quinta-feira, 28 de maio de 2009
PuraMente #19 - A Lógica Oculta da Vida
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Harvard Trends #6 - Brain Outsourcing
Let´s get physical
terça-feira, 26 de maio de 2009
Puramente #18 - Competitive Intelligence
Porque sobe o preço do petróleo?
Do lado da oferta não se pode falar de uma escassez de petróleo, mas nota-se que os membros da OPEP estão a agir de forma mais concertada.
É na procura que se encontram as causas. A procura "física" de petróleo não está ainda a aumentar, excepção feita aos reforços de reservas estratégicas de alguns países. Já a procura para investimento tem aumentado consideravelmente. É habitual que os mercados antecipem os ciclos económicos, pelo que esta procura por investidores é sinal de confiança. Há outros factores, mais interessantes. Receia-se uma espiral inflacionista no futuro, provocada pelas injecções de liquidez feitas pelos bancos centrais e pelos planos de intervenção dos governos. Compra-se petróleo para cobrir o risco de inflação já que se os preços subirem, o petróleo tenderá a subir mais. O dólar poderá desvalorizar mais, o que também atrai compradores às matérias-primas. Em resumo, a subida é mais suportada no investimento que na procura "física".
Investir em petróleo é possível em várias formas: contratos de futuros e equiparados, fundos, índices e acções do sector. Mas é pouco sensato que um investidor não experimentado entre no mercado sem aconselhamento adequado. Não que a sua opinião seja pior que a dos "experts", mas porque são instrumentos financeiros com complexidade, em que é simples perder-se muito dinheiro sem se saber muito bem porquê.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Artigo publicado no jornal Meia Hora em 26 de Maio de 2009
segunda-feira, 25 de maio de 2009
A nossa neve
A recente publicação de normas ambientais para o planeamento, projecto, construção e exploração dos campos de golfe, vem ajudar a desmistificar a ideia de que o Golfe é inimigo do ambiente. Na realidade, é a prática desportiva que mais interage com o ambiente e que se preocupa cada vez mais com estas questões, com relevância no crescimento do mercado europeu de golfe, estimado em 1 milhão de viagens por ano (motivação primária) e prevendo-se uma duplicação deste valor até 2015.
A nova visão do Golfe que se tem vindo a sentir por parte dos organismos e entidades em matéria de ambiente, tem assim contribuído para que o golfe se afirme cada vez mais como um sector estratégico da economia nacional que, bem dinamizado, poderá representar para um futuro não muito longínquo, o que a neve representa para a receita turística de muitos países europeus.
Pedro Sequeira
Será que pega?
Um dos sinais de que um produto poderá singrar é o tipo de investidores que nele aposta. Warren Buffet adquiriu no Outono passado 10% da BYD por 230 milhões de dólares. Esta empresa chinesa de automóveis eléctricos obrigou-o a abandonar um dos seus princípios - conhecer bem o negócio. No entanto, entendeu que estava perante uma enorme oportunidade, num sector que ainda é estranho para a maioria.
Esta semana, os Estados Unidos aprovaram novos e ambiciosos limites para as emissões de gases por veículos automóveis. A lei, a responsabilidade ambiental e a moda tenderão a ajudar o carro eléctrico a conquistar mercado, logo que as performances e autonomia sejam aceitáveis.
A indústria tem resistido a desenvolver o mercado, dado que parte importante das receitas advém da manutenção e não da venda dos veículos. Sabe-se que os motores eléctricos necessitam menos de manutenção, pelo que há uma ameaça ao modelo de negócio. Porém, há a consciência por parte dos construtores da oportunidade “única” na renovação global do parque automóvel, em que o first mover será muito premiado.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Artigo publicado no jornal Meia Hora de 22 de Maio de 2009
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Harvard Trends #7 - Crédito Peer to Peer
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Período de Lazer - Importante em Época de Crise
quarta-feira, 20 de maio de 2009
O Último Tango
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Primeiro Aniversário
Os 6 fundadores continuam hoje a escrever regularmente neste espaço, onde se privilegiam intervenções pensadas e centradas não tanto em opiniões momentâneas, mas em conteúdos "de fundo".
