quinta-feira, 28 de julho de 2011
Redes Sociais: Notoriedade ou Reputação?
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Não se gere o que não se mede
"Não se gere o que não se mede e não se mede o que não se conhece".
A frase é atribuída ao norte-americano Edwards Deming e vem a propósito da intenção do novo ministro da Saúde de exigir relatórios mensais sobre o desempenho dos hospitais, centros de saúde e serviços do Ministério.
É certo que os inícios são sempre promissores, mas deixemo-nos contagiar pelo optimismo de pensar que, finalmente, se deixará de gerir a coisa pública através da intuição, suposições e pressões de vários tipos, para finalmente implementar sistemas racionais de gestão.
No fundo, trata-se de defender o próprio Sistema Nacional de Saúde.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 27 de Julho de 2011
terça-feira, 26 de julho de 2011
Estados (des)Unidos
As atenções estão agora centradas no outro lado do Oceano, no Congresso dos EUA.
A questão à volta do aumento do tecto de dívida federal americana tem que ser decidida até dia 2 de Agosto, caso contrário o conjunto de incertezas (e certezas) para a economia mundial é de tal ordem, que todo o trabalho desenvolvido pela Europa para tentar resolver a sua crise pode vir a esfumar-se.
Apesar de muitas vicissitudes, Democratas e Republicanos têm conseguido alcançar consensos ao longo das últimas décadas, em prol do desenvolvimento da economia americana e da sua manutenção na liderança mundial económica.
Tudo leva a crer que até ao próximo dia 2, os Congressistas se irão entender. A história tem demonstrado que há sempre muita discussão à volta de problemas graves, mas no último minuto impera o bom senso, principalmente quando está em causa o “bem estar” mundial.
Veremos se a história se repete.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Um federalismo informal
As decisões anunciadas pelos europeus tiveram impacto positivo imediato nos mercados por várias razões, das quais destacaria o facto de as expectativas estarem muito baixas e por se evitar uma ruptura financeira da Grécia. Mas há alguns aspectos nas decisões da cimeira que apontam para uma vontade de alteração mais estrutural no funcionamento da UEM e que por isso podem ter impacto positivo no médio prazo.
Em primeiro lugar, ao flexibilizar o FEEF, a UEM assume uma espécie de mutualismo na dívida europeia. Ou seja, há uma lógica de financiamento comum com uma lógica de ajuda recíproca consoante as necessidades. Notar ainda que a baixa dos juros e o alargamento das maturidades para os países intervencionados, é por si só uma medida que promove a sustentabilidade da solução.
Por outro lado, quando se fala num “Plano Marshall” para a Grécia, não podemos deixar de pensar numa transição para um dirigismo da UE sobre a Grécia. Aliás Trichet fala mesmo em “Controlo Escrupuloso” das reformas a implementar.
Temos então sinais de vontade política em financiamento e direcção económicas comuns e nota-se alguma “azia” nos comentários que tenho lido daqueles que são opositores crónicos à União Económica e Monetária.
Globalmente, as decisões da cimeira europeia vão no sentido esperado em termos de tendência de longo prazo na evolução da União Europeia. A flexibilização do EFSF é uma aproximação ao conceito de financiamento conjunto e risco partilhado pela UEM. Simultaneamente, o acompanhamento de políticas de crescimento é um sinal de maior união económica e até política. Estamos, portanto, a caminho de um “federalismo informal”.
Só não se pode estar verdadeiramente optimista por quatro motivos:
- A Europa tem reagido muito a reboque dos acontecimentos e ha que recear que isso não se altere. Ou seja, podem não ser dados os passos necessários, em tempo útil, à implementação da estratégia.
- Dizer que o plano é só para a Grécia é convidar o mercado (e até os governos de Portugal e Irlanda) a testar essa afirmação.
- Não são nada claras as implicações do envolvimento do sector privado nesta solução, nomeadamente se houver exercício de CDS sobre dívida grega. É possível que os CDS de Portugal, Irlanda, pelo menos, sejam alvo de novo interesse.
- Notar que o FEEF é garantido por todos os países da UEM, mesmo os periféricos (que somados têm 6.2% de quota no fundo). Mas se juntarmos Espanha e Itália, chegamos a um total de cerca de 35% de quota. Isto pode gerar desconfiança sobre o fundo e/ou o agravamento dos yields dos restantes países.
