Houve momento de respostas urgentes – pacificar ânimos, injectar liquidez, intervir em sectores sensíveis, acalmar mercados. Com o restaurar da confiança e a retoma no horizonte, é tempo de apostas prioritárias – aproveitar a recuperação da economia para fazer germinar novos modelos de desenvolvimento assentes em inovadores factores competitivos.
Situações exigentes requerem respostas inteligentes. Com diminuta margem de manobra, Estados, empresas e famílias, vêem-se obrigados a ser muito rigorosos e decididos nas apostas a levar a cabo. É vital ter uma noção clara dos diferentes planos de tempo onde actuam estas escolhas: destrinçar aquelas próximas, de curto prazo, das mais estratégicas dirigidas a um tempo mais dilatado. Muito perigosa é a mistura das estações. Ceder à pressão do dia-a-dia e à urgência de interesses imediatos, hipotecando o futuro, não sendo capaz de dinamizar diligentemente as acções – mais críticas – de longo prazo.
Do Estado espera-se drástico emagrecimento e séria aposta na reestruturação das principais referências da economia; das empresas, afastando-se da subsídio-dependência, que tenham resiliência e audácia, ousando uma criatividade diferenciadora; das famílias que substituam os apelos de consumo por maior planeamento do futuro. A todos é prescrita visão mais lata, menos facilitadora e menos egoísta.
Publicado no jornal "METRO" em 18-Jan-2010
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