Num ano e mais de 250 intervenções, das quais 220 publicadas em jornais nacionais, o Mercado Puro parece ter vindo para ficar. Hoje, está ligado a vários jornais - Meia Hora, Jornal de Negócios e Vida Económica como mais regulares - que publicam em primeira mão estas colaborações de cerca de 40 autores diferentes. Mas é sobretudo ao Sérgio Coimbra que queremos agradecer, por ter acreditado na fiabilidade e potencial do projecto desde o primeiro dia.
Vários textos do Mercado Puro são hoje publicados em órgãos de comunicação de referência em países como Moçambique ou Cabo Verde e muitas outras novidades estão a ser preparadas, sempre com este posicionamento 100% livre, desligado de interesses de quaisquer natureza que não sejam a discussão de temas que entendemos de importância.
As últimas e mais importantes palavras ficam para os incansáveis autores que fazem do Mercado Puro o espaço que é hoje. O tempo vai passando, a memória fica e não há como vos agradecer.
Domingos rotativos
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Portugal dá prejuízo
Portugal, no seu todo, não é diferente. Se enquadramos o país no contexto europeu, percebe-se que é para a Europa o que as tais regiões "deficitárias" são para Portugal. A conclusão não poderá ser outra - Portugal é dependente do "centro" da União Europeia.
Evita-se falar do saldo da balança comercial. É como lixo atirado para debaixo do tapete. E sabemos que o lixo continua a acumular, mas o tapete vai dando para receber as visitas e ignora-se o problema. Analisando os números do comércio internacional de Dezembro a Fevereiro verifica-se que o défice comercial com os países fora da UE é de 617 milhões de euros. Parece muito, mas nem é tanto. É comportável e até diminuiu, por força da crise económica. Mas face aos países da UE o saldo negativo manteve-se quase inalterado nos 3.75 mil milhões de euros (6 vezes mais do que com o resto do mundo). Esta sim, é uma situação insustentável.
Como não se perspectivam alterações estruturais, é de esperar uma cada vez maior dependência económica face aos países que nos financiam. Com a dependência económica virá, inexoravelmente, a dependência política.
E seja com um federalismo formal ou virtual, Portugal será cada vez mais uma mera província da Europa. Uma "região autónoma" que dá prejuízo.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Meia Hora em 15 de Maio de 2009
terça-feira, 12 de maio de 2009
Finalmente a Cultura?
Vencidos os programas infra-estruturais; completadas as mais marcantes necessidades de equipamentos sociais; esgotadas as grandes verbas para arranjos urbanísticos; é tempo das cidades pensarem e decidirem o seu futuro – como e onde se querem posicionar na disputa pela qualidade de vida dos cidadãos.
Já não basta ter largos passeios enquadrados por modernos edifícios com esplêndidas vistas. À nova cidade exige-se mais: inconformismo, irreverência, pluralismo. Que seja lugar pleno, onde o talento possa encontrar a criatividade.
Assim, queria que a próxima equipa a liderar a minha cidade fosse capaz de nos desafiar para respondermos juntos à mais elementar das questões: que valores vamos promover na nossa cidade nos próximos 4 anos? Desde o início, onde a visão vem muito antes das políticas (as opções), importa debater: como vamos redesenhar este espaço-tempo para que seja mais e melhor para todos? Como queremos que a nossa qualidade de vida se desenvolva? Depois, para além do conformismo e do impossível, será importante a capacidade de concretizar estratégias inovadoras, arrojadas e desafiantes.
Como alterar a cultura da nossa cidade? – Este seria um bom mote para o debate público (que também pode ser político) que se avizinha. Esta mudança só pode ser feita através de comunicação implicativa, que demanda relação e transparência; exige informação clara e directa; e constante envolvimento dos cidadãos, co-responsabilizando-os nas decisões, nas escolhas, enfim, na construção do futuro colectivo.