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros, SA
domingo, 24 de julho de 2011
Talent Tags
Junior Achievement
Em tempo, neste blog, falamos sobre a Organização JA - Junior Achievement http://www.ja.org cujo papel em prol do desenvolvimento do empreendedorismo em Portugal andava a dar passos consistentes.
Uma equipa da Universidade do Porto surge em grande destaque internacional com o seu projecto ganhador FLICKS http://www.millenniumbcp.pt/pubs/pt/imprensa/comunicadosdeimprensa/article.jhtml?articleID=700403 .
Por detrás desta vitória há não só muito trabalho da equipa vencedora, mas também muita disponibilidade de colaboradores voluntários da JA e do Millenniumbcp, orientadores e tutores da equipa dos alunos universitários.
O sucesso da equipa vencedora, é também o sucesso dos voluntários, que seguramente ficaram mais fortes e com maiores competências para poderem assegurar a assunção de novas responsabilidades na empresa onde exercem funções.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Quem vai pagar?
As projecções mostram que nos países desenvolvidos se passará dos actuais 3.5 adultos em idade activa por aposentado para um valor abaixo de 2 para 1 em 2050. Para se ter noção da transformação em curso, o rácio era de 5.3 para 1 em 1970!
Quando em 2025 for atingido o auge em termos de idade da reforma dos “baby boomers” nos EUA, haverá dez novos aposentados por cada indivíduo a entrar no mercado de trabalho!
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 22 de Julho de 2011
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Ameaça global
O FMI está a pedir à Europa para ser mais activa na resolução dos seus problemas. Trata-se de um exercício de pressão, tendo em conta a cimeira europeia de hoje.
O próprio FMI admite que há o risco de contágio da crise da dívida ao resto do mundo.
Este é um cenário que não tem sido muito debatido, mas se os investidores mundiais encontrarem um destino de investimento credível fora do segmento obrigacionista, gerando uma “crise da dívida mundial”, estaríamos perante um verdadeiro terramoto financeiro.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 21 de Julho de 2011
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Publicidade Enganosa
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terça-feira, 19 de julho de 2011
Consumidores Pressionados
Os portugueses já estão a ajustar o seu consumo à diminuição do rendimento disponível e às expectativas menos favoráveis.
Mesmo as famílias que mantiveram o emprego e o nível salarial estão a ter um ano mais difícil porque os preços subiram, a carga fiscal directa e indirecta aumenta, as taxas de juro estão em alta e o crédito é cada vez mais escasso.
Imagine-se a pressão de quem viu o seu rendimento reduzido ou, muito pior, perdeu o seu posto de trabalho.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 15 de Julho de 2011
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Hora da Verdade
Nesta altura, é difícil sugerir uma solução para a crise que não passe por uma responsabilização conjunta dos países da zona euro pela dívida emitida ou a emitir. É claro que não será fácil, ou até possível, chegar a um acordo para responsabilidade partilhada, emissão de obrigações europeias ou a utilização do Fundo Especial de Estabilização Financeira para financiar os diversos países.
Porém, é claro que a dinâmica dos acontecimentos forçará uma mudança, que poderá ser histórica.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 14 de Julho de 2011
sábado, 9 de julho de 2011
Surda Moody's
sexta-feira, 8 de julho de 2011
Tiros no pé
É provável que as agências tenham dado um “tiro no pé”, abrindo espaço para que as suas opiniões deixem de ser tidas em conta, podendo também vir a ser substituídas por outras entidades como já tem acontecido nos Estados Unidos.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 8 de Julho de 2011
FUCK OFF
A descida do rating protagonizada pela Moody´s tem muitas desvantagens, mas tem uma grande vantagem, no meu ponto de vista. Conseguiu a união dos portugueses, pela dua indignação e sentido de consensual de injustiça, como se nos estivessem a invadir (e estão).
Este sentimento de união é um dos factores necessários à recuperação, a par com sentido de urgência. Para já, reagimos com um Fuck OFF, dudes, que de pouco vale se não servir para juntos catalizarmos força para nos reinventarmos.