segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Noite e Álcool


Há uns anos atrás tive oportunidade de viver em Liverpool, onde aprendi uma nova forma de sair à noite. As pessoas bebem mais, mas nunca – jamais - conduzem. Saem todos de táxi, partilham táxis, vão a pé, mas nem sequer ponderam levar as suas viaturas.

Esses são os saltos culturais que precisamos de dar para evoluir. Acções concertadas como as que a PSP do Porto tem realizado nas últimas semanas durante a noite, se forem consistentes continuadas, acabam por mudar hábitos, sem condicionar os negócios

E é dessa forma que a sociedade evolui..

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Sobre os Feriados




Em 2012 o Brasil terá mais dois feriados do que no ano passado e ainda 3 “pontes”. Como se sabe, a situação em Portugal é a inversa. É mais um “sinal dos tempos”, mostrando que a dinâmica económica é diferente em várias partes do mundo, com reflexos na vida quotidiana.

Pode discutir-se até que ponto o Brasil não estará a “abusar da sorte” relativamente ao período que atravessa, mas acreditar que a redução de feriados resolverá problemas em Portugal significa miopia acerca dos indutores de competitividade.

Actualmente, os custos com a energia são o maior bloqueio à competitividade em grande parte das empresas. Não os salários, nem as férias ou os feriados.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 27 de Janeiro de 2012

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Com a verdade me enganas

Por vezes transparecem no espaço mediático as lutas de poder e influência que estão em marcha. Cada vez mais, comunicar – o acto de pôr em comum – assemelha-se a um teatro de marionetas; um jogo de espelhos entre o que se diz sem querer e o que se quer sem dizer. Paradoxalmente, mesmo quando não se quer e não se diz, está-se a comunicar.
Neste circo são tão graves os espaços cinzentos, onde há sobreposição e ruído, quanto os brancos, em que, ao nada inscrever, se deixa espaço para que cada um lá coloque o que bem entender – seja na forma, seja no conteúdo…
Luís Ferreira, Exertus – Consultores
Publicado no jornal Metro em 26-Jan-2012

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Choque de Competitividade




Têm sido tomadas medidas para melhorar a competitividade da economia. O foco tem estado no factor trabalho, cuja produtividade é relativamente baixa, num mercado caracterizado por vários elementos de rigidez.

Mas nada tem sido feito, pelo contrário, num dos pontos mais cruciais para a competitividade das empresas por ser um dos seus principais custos - a energia. Seja na electricidade ou nos combustíveis, tem sido a queixa mais frequente referida pelas empresas.

Os aumentos nas tarifas e no acesso à rede pulverizam o efeito na produtividade que se poderá obter com o fim de 3 ou 4 feriados. Isto para não falar nos custos de transporte, por terra ou por mar.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 20 de Janeiro de 2012

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Piratas Móveis




Vulnerabilidades na tecnologia das redes GSM, geridas pelas operadoras, estão a permitir que actividade de hackers provoque danos financeiros consideráveis.

O ataque mais comum passa por controlar os telefones das vítimas para efectuar chamadas, mensagens e a subscrever serviços de valor acrescentado, normalmente relacionados com empresas asiáticas, africanas ou do Leste europeu. Os utilizadores só se apercebem dos ataques quando recebem a conta.

Espera-se que este tipo de ataques se intensifique dado que, segundo os especialistas, a rede GSM é a parte mais vulnerável do ecossistema móvel.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 6 de Janeiro de 2012

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Postais de Natal




O número de sms enviado nesta quadra natalícia terá sido menor do que em anos anteriores. As razões são duas: a crise que vivemos e o cansaço de uma forma tão banal e intrusiva de saudar a lista de amigos, quase “sem esforço”. 

As sms foram trocadas por redes sociais e aplicações gratuitas, que resolvem o problema do custo.

A tendência de longo prazo é outra: postais de Natal tradicionais, telefonemas diretos, visitas inesperadas e outras formas de dar muito a poucos em vez de pouco a muitos. Porque o valor vem da escassez, da exclusividade e da proximidade.