domingo, 8 de dezembro de 2013

Líder informal

As organizações saudáveis costumam recompensar os seus colaboradores que tomam a iniciativa de liderar e não apenas aqueles que têm autoridade formal para o fazer.

Em vários sectores da sociedade, seja a nível empresarial seja a nível político, muitos líderes emergentes assumem que não podem fazer a diferença com as suas posições actuais e resolvem esperar pela sua oportunidade. Faltou capacidade de auto-análise e de assumir riscos.

A experiência e a legitimidade são úteis, mas não devem ser pré-requisitos para a liderança. Ter paciência é uma virtude, mas às vezes não se pode esperar para obter a permissão de liderar.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Português


http://idp.somosportugueses.com

Na semana passada a revista “Monocle” destacava o crescimento de influência da língua portuguesa no mundo.

Há cerca de duas décadas, o crescimento da internet e o intensificar do processo de globalização faziam crer que a língua inglesa iria constituir-se como idioma de utilização e alcance universais, reprimindo todas as demais.

É verdade que o inglês é cada vez mais o “denominador comum” na comunicação internacional, mas os mesmos processos de inovação tecnológica e de globalização, ajudados pela demografia, estão a intensificar o uso dos idiomas nativos, que acabam por ser agente de facilitação de relações e negócios.

Dos interfaces aos contratos, passando pelos média ou pelas artes, línguas como o português são cada vez mais importantes.


Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no Jornal Metro em 24 de Setembro de 2012



domingo, 9 de setembro de 2012

Vulnerabilidades



O BCE anunciou ontem um programa de compra de obrigações em mercado secundário até 3 anos, para países que peçam ou tenham pedido um regaste.

Trata-se de uma ferramenta temporária que, se resultar, poderá transformar-se numa solução mais permanente para afastar receios quanto a uma implosão do euro.

O corolário desta estratégia pode resumir-se desta forma: Países sob planos de consolidação orçamental e de desalavancagem, em que as maturidades médias das suas dívidas vão sendo cada vez mais curtas, logo tornando os países em questão mais vulneráveis no longo prazo.

Nesse sentido, é uma “solução” que coloca muito mais poder no BCE e na UEM.

Filipe Garcia

Publicado no jornal Metro em 7 de Setembro de 2012

terça-feira, 4 de setembro de 2012


Apple  e o novo iPhone




Quase um ano com a Apple sem o seu mítico Steve Jobs. O seu sucessor, Tim Cook, soube conduzir a empresa aos melhores resultados de sempre, cumprindo de forma essencial o papel da transição.

 Mas se a nova Apple não para de ganhar dinheiro, a verdade é que continua a vender o que antes criou, e não arriscou até hoje nada em inovação , um dos pilares de sucesso.

É por isso que o novo iPhone, a ser apresentado na próxima semana, é mais do que um novo gadget: é a cartada que a nova Apple joga para mostrar que superou a transição e tem um futuro que não fique atrás do seu passado.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Títulos


Nas últimas semanas a discussão acerca de licenciaturas, equivalências e Bolonha tem absorvido a atenção dos portugueses, ao nível dos media tradicionais, redes sociais, conversas de circunstância e até do Parlamento.

Do que se lê e ouve, destaca-se uma conclusão quase unânime: em Portugal dá-se demasiada importância aos títulos académicos. Se é verdade que a ausência de uma licenciatura no currículo pessoal, parece colocar em causa a(s) competência(s), fará sentido desvalorizar tanto o curso superior?

Noutros países o título pode não ser tão importante, mas não deixa de atestar um percurso académico. E aí é que está o problema: um grau académico deve ser apenas uma validação de um percurso... académico. Nada mais do que isso.


Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no Jornal Metro em 18 de Julho de 2012



quinta-feira, 21 de junho de 2012

Discussões Privadas


O crescimento dos grupos de discussão, sobretudo no Facebook e Linkedin, altera substancialmente a difusão de informação na internet. Até agora, grande parte do debate entre internautas acontecia de forma aberta, nomeadamente através de fóruns e blogues. As conversas podiam ser pesquisáveis posteriormente, aproveitando-se os conteúdos gerados, de que todos poderiam beneficiar. Foi assim que muitos se informaram sobre saúde, destinos turísticos, produtos e muitos outros temas.

Com os “grupos”, os conteúdos não ficam disponíveis para todos. A discussão é privada, o que tem algumas vantagens, mas toda a troca de informação fica escondida... e desperdiçada.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no Jornal Metro em 21 de Junho de 2012



quarta-feira, 20 de junho de 2012

Maus Ventos


Espanha colocou ontem dívida de curto prazo acima de 5%, acima do que paga Portugal. As taxas a 10 anos já estão bem acima de 7%, nível que é considerado “crítico” e cujo nosso país nem chegou a pagar, solicitando previamente uma ajuda financeira internacional.

Mesmo que não tenha as características de um “resgate” clássico, Espanha deverá necessitar de mais assistência em breve, associada a um plano de austeridade.

