No início da semana a divulgação de uma taxa de inflação de 4,0% na Zona Euro veio reforçar a postura mais agressiva por parte do BCE. Trichet considera que se o banco não agir de forma “decisiva” há riscos de que a inflação possa “explodir”. O presidente do banco central está confiante que a situação possa ser controlada.
O governador Liebscher também afirmou que tudo se fará para evitar uma subida nas expectativas de inflação, ao mesmo tempo que referia que os fundamentais económicos estão positivos. É neste ponto certamente que a maioria dos consumidores europeus discorda, havendo políticos como Sarkozy que não têm qualquer problema de o dizer abertamente. Na opinião do presidente francês, numa altura em que a França vai tomar a liderança da UE por um semestre, não faz qualquer sentido subir taxas, pois tal não evita a subida da inflação e por outro lado condiciona o crescimento económico.
O ministro da economia alemão pede aos políticos europeus que não tentem condicionar a actuação do BCE, já tal tende a ser contraproducente. Tendo a Alemanha revelado uma queda do desemprego para o nível mais baixo dos últimos 16 anos, percebe-se que a aflição dos alemães não se pode comparar à de outros países da UE. Um dos casos mais complicados é certamente a Espanha, que reportou mais uma quebra da actividade industrial para os valores mais baixos desde que as estatísticas são divulgadas, tendo o índice caído de 43,8 para 40,6. Apesar de o governo tentar passar a mensagem que o país não está a entrar em recessão, o facto é que uma quebra anual de 30,8% nas vendas de automóveis em Junho aponta exactamente nesse sentido...
Pensamos que Trichet estará mesmo preocupado. "Inflação gera inflação" e se este comboio embalar o suficiente será depois muito difícil de travar.
O que nos parece é que estes riscos já eram evidentes há mais tempo...
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