Publicado no Jornal "Meia-Hora" em 12-Mai-09.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
PuraMente #17 - Tribos
Nome: Tribos - Precisamos de um líder
Autor: Seth Godin
Data: Outubro de 2008 - Lua de Papel
Frase: "Ideias que se propagam, vencem"
Palavras Chave: Mudança; Iniciativa; Líder vs Gestor; Comunicação; Envolvimento; Status quo; Medo;
Apreciação: ***
"Tribos" fala sobre aquela que é considerada a forma de marketing e comunicação mais poderosa - a liderança - e de como qualquer um de nós se pode tornar líder, criando movimentos que interessem às pessoas. O livro gerou um "buzz" instantâneo ao mostrar que temos mesmo o poder e a capacidade de promover a mudança. O autor defende que todos desejam identificar-se com uma ideia, uma tarefa ou um objectivo e que, por isso, precisam de ser lideradas. Ou seja, queremos algo de novo, queremos mudança, mas o papel de cada um pode variar entre a liderança, a simples adesão ou a indiferença.
A primeira surpresa do livro é que não tem, aparentemente, uma estrutura organizada. Não há uma introdução, capítulos, conclusão ou um índice, o que concretiza a vontade de o autor em quebrar com o status quo, algo que nos acompanha ao longo de "Tribos". As ideias são passadas através de pequenos textos, muitas vezes independentes entre si. Isso permite que a qualquer momento se folheie o livro e se leia um par desses textos, o que é uma vantagem e se enquadra na tendência actual de passar mensagens de forma rápida, directa e acessível. Os textos oscilam quase sempre entre as ideias de tribo, liderança, promoção da mudança e motivação para a acção.
Seth Godin explica que "liderar não é gerir", sendo muito crítico relativamente aos gestores. Liderar é criar a mudança em que se acredita, enquanto que gerir é a mera manipulação de recursos para se fazer um trabalho que já se sabe. Gerir não provoca mudança: pelo contrário, promove uma estabilidade que o autor considera ilusória.
O livro é de leitura simples e rápida, embora seja algo repetitivo. Não será essencial para todos, mas ajudará a entender melhor este conceito de "tribo" e poderá servir de elemento motivacional para os leitores.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
domingo, 10 de maio de 2009
Harvard Trends #6 - Quickwins
PuraMente #16- The Future of Management
Autor: Gary Hamel
Data (Original): Dezembro 2007
Frase: ”Management is out of date”
Keywords: Management Innovation; Management DNA disruption; Reinvent; Adaptability; Change;Discipline & Freedom;New Management S-Curve
Apreciação: *****
O livro começa precisamente por dizer que a gestão actual está ultrapassada e que não serve para o futuro. O autor estabelece que, depois de anos a optimizar a eficiência operacional, as empresas devem agora centrar-se na eficiência estratégica, cujo impacto é importante para o presente e determinante para o futuro. Hamel é claro quando refere que a obra não tem a presunção de partilhar uma visão com os leitores, antes de ajudar os gestores a inventar o futuro. Da inspiração à realidade, o autor conduz os leitores por técnicas e tácticas, estratégias e teorias, sempre personalizadas com exemplos reais, descritos com o detalhe que um livro destes merece.
Pedro Barbosa
www.puramenteonline.com
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Iniquidades (*)
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Crime e Castigo
Em economia, tudo é uma questão de tempo. Era necessário reduzir a rigidez do mercado e dos custos associados à criação de emprego. Não aconteceu “a bem”, mudando a legislação numa conjuntura mais favorável a acomodar os efeitos negativos. Acontece agora “a mal”, com as empresas a procederem aos acertos necessários ou, pior, a cortes irremediáveis que acompanham o seu processo de falência.
Há três tendências a notar: o desemprego, o outsourcing laboral e o subemprego. Do desemprego muito se fala, mas há outros fenómenos que merecem atenção. As empresas estão a deixar de contratar, recorrendo a empresas de trabalho temporário. Através deste outsourcing flexibilizam a mão-de-obra e o trabalhador é pago a “recibos verdes”. Mais grave é a situação de subemprego. Há cada vez mais trabalhadores a receber em dinheiro vivo, salários baixos, que acumulam ao subsídio de desemprego. Sabe-se de empresas que despedem os funcionários, voltando a “contratá-los” com total informalidade. Perde o Estado e perde o trabalhador.
Enquanto não se compreender que flexibilizar dá sustentabilidade ao mercado do trabalho e que as as medidas proteccionistas implicarão mais emprego precário, continuaremos a ter períodos de ineficiência seguidos de desemprego, subemprego, outsourcing e economia informal. Não será por acaso que as receitas do IVA desceram muito mais do que o PIB.
É o castigo.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Meia Hora em 6 de Maio de 2009