir.
"Os ricos que paguem a crise" é um dos slogans que na década 75-85 produziu efeitos consideráveis e uma dose relevante de injustiças, com prejuízo evidente para a competitividade e evolução do país livre.
Vem o assunto a propósito da forma como este e outros Governos resolvem bloqueios e greves, contestações e crises: à Robin dos Bosques, tirando aos “ricos” e dando aos “pobres”. Só que na altura de Robin, estava claro quem eram os ricos e os pobres. Hoje tenho dúvidas nessa separação, tendo em conta que os “ricos” aqui considerados são sobretudo a classe média contribuinte e os “pobres” são não raramente famílias que dependem rendimentos mínimos e não procuram trabalho efectivo, excepto se este não for “oficial” e portanto com “descontos”.
Não está em causa a necessidade de políticas que assegurem um nível mínimo de qualidade de vida para toda a população. Está em causa a forma como serve de ferramenta popular e é utilizado pelo Governo em todas e quaisquer intervenções regulatórias (nos passes dos transportes, no IMI, nos abonos, …).
É preciso ter consciência que, a partir de um determinado ponto, tirar aos que contribuem para dar aos que menos o fazem tem um custo de competitividade de mercado, para além de ser genuinamente imoral.
1 comentário:
Exactamente Pedro!
Além disso, gostava de sublinhar que se há ricos neste país...eles e elas encontram-se na classe política que é, em grande parte, responsável pela enorme Despesa Pública que tem de ser financiada com os impostos de todos os portugueses anónimos.
O verdadeiro imposto "Robin Hood" seria retirar à classe política alguns dos imensos privilégios de que usufrui e, em contrapartida, baixar os impostos que todos os contribuintes são obrigados a pagar.
Ricardo Arroja
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