A economia portuguesa tem no seu vizinho o principal cliente (24% de todas as exportações). Se a procura interna cair em Espanha como aconteceu por cá, os efeitos em Portugal serão relevantes..

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no Jornal Metro em 20 de Junho de 2012



sexta-feira, 15 de junho de 2012

Nuestros Hermanos


Com um plano de resgate anunciado (e outro provavelmente a caminho), Espanha depara-se finalmente com a fria realidade do sobreendividamento. Lá, tal como cá, muito do crescimento resultou do dinheiro que foi injectado na economia a partir de dívida bancária. Em Espanha a bolha imobiliária, mais duradoura do que em Portugal, apenas piorou o cenário.

Não há inocentes neste caso: bancos, governos, empresas e famílias, todos tentaram tirar partido do festim de dinheiro fresco e foi bom enquanto durou. Nos dois países, a crise de 2008 poderá ter precipitado os acontecimentos, mas apenas os antecipou.

Na Ibéria estamos todos juntos. Mais uma vez.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no Jornal Metro em 15 de Junho de 2012



sexta-feira, 18 de maio de 2012


O Instagram, Pinterest e Path são mais sexy do que o Facebook por serem menos mainstream, mais orientados para o mobile, terem melhores apps e serem menos comerciais.

A questão é a sustentabilidade. Ao comprar o Instagram,o Facebook pode aprender a ter melhores apps (mais rápidas, mais kool,mais instintivas), mas não consegue nada do resto.

Tendência : os users a gostarem cada vez mais das opções menos comerciais, preferindo apps divertidas e instantâneas que maximizem a partilha em menos segundos e toques, escolhendo aplicações onde os amigos possam estar mas não estejam todos os demais.

A começar pelos pais.




quarta-feira, 16 de maio de 2012

Incompreensível


Como esperado, a Grécia terá de realizar nova consulta eleitoral após não ter sido possível formar governo com base nos resultados das últimas eleições. De acordo com as regras gregas, devem ser marcadas novas eleições em meados de Junho. Entretanto, a crise política grega acentua-se e o consenso é que o país está cada vez mais próximo da bancarrota e da saída do euro. As sondagens mostram que o partido SYRIZA, que ficou em segundo lugar no último escrutínio e que rejeita o resgate financeiro acordado com a troika, está bem colocado para vencer as eleições. É evidente que os gregos já não se revêem nos partidos e políticos que estiveram no poder nas últimas décadas, mas cerca de dois terços apoiam a manutenção do país no euro, conscientes das consequências de regressar ao dracma, mesmo que se esteja a falar de efeitos de longo prazo. A Grécia está geograficamente próxima de países com moeda própria, o que não os tem conduzido a um nível de vida superior ao seu. Turquia, Bulgária, Albânia, Roménia, Sérvia, Roménia e Hungria são alguns exemplos.

Podem argumentar-se questões de moralidade económica, mas o facto é que a Grécia só “cairá” se os países mais importantes da zona euro assim o entenderem. A economia grega representa cerca de 2.5% do PIB da zona euro e ainda menos da União Europeia. Portanto, pode dizer-se que, formalmente, serão os gregos a optar sair, mas tal só sucederá por reacção ao que tem sido imposto pelos países do centro. Se a Grécia sair, é porque terá sido “empurrada” pelos demais pois haveria a capacidade financeira de a resgatar. Ainda acreditamos que esse cenário é o mais racional.

É, para nós, incompreensível que os países do centro estejam a ponderar a hipótese da saída da Grécia. Se ela se vier a concretizar, gera-se um evento de altíssimo risco para o euro e para a própria União Europeia. Saído a Grécia, a pressão sobre Portugal, Espanha e Itália pode revelar-se insuportável e constituir o princípio do fim da União Europeia. Num cenário em que os gregos querem permanecer no euro e em que é do interesse da UEM (pelo menos) que a Grécia não saia, é difícil de perceber como se pode estar tão próximo de um desfecho contrário. Sabe-se que o euro (e uma Europa forte e unida) tem muitos inimigos: Estados Unidos, Grã-Bretanha e Rússia à cabeça, mas a decisão não cabe a estes protagonistas. E é fácil concluir que é do interesse dos periféricos manter a situação actual.

A única explicação histórica para uma eventual saída da Grécia será a vontade da Alemanha em abandonar o projecto europeu.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros



Tendência : depois das guerras de patentes Oracle vs Google + Facebook vs Yahoo + Apple vs Samsung ... um novo approach relativamente ao patenteamento está a ser planeado.

Unit Licence Rights são patentes transformadas em acções que podem democratizar este sector. A ideia é que as patentes sejam comercializadas como unidades de acções para cada unidade de produção efectivamente transaccionada, e que o preço de utilização dessa ideia/inovação não seja fixo por alguém que limite o mercado, mas seja definido pelo próprio mercado numa lógica de procura e oferta.

Para breve.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Erro de casting




Ter uma boa ideia de negócio e depois não preparar bem a sua implementação, é meio caminho andado para correr mal. Foi o que aconteceu hoje no feriado do 1º de Maio numa importante cadeia de distribuição moderna.

