Discutido vezes sem conta, o assunto da abertura das grandes superfícies aos Domingos e feriados já atingiu um estado de quase-consenso entre economistas e gestores do país. Provado que está que a medida gera mais emprego para o país e é catalizadora de aceleração da competitividade que tão fundamental é para o país no contexto internacional, o Governo continua a travar a liberalização, por motivos de natureza politica. À semelhança do que se passa com os impostos Robin Hood, são medidas que evitam o progresso, em nome da satisfação relativa da esquerda, que neste âmbito lidera a demagogia nacional, introduzindo temas fantasma como “protecção do comércio tradicional” .
Os variadíssimos estudos sobre esta matéria são claros : a abertura aos Domingos não prejudicam o comércio tradicional, até porque hoje existem centenas de supermercados abertos ao Domingo, para não falar dos centros comerciais. Se havia danos colaterais, eles estão absorvidos.
Nesta altura de crise de emprego, a abertura do comércio ao Domingo permitiria insuflar na economia milhares de novos postos de trabalho, combatendo o mais complicado problema de 2009 : o emprego.
No entanto, e se o Governo português não tiver a coragem politica para tomar esta iniciativa, sugere-se a introdução de fechos rotativos, ou seja, da obrigatoriedade de fecho um dia (neste caso em todas as lojas e não só nas que têm mais de 2.000m2), escolhendo cada operador qual o dia da semana que optar por permanecer fechado. Desta forma gera-se mais emprego, beneficia-se os clientes finais e os impactos no comércio tradicional são fortemente positivos.
5 comentários:
Na minha perspectiva, a questão deixou de ser meramente técnica e passou a ser cultural: não se trata de saber se as aberturas ao Domingo geram mais ou menos emprego; trata-se de saber o que é que os Portugueses fariam sem abertura de lojas ao Domingo?
Presentemente estou expatriado na Suíça, país onde o comércio, tradicional ou não, está fechado ao Domingo. A mim, parece-me que Portugal está num extremo e a Suíça no outro. Em Portugal, está quase tudo aberto ao Domingo e até bastante tarde. Na Suíça está tudo fechado ao Domingo.
Mas o que interessa salientar é que os Portugueses adaptaram a sua forma de vida à abertura do comércio ao Domingo. E os Suíços adaptaram a sua forma de vida ao fecho do comércio ao Domingo. Não estou interessado em fazer juízos de valor sobre quem está bem ou quem está mal. O que me interessa, sinceramente, é demonstrar que este debate vai muito para além das questões da economia.
Na minha opinião, a abertura ao Domingo é irreversível em Portugal. Está enraizada nos hábitos e na cultura do lazer. Agora só não entendo que se procurem soluções de meio termo, do género lojas acima de X metros quadrados fecham e lojas abaixo de X metros quadrados podem abrir. Para mim, esta uma questão de extremos: ou se abre tudo ou não se abre nada. Andar à procura de fórmulas matemáticas para regular isto parece-me um disparate. Mas enfim, dá para andar uns anos a debater e a fazer contas. Fado, nosso Fado.
Este tema da abertura do comércio ao Domingo já tem barbas no quotidiano do lobby e contra-lobby português sobre este tema. Acho que os horários devem ser completamente liberalizados e a protecção do comércio tradicional está à vista com o que se passa no centro das cidades, desertas de pessoas que lá vivem e podem usar o comércio tradicional.
Se eu mandasse aceitava uma troca: Autorizava a abertura aos domingos, contra a redução dos prazos de pagamento aos fornecedores por parte das grandes superfícies, deixando de fazer um squizze inaceitável à já tão pequena e débil indústria nacional.
A maioria (70%) dos consumidores e dos portugueses quer comércio liberalizado aos Domingos, por todas as razões - emprego, conveniência e evolução - mas mudar é dificil, porque falta muitas vezes o mais importante : coragem para saber responder de forma racional e com dados aos que preferem sempre que tudo esteja como está para proteger o interesse dos instalados...
Bom comentário esse dos hábitos dos portugueses, é uma outra forma de ver as coisas....
Pedro, já quanto à tua proposta, não vejo qualquer relação lógica entre uma coisa e outra, nem muito menos forma de logisticamente as controlar,s e fizessem sentido como pacote.
Pedro. A lógica é de uma negociação pura e não de mera logística integrada. Para mim, tudo é possível de negociar. Neste caso, o Estado alteraria a legislação de forma a permitir a abertura aos domingos das grandes superfícies e deveria pedir em troca, uma atitude responsável perante a grande maioria de fornecedores destes espaços (muitos dos quais com grande peso na nossa débil economia nacional), pagando mais cedo. Falo abertamente de "bottle neck" terroristas e, pegando nas tuas palavras, "há os que preferem sempre que tudo esteja como está para proteger o interesse dos instalados...".
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