Vencidos os programas infra-estruturais; completadas as mais marcantes necessidades de equipamentos sociais; esgotadas as grandes verbas para arranjos urbanísticos; é tempo das cidades pensarem e decidirem o seu futuro – como e onde se querem posicionar na disputa pela qualidade de vida dos cidadãos.
Já não basta ter largos passeios enquadrados por modernos edifícios com esplêndidas vistas. À nova cidade exige-se mais: inconformismo, irreverência, pluralismo. Que seja lugar pleno, onde o talento possa encontrar a criatividade.
Assim, queria que a próxima equipa a liderar a minha cidade fosse capaz de nos desafiar para respondermos juntos à mais elementar das questões: que valores vamos promover na nossa cidade nos próximos 4 anos? Desde o início, onde a visão vem muito antes das políticas (as opções), importa debater: como vamos redesenhar este espaço-tempo para que seja mais e melhor para todos? Como queremos que a nossa qualidade de vida se desenvolva? Depois, para além do conformismo e do impossível, será importante a capacidade de concretizar estratégias inovadoras, arrojadas e desafiantes.
Como alterar a cultura da nossa cidade? – Este seria um bom mote para o debate público (que também pode ser político) que se avizinha. Esta mudança só pode ser feita através de comunicação implicativa, que demanda relação e transparência; exige informação clara e directa; e constante envolvimento dos cidadãos, co-responsabilizando-os nas decisões, nas escolhas, enfim, na construção do futuro colectivo.
Publicado no Jornal "Meia-Hora" em 12-Mai-09.
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