A ideia de 50% de desconto para compras superiores a 100 euros até pode ter sido boa, mas foi mal preparada, com a procura a exceder largamente a oferta e a capacidade instalada de meios e pessoas.

Não é caso único; O bottleneck é muito comum acontecer quando não se prevê o impacto de certas acções comerciais.

Com a experiência dos gestores deste Grupo de Distribuição, não deixa de ser surpreendente.


Nada é perpétuo

Em final de 2010 o BES emitiu obrigações perpétuas (sem data fixa de vencimento), que garantiam um juro anual de 8.5% nos cinco primeiros anos.
Um ano depois o BES aprovou a troca das obrigações por acções do banco, a 1.80 euros por acção, numa altura em que os títulos já cotavam abaixo de 1.30 euros – quem quisesse sair do investimento perderia quase 30%.
E talvez o devesse ter feito porque hoje as acções do BES cotam em torno de 60 cêntimos (mais direitos de subscrição) e os accionistas “à força”, que antes eram obrigacionistas, foram convidados a colocar mais dinheiro para participar num aumento de capital em Maio.
Quem sabe, sabe e o BES sabe. Sabe bem mais do que os seus clientes.

Filipe Garcia Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros

Publicado no jornal Metro em 26 de Abril de 2012

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Talento que brilha

A criatividade, em doses generosas de atitude e de capacidade, é vital para o padrão de vida que o modelo social europeu requer. A geração de valor que sustente o nosso nível de bem-estar deve ser encontrada numa acutilante procura pelo distinto, que revele, através de inusitados caminhos, aptidão para formular ideias criadoras.
Assim, o maior desafio reside em acolher, estimular e orientar as nossas mentes brilhantes para um desenvolvimento sustentado. Implicando territórios, organizações e pessoas, devemos responder à questão central: como usar o imenso poder da criatividade?
Luís Ferreira, Exertus – Consultores
Publicado no jornal METRO em 19-Abr-2012

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Matar o paciente com a cura



Há cada vez mais a percepção que a receita de austeridade e desalavancagem das economias europeias, por ser feita conjunto, não conduz a resultados positivos. O motivo reside no facto de a liquidez da economia real ser cada vez menor, provocando o abrandar do crescimento, desemprego e o encerramento de empresas economicamente viáveis.

Arrisca-se “matar o paciente com a cura”.

Portanto, parece provável que surja pressão política para que os bancos emprestem às empresas, sobretudo nas economias periféricas. Nesse sentido, é também de esperar uma flexibilização dos objectivos de consolidação orçamental e mesmo dos rácios de capital da banca

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Artigo publicado em 12 de Abril de 2012 no jornal Metro

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Economia "solidária"



O Pingo Doce reduziu o prazo de pagamento aos fornecedores de frescos de 30 para 10 dias. Medida solidária e com impacto, mas que denota interesse económico.

Assistindo à falência de muitos pequenos produtores/operadores nacionais e aos receios de uma maior dependência do estrangeiro em produtos de alimentação base, mudam as regras de pagamento mantendo o negócio logisticamente viável.

Imaginem aumentarmos a importação de couves, ovos, maçãs, etc, todos os dias do estrangeiro, onde a maioria desses países não são excedentários, na generalidade daqueles produtos e, além do mais, exigem transportes específicos com consequente encarecimento dos produtos, para já não falar do elevado preço dos combustíveis.

Vejo que há alguma solidariedade mas também muito interesse !

sexta-feira, 30 de março de 2012

OPA, só às vezes...



Nos últimos meses aconteceram várias operações de alteração no controlo accionista de empresas cotadas em bolsa, nomeadamente na EDP, REN e BCP.

Aparentemente, outras podem concretizar-se em breve, provavelmente na ZON, GALP e CIMPOR. Em nenhum dos casos as cotações subiram significativamente, até porque as operações não deram origem a uma OPA, como seria de esperar, e pela qual estão a lutar alguns pequenos accionistas da EDP.

Compreende-se que o contexto financeiro actual seja bem mais delicado, mas fica a sensação que as leis de mercado (e o seu espírito) nem sempre merecem a mesma atenção, o que prejudica e afasta os pequenos investidores.

(P.S. - Após a elaboração deste texto dois accionistas da BRISA anunciaram OPA sobre as acções da empresa. Pode discutir-se o preço, mas a atitude está correcta. Notar que, neste caso, os accionistas em questão já detinham o controlo efectivo da BISA)

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros

quinta-feira, 29 de março de 2012

Não há dinheiro!




Muitas empresas viradas para o mercado interno enfrentam reduções de procura, o que não significa a paralisação da actividade. No sector exportador a procura existe, bem como a capacidade de inovar e conquistar mercados.

O problema é que as empresas, mesmo as mais activas, relatam enorme carência de liquidez, que as obriga a atrasar pagamentos, investimentos, contratações e, pior, a reduzir a actividade mesmo quando há procura.

