Muito se tem discutido sobre o investimento em obras públicas no nosso país, quais os projectos prioritários, e o seu real contributo como catalisador da economia nacional. O governo anuncia avanços, mas nunca apresentou um plano global de investimento, nem tão pouco apresentou medidas que pudessem acelerar os processos de adjudicação.
Outro grande desígnio nacional tem sido a aposta em energias renováveis, mas na área em que se prevêem impactos mais significativo, os parques eólicos off shore, nada se apresentou.
E o que anda a fazer o resto da Europa a este respeito? Dois exemplos muito recentes podem ser apontados:
Os nossos vizinhos, à boleia de uma renovação ministerial, traçaram um plano para o investimento em infra-estruturas públicas de aproximadamente 20.000 milhões divididos por alta velocidade, rede ferroviária, estradas e aeroportos. Reduzirão prazos nas declarações de impacto ambiental e eliminarão obstáculos burocráticos na disponibilização das verbas. Quanto ao critério da distribuição geográfica dos investimentos, pressões políticas à parte, será o da criação de maior número de postos de trabalho.
O Reino Unido acaba de anunciar um concurso público para instalar 25.000 (MW) de energia eólica marinha até 2020 (que ocupará cerca de 3.600 Km2 de mar). Em 2025 esta fonte de energia no mar gerará mais emprego do que a terrestre.
O ano eleitoral vem baralhar o avanço de investimentos estruturantes no nosso país, mas não pode servir de desculpa. Porque na verdade, como em vários outros aspectos, basta saber olhar para os lados para não nos enganarmos muito no caminho.
Publicado no Jornal Meia-hora em 28.04.2009
Sem comentários:
Enviar um comentário