Ao longo da nossa História ocorreram várias crises e apesar da actual - “bolha” imobiliária e de crédito nascida nos EUA em 2007/2008 - ainda não ter terminado, também já faz parte dos registos dessa História. Os mais incautos demonstram sempre uma grande surpresa pelo surgimento das crises, tentando encontrar rapidamente os seus responsáveis e as razões da sua origem, levando à exploração máxima da sua teorização e, consequentemente, à divulgação de estudos e opiniões que tentem ajudar a encontrar saídas para a crise, muitas vezes desmistificando-a para tentar criar uma “onda” de optimismo que, ajude a ultrapassar os obstáculos e detectar oportunidades.
Mas, olhando para um estudo da variação percentual do Índice S&P 500, http://wallstreetblips.dailyradar.com/story/total_returns_from_1825_to_2008/, http://pt.wikipedia.org/wiki/S&P_500
podemos constatar que dos últimos 184 anos 30% apresentam variações negativas, ou seja um total de 55 anos. Ainda com base na análise deste Índice, o ano de 2008 ficará para a história como um dos piores de sempre, apresentando uma variação negativa superior a 30%. Igual ou pior só mesmo os anos de 1931 e 1937, com variações negativas superiores a 40 e 30%, respectivamente.
As crises acompanham-nos portanto ao longo de décadas e a actual, só deve ser considerada uma surpresa pela dimensão com que se manifestou, havendo quem a compare a um misto da Grande Depressão (1929-1932) e do Choque Petrolífero (1970). Aliás, se compararmos as principais características destas duas crises com a actual, em todas elas tivemos crise, no crédito, uma “bolha” nas matérias-primas, um problema de inflação e um problema de deflação (ainda possível na actual crise). A incógnita que ainda permanece é a duração que esta recessão global vai durar, incerteza que perturba a apetência pelo risco por parte dos investidores.
Mas, apesar dos mercados do crédito ainda não estarem a funcionar normalmente, dificultando o financiamento da actividade económica, e o mercado habitacional dos EUA ainda não ter estabilizado, já se nota que os menos incautos (investidores bem informados) andam a aproveitar alguma tendência flat do mercado, assumindo maiores riscos e a melhorar os seus retornos.
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