O programa de ajustamento, necessário e virtuoso na generalidade, arrisca-se a falhar porque a liquidez não passa dos bancos para as empresas. É aqui que deve incidir a atenção dos políticos - portugueses e europeus.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 29 de Março de 2012 (pág. 5)

sexta-feira, 23 de março de 2012

Shale Gas



O sucesso da extracção de gás que existe entre as placas de xisto nos Estados Unidos, conhecido por shale gas, está a levar a um interesse global sobre o tema. Desde que o shale gas começou a ter importância nos EUA, em 2008, os preços do gás natural caíram mais de 50%.

Esta semana soube-se que a China vai explorar as suas reservas, que se estimam serem as maiores do mundo, planeando produzir 6.5 mil milhões de metros cúbicos/ano a partir de 2015.

Na Europa, a Polónia está a iniciar a exploração, ainda que as reservas sejam apenas 10% do que se pensava. Em França os projectos estão parados devido a pressões ambientalistas.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 23 de Março de 2012 (pág. 6)

quarta-feira, 21 de março de 2012

Maus Exemplos



Ao ouvir os tempos de antena dos partidos que se associaram à Greve Geral de amanhã, percebe-se que o objectivo da luta é fazer cair o governo, tendo em vista o não pagamento da dívida que Portugal constituiu ao longo de décadas.

Perante a situação actual, estes e outros políticos defendem o incumprimento. O exemplo que se dá o de não honrar compromissos, como se esse fosse um comportamento virtuoso. Com exemplos destes, como esperar que a sociedade, em especial os mais novos, se sintam motivados para o exercício da cidadania?

Honrar compromissos deveria ser incentivado e não o contrário.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 21 de Março de 2012 (pág. 6)

domingo, 18 de março de 2012

Fusão

 
A Internet mudou o comércio, pulverizando as vendas de catálogo e afetando as lojas tradicionais.

Os clientes começaram a optar, transferindo parte das suas compras para sites de comércio electrónico, muitas vezes com melhores preços e logística.

O novo consumidor começa a não distinguir online de offline. Investiga online para comprar offline e testa offline para comprar online. Os retalhistas fazem o mesmo. Os operadores offline montam investem online e os sites de ecommerce compram espaços fisicos para picking. Esta é uma nova era. O tempo em que o online e offline se fundem num mercado único.

sexta-feira, 16 de março de 2012

QR Codes e publicidade



A edição de Março da Harvard Business Review tem 36 anúncios de página inteira, dos quais 33 têm uma referência a um sítio na internet. De destacar que 14 deles, ou 40% incluem um QR Code. Tanto a publicidade como a HBR podem ser consideradas como adoptantes iniciais (“early adopters”) e influenciadores de tendências (“trend setters”).

Os QR Codes são “código de barras” quadrados, nos quais se podem codificar endereços da internet, telefones, localizações, contactos ou SMS, que são lidos por telemóveis e podem ser suporte de comércio electrónico.

A sua utilização está a crescer. Veremos até que ponto se poderá transformar num padrão de comunicação..

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 16 de Março de 2012 (pág. 6)

quinta-feira, 15 de março de 2012

Fazer Acontecer

Tempo houve de diagnósticos; esgotaram-se já argumentos; é momento de agir. A verdade é que vai uma diferença colossal dos que apenas dão palpites aos que fazem acontecer: a ousadia de falhar.

Dêmos atenção aos protagonistas que estão a fazer acontecer a mudança, que semeiam ideias e palmilham novos caminhos pondo, com arte e engenho, projectos em marcha. Audazes e perseverantes empreendem a travessia, não se quedando pelo tradicional queixume.

Seria também útil retirar palco aos profissionais da treta que alvitram soluções sobre demasiados assuntos – pena que não façam acontecer…

Luís Ferreira, Exertus – Consultores

Publicado no jornal METRO de 15-Mar-2012.

sexta-feira, 9 de março de 2012

O país não está morto



Um representante de topo de um banco inglês que opera em Portugal dizia há dias que "o que ainda não fechou é porque está prestes a fechar", referindo-se às empresas. Também há menos de uma semana, a Economist traçava o pior dos cenários para o país, num artigo cheio de erros grosseiros. Está na moda falar mal de Portugal.

Felizmente, o país que tenho oportunidade de observar de perto não está como muitos o descrevem. Sujeitas a restrições, reconheça-se, vejo muitas empresas de sucesso, que inovam e melhoram diariamente.

Portugal não está morto, longe disso.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 9 de Março de 2012

quinta-feira, 1 de março de 2012

Solução líquida



O BCE cedeu mais 530 mil milhões de euros aos bancos, durante três anos. A resposta europeia à crise está a ser monetária.

Até 2010 a reacção dos decisores foi de expansão fiscal (através dos orçamentos governamentais) e expansão monetária clássica (baixando as taxas de juro), mas a situação mudou. Contas públicas e contribuintes não permitem mais gastos, mais impostos e as taxas de juro já são baixas.

