quarta-feira, 29 de abril de 2009

Novas estruturas

A estrutura familiar condiciona os comportamentos de consumo. Se analisarmos a composição das famílias portuguesas e os produtos que lhes são dirigidos, percebemos que poucas são as empresas com consciência da mudança ocorrida na última década e muito menos as que conseguem descobrir o potencial do número crescente de famílias constituídas por uma e por duas pessoas, devendo-se grande parte a um acréscimo do número de divórcios (72% entre 1996 e 2006).

A mãe que, a meio da tarde, brinca com as crianças no jardim e o pai que chega a casa e se senta para jantar reside apenas no nosso imaginário.

Cerca de um terço dos pais empregados com filhos com menos de 15 anos recorre a serviços de apoio a crianças para assegurar o cuidado dos filhos enquanto trabalham. Após o período de prolongamento, as crianças chegam a casa na carrinha da escola e são entregues ao padrasto, dirigindo-se para o quarto onde brincam com o meio-irmão. O fim-de-semana é passado em casa do pai, com uma nova pele que integram naturalmente.

Na teia de relações familiares e no curto tempo partilhado, pais e filhos encontram novas formas de proximidade através do telemóvel e Internet. Anseiam por tempo de qualidade e procuram conveniência, comodidade e ajuda para pequenas tarefas que roubam preciosos minutos. Esperam novos pratos pré-cozinhados, take-away, pediatras e medicamentos ao domicílio, mas essencialmente novas experiências, novas partilhas e promessas de fortes recordações.

As novas famílias estão aí e tudo indica ser uma tendência perene e crescente. Espera-se uma adaptação dos negócios e que as empresas estejam atentas a novos sentidos de pertença e de identidade.

Andreia Pinho
Gestora


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