O “ímpeto keynesiano” concretiza-se agora através da injecção de dinheiro. A prioridade tem sido salvar o sistema bancário, mas a partir do segundo semestre, senão antes, o crédito concedido à economia deverá aumentar.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 1 de Março de 2012

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Tolerância zero


Não partilho da opinião da maioria das vozes de que, a tolerância de ponto no carnaval não fez sentido. Essas opiniões vão desde: ou porque, economicamente não fazem sentido; ou porque, fazendo sentido a decisão foi em cima da hora; ou ainda porque, é injusta uma vez que há muitas empresas do setor privado e publico, cujos Acordos Colectivos de Trabalho (ACT) não permitem abolir, unilateralmente, essa regalia.

Se ficássemos à espera da abolição unanime chegaríamos a 2013 ainda a discutir a questão, à boa maneira portuguesa. A prova de que a decisão foi acertada, vê-se na iniciativa dos Bancos de reverem o seu ACT.

Um bom sinal de que o que precisamos é começar a agir e a decidir de forma rápida, porque os mais resistentes acabam por se render à evidencia.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Brincar aos Vinhos



A visita à “Essência do Vinho”, no Porto, confirmou a suspeita: a estratégia da maioria dos produtores não se adequa ao mercado, sobretudo internacional.

Cada produtor apresenta no mínimo oito variedades. A quantidade produzida de cada uma é necessariamente reduzida e os vinhos são muito diferentes entre si, não se gerando um padrão reconhecível. Na maioria, nem sequer são excepcionalmente bons, o que poderia permitir a construção de um mercado premium (uma aposta difícil).

Quantidades baixas e dispersão alta impedem a entrada nos distribuidores internacionais ou a afirmação de uma marca mass. Por outro lado, as edições são limitadas, mas não são preciosidades. São apenas limitadas, tal como a estratégia.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 24 de Fevereiro de 2012

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Destino Traçado



A Segurança Social é o organismo do Estado, que habitualmente deteta os primeiros sinais de dificuldade das empresas quando estas não cumprem as suas obrigações.


Como os interesses na proteção do emprego se sobrepõem, na maioria das vezes, à análise de viabilidade económica da empresa, o Estado dá paliativos, e os efeitos nefastos aparecem mais cedo ou mais tarde. 


Mudando este paradigma, e com regras que impeçam alguns maus gestores de perdurarem à frente dos destinos dessas empresas, os credores sentirão maior confiança e poderão fazer parte da solução. Não me parece que a nova lei de insolvências dê passos nesse sentido.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Responsabilidade



Os principais bancos portugueses registaram prejuízos conjuntos de mais de mil milhões de euros relacionadas com reconhecimento de crédito malparado e, principalmente, com perdas nos investimentos em dívida grega.

É surpreendente que os responsáveis por essas decisões de investimento tentem “escapar entre os pingos da chuva”, como se não se tivesse tratado de uma decisão sem fundamento do ponto de vista da gestão de portfolio. Aceita-se uma aposta em obrigações gregas, mas não o montante alocado susceptível, como se verificou, de provocar resultados ruinosos.

Foi uma decisão incompreensível que levaria ao despedimento de um qualquer iniciado em gestão de carteiras.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 9 de Fevereiro de 2012

Ferir a Paz Social



Na comparação entre a situação de Portugal e a Grécia há duas diferenças que sobressaem. A primeira é que Portugal tem implementado as medidas da troika, indo até mais longe em alguns aspectos. A segunda é que, ao contrário da Grécia, a população está calma e não se vive na iminência de um caos social. Há um sentimento colectivo de sacrifício.

Mais do que “no bolso”, é nas medidas simbólicas que se pode perder a confiança das pessoas. Primeiro foi um conjunto de nomeações duvidosas e a criação de regimes de excepção para escapar à austeridade na função pública. Agora elimina-se um feriado, “em cima da hora”, porventura o único que até tem impacto económico positivo.

Cuidado.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 10 de Fevereiro de 2012

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

“Aposto” que é Ponzi



A promessa recente de rentabilidade de 8% ao mês está a atrair o interesse de muitos particulares, que são seduzidos a aplicar as suas poupanças num gestor de apostas desportivas.

É evidente que as apostas podem ser rentáveis para alguns, mas a transformação num instrumento de investimento é altamente questionável quer em termos de resultados, quer em termos de enquadramento legal. Neste ponto, cabe ao regulador estar atento e actuar.

As semelhanças com outras promessas de retorno “certo”, como a compra de selos, “jogo da bolha”, Dona Branca ou Madoff é notória.

Por isso, “aposto que vai dar asneira”.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 1 de Fevereiro de 2012

Energias




O maior problema da operação das empresas é o custo da energia. Primeiro, porque é uma fatia enorme do custo, e depois porque é a única parte dos custos onde a racionalização é quase sempre impraticável. Pior, é uma fatia mais pesada do que a da concorrência internacional, o que levanta sérios problemas de competitividade das exportações.

Não há soluções fáceis, porque a dependência externa é óbvia e as energias alternativas são caras demais. Vale a pena pensar se subsidiar energias sustentáveis faz sentido no curto prazo, quando essa medida prejudica as exportações e portanto a recuperação económica

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Noite e Álcool


Há uns anos atrás tive oportunidade de viver em Liverpool, onde aprendi uma nova forma de sair à noite. As pessoas bebem mais, mas nunca – jamais - conduzem. Saem todos de táxi, partilham táxis, vão a pé, mas nem sequer ponderam levar as suas viaturas.

Esses são os saltos culturais que precisamos de dar para evoluir. Acções concertadas como as que a PSP do Porto tem realizado nas últimas semanas durante a noite, se forem consistentes continuadas, acabam por mudar hábitos, sem condicionar os negócios

E é dessa forma que a sociedade evolui..

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Sobre os Feriados




Em 2012 o Brasil terá mais dois feriados do que no ano passado e ainda 3 “pontes”. Como se sabe, a situação em Portugal é a inversa. É mais um “sinal dos tempos”, mostrando que a dinâmica económica é diferente em várias partes do mundo, com reflexos na vida quotidiana.

Pode discutir-se até que ponto o Brasil não estará a “abusar da sorte” relativamente ao período que atravessa, mas acreditar que a redução de feriados resolverá problemas em Portugal significa miopia acerca dos indutores de competitividade.

Actualmente, os custos com a energia são o maior bloqueio à competitividade em grande parte das empresas. Não os salários, nem as férias ou os feriados.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 27 de Janeiro de 2012

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Com a verdade me enganas

Por vezes transparecem no espaço mediático as lutas de poder e influência que estão em marcha. Cada vez mais, comunicar – o acto de pôr em comum – assemelha-se a um teatro de marionetas; um jogo de espelhos entre o que se diz sem querer e o que se quer sem dizer. Paradoxalmente, mesmo quando não se quer e não se diz, está-se a comunicar.
Neste circo são tão graves os espaços cinzentos, onde há sobreposição e ruído, quanto os brancos, em que, ao nada inscrever, se deixa espaço para que cada um lá coloque o que bem entender – seja na forma, seja no conteúdo…
Luís Ferreira, Exertus – Consultores
Publicado no jornal Metro em 26-Jan-2012

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Choque de Competitividade




Têm sido tomadas medidas para melhorar a competitividade da economia. O foco tem estado no factor trabalho, cuja produtividade é relativamente baixa, num mercado caracterizado por vários elementos de rigidez.

Mas nada tem sido feito, pelo contrário, num dos pontos mais cruciais para a competitividade das empresas por ser um dos seus principais custos - a energia. Seja na electricidade ou nos combustíveis, tem sido a queixa mais frequente referida pelas empresas.

Os aumentos nas tarifas e no acesso à rede pulverizam o efeito na produtividade que se poderá obter com o fim de 3 ou 4 feriados. Isto para não falar nos custos de transporte, por terra ou por mar.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 20 de Janeiro de 2012

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Piratas Móveis




Vulnerabilidades na tecnologia das redes GSM, geridas pelas operadoras, estão a permitir que actividade de hackers provoque danos financeiros consideráveis.

O ataque mais comum passa por controlar os telefones das vítimas para efectuar chamadas, mensagens e a subscrever serviços de valor acrescentado, normalmente relacionados com empresas asiáticas, africanas ou do Leste europeu. Os utilizadores só se apercebem dos ataques quando recebem a conta.

Espera-se que este tipo de ataques se intensifique dado que, segundo os especialistas, a rede GSM é a parte mais vulnerável do ecossistema móvel.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 6 de Janeiro de 2012

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Postais de Natal




O número de sms enviado nesta quadra natalícia terá sido menor do que em anos anteriores. As razões são duas: a crise que vivemos e o cansaço de uma forma tão banal e intrusiva de saudar a lista de amigos, quase “sem esforço”. 

As sms foram trocadas por redes sociais e aplicações gratuitas, que resolvem o problema do custo.

A tendência de longo prazo é outra: postais de Natal tradicionais, telefonemas diretos, visitas inesperadas e outras formas de dar muito a poucos em vez de pouco a muitos. Porque o valor vem da escassez, da exclusividade e da proximidade.


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Do It While You Can



Parece ser óbvio, e no entanto é onde gestores e empresários tantas vezes falham. Na vida pessoal como profissional "há sempre um tempo para cada coisa". Há um momento - por vezes pequeno - em que as condições se alinham para que determinado objectivo ou acção possa ser alcançado, concretizado, empreendido.

Depois de passar esse momento,  pode ser extremamente complicado conseguir avançar com o processo desejado, atingir as metas antes planeadas, empreender a acção imaginada.

Saber o momento certo é uma arte que advém de um misto de experiência, dedução racional que decorre da avaliação da variáveis isoladas quando misturadas num momento no tempo e intuição.

A esta arte chama-se gestão.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Consumerismo vs Consumismo


O momento adverso que a maioria da população atravessa obrigou a novos hábitos de consumo, com mais racionalidade na escolha dos presentes.

Mais consumerismo, abandonando o consumismo enquanto hábito inconsciente de compras por impulso, tem sido o mote deste Natal.

A sustentabilidade destes atos dependerá de cada um, aprendendo com os erros do passado.

Mas é na Educação das crianças e dos jovens que surge a maior oportunidade para imprimir este "novo" conceito.

De pequenino se torce o pepino.

Feliz Natal

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Reinventar

Imagine-se o acionista principal de uma grande cadeia de supermercados, ocupando a 2ª posição nacional de quota de mercado e a uma apreciável distância do líder.

O objetivo é ocupar a 1ª posição num curto espaço de tempo. Que decisões tomar ? Mais pontos de venda ? Mais promoções de produtos ? Mais ações de marketing e publicidade ?

A decisão brilhante da TESCO http://www.youtube.com/watch?v=fGaVFRzTTP4 mostra bem que é possível reinventar uma série de negócios tradicionais.

Antecipar à concorrência e preparar bem o futuro, é o mote. Investir na reflexão interna; mobilizar as equipas; profissionalizar os processos de decisão da empresa, contratando os melhores do mercado quando não há expertize.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Encomendas



Os grupos de Facebook são um recente formato que junta pessoas com os mesmos interesses num mesmo tema, seja futebol, roupa ou gadgets. Alguns são extemporâneos e voláteis, outros criam verdadeiras comunidades. São tendencialmente auto regulados pelas regras que a comunidade cria implicitamente, às quais se juntam as regras da sociedade onde são inseridas - no comportamento, na educação e  nos costumes. Os administradores são normalmente coordenadores e dinamizadores, ou juizes em caso de problemas, mas raramente são eles a definir para onde o grupo realmente vai. Isso faz destas comunidades um bom exemplo do "The World is Flat" de Friedman, cada uma para clãs diferentes "We are all weird".

O grupo funciona numa base de partilha assente em níveis de reputação confiança individual dos seus membros. Tem-se assistido contudo a acções de shunting, lobbying e outros tipos de manobras de diversão para impactar a opinião do grupo no sentido positivo ou negativo, a partir de membros individuais, ou sub-grupos do mesmo.

As "encomendas" mais habituais são:

-> Elogiar alguém de forma indirecta mas pré acordada. A elogia indirectamente o trabalho de B de forma pública. C e D vêm imediatamente dar força aos pontos positivos, acrescentando links e outra informação. Tudo parece casual. Nem sempre é .... A comunidade deixa-se influenciar pelo consenso, que é uma das coisas mais perigosas da sociedade moderna.

--> A,B e C põem-se de acordo para prejudicar a imagem de D. A critica D, e B e C dão lhe força (logo ou depois de D responder). Atacam com moderação, para que a comunidade não sinta que D foi injusticiado.

--> A.B, C, D e E colocam regularmente informação uns dos outros, para aumentar as referências e melhorar a reputação no resto da comunidade. Este é o efeito que os locutores e gestores de programa televisiva já usavam há décadas, com convites cruzados que pareciam fazer acreditar que aqueles eram de facto os eleitos, seja para o que for.

Estes são apenas três entre muitos exemplos que convém conhecer, no mesmo escopo que o comportamento das pessoas num ambiente de grupo de trabalho. Sociologicamente é interessante e profissionalmente pode ser relevante.  



sábado, 26 de novembro de 2011

Boas Vendas

Atualmente as empresas estão focadas em cortes de custo, por vezes a pedir ao fornecedor de clips que reduza em 20% o preço. A crise significa que há empresas a morrer todos os dias e portanto consumidores que deixam de ter o seu produto disponível. Este é o tempo certo de transformar a sua empresa numa máquina de vendas, focar nos diferentes mercados em que o produto pode ser vendido. A oportunidade está aí. Falta saber se é dos que fica exclusivamente a trabalhar internamente na redução de custos ou se pretende crescer e também focar a sua organização no exterior garantindo mais vendas.
Paulo Sousa
Publicado no Jornal Metro de 24/11/2011

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

agonia



agonia começa a chegar ao retalho. Conscientes dos problemas, os operadores procuram agora concentrar-se nas vendas do Natal, enquanto minimizam custos e adiam investimentos. Não será de estranhar se alguns lojistas da distribuição moderna não conseguirem operar na próxima Primavera, sobretudo se os bancos não estenderem linhas de crédito.


Os centros comerciais não estão melhor, e alguns têm risco de ver corredores inteiros esvaziados em breve. Naturalmente, serão os centros mais bem preparados e com mais tráfego a assegurar a sustentabilidade. As crises sempre foram momentos de oportunidade …

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Pior do que parece


Existem acções na Bolsa Portuguesa que não param de cair, de tal forma que hoje valem apenas 10 ou 20% do seu valor há um ano.  Estão mais do que em saldo, estão em liquidação final. Nesta circunstância, não é de estranhar que ninguém lance uma OPA sob bancos como o BCP? 

Mesmo com dificuldades de crédito internacional, o benco português é agora um alvo fácil de operadores de média dimensão internacional. Se tal não acontece, mesmo com os activos polacos, tal só pode significar uma coisa: a situação está ainda pior do que nos parece.

Aproveitar os pontos fortes



O Google+ está agora a competir directamente com o Facebook pelo mercado empresarial. A rede social da Google irá beneficiar do facto de se poder integrar nas demais plataformas e serviços da empresa, o que lhe permitirá, por exemplo, aparecer muito mais destacada nas pesquisas do motor de busca mais utilizado a nível mundial.

Ou seja, as empresas poderão chegar aos utilizadores de forma mais eficiente e mais barata através do Google+, o que ameaça o Facebook.

Falta saber a reacção dos utilizadores, que até agora têm mostrado pouco entusiasmo relativamente ao Google+.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 18 de Novembro de 2011

Hegemonia a pedido


A crise da dívida está a pressionar os europeus a aderir ao federalismo. Nunca a Alemanha teve tantas condições para conseguir, a pedido das outras nações, a hegemonia que não alcançou por outros métodos.

Países do centro e Bruxelas estão a pretender impor um modelo que poderá não seguir os trâmites democráticos que a tradição europeia exige. Por outro lado, reconheça-se que escolher o lento caminho democrático levará, com grande probabilidade, à desintegração do euro, da UEM e quiçá da UE.

Não é uma escolha fácil, mas 2012 deverá ser clarificador. Provavelmente, a opção escolhida pela generalidade dos países não será a da ratificação democrática.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 17 de Novembro de 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Diversificar


Surpreende a história recente de HortaOsório, CEO do Lloyds, um dos maiores bancos do mundo? O português passou de líderbrilhante e com uma intensidade sem precedentes (7 dias por semana, 18 h/dia) aum executivo cabisbaixo, desmotivado e desamparado, sem capacidade de liderar.

Acabou por encostar às boxes, resignado. A lição é óbvia: a vida tem de ter diversificaçãode interesses, com equilíbrio entre trabalho, família e terceiros interesses.  Qualquer comportamento mono enfocado e degrande intensidade tem de ser necessariamente temporário.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O joio e a floresta

Tempos difíceis exigem maior sentido crítico: saber separar o trigo do joio e não confundir a árvore com a floresta.

A este propósito parece-me perigoso – além de demagógico – o caminho que se vem seguindo de perseguição às remunerações mais elevadas. Se não percebermos que talento e criatividade são portas de saída da situação em que nos encontramos, jamais conseguiremos alicerçar um plano de sucesso.

Tal como é louvável corrigir oportunismos e injustiças, é fulcral premiar e distinguir o mérito, resistindo à tentação de cortar os picos para nivelar – não traz melhores resultados e inibe muitas soluções.

Luís Ferreira, Exertus - Consultores.

Publicado no jornal Metro em 10-Nov-2011

Bancos mais seguros?


A banca nacional pode necessitar de capitais do Estado, com eventual nacionalização a prazo, o que suscita a questão sobre a segurança dos depósitos.

Naturalmente, bancos mais capitalizados conferem mais segurança e não parece haver, ao nível da zona euro, abertura política a que os clientes possam perder depósitos, sob pena de uma corrida aos bancos que os responsáveis europeus tudo farão para evitar.

Existe um fundo de garantia que pretende “proteger” 100 mil euros por titular/conta e que mesmo que não tenha capacidade de fazer face a um desmoronar do sistema, pode servir de bitola a um auxílio aos depositantes no caso de um problema desse tipo.

Portanto, mais do que a propriedade ou o capital dos bancos, poderá ser mais relevante o montante por conta/banco.

 

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 11 de Novembro de 2011

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

EDP & Facebook

A EDP baniu um utilizador por contestar o plano nacional de barragens, alegando o seu código de conduta. O utilizador partilhou isso na rede com uma imagem e explodiram as criticas à esmpresa. Em segundos, milhares de pessoas entraream no site da eléctrica para contestar ou gozar.

A empresa demorou a reagir e explicou que podem ser colocadas opiniões, mas que existe um código de conduta (...). Em suma, não pediu desculpa. Não acalmou ninguém, irritou ainda mais gente e a bola de neve continua a crescer. Está a acontecer agora.

Lições :

1- Escrever um codigo de conduta não chega quando as pessoas não concordam com ele. Salvo insultos ou ameaças, apagar posts é simplesmente inadequado.

2 - Pedir deculpa rapidamente e mostrar humildade genuína é o unico caminho.

Pedro Barbosa

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A Cultura e a Crise

Sim é importante. A Cultura contribui significativamente para o desenvolvimento do conhecimento e da criatividade de um País; para além de ser estratégica para o fortalecimento da Identidade Nacional.

Conhecimento e criatividade são fundamentais para a resolução da crise e, com a inevitabilidade de “Mais Europa”, a Identidade Nacional necessita do seu contributo.

Não sendo uma das funções fundamentais do Estado como a Justiça ou a Defesa, não deve ser grátis mas, como a Educação, “engenhosamente” colocada ao serviço do desenvolvimento.

António Jorge

Consultor e Docente Universitário

Publicado no Jornal Metro em 14Out11