O contraste entre os mercados alimentares dos países europeus e dos países subdesenvolvidos é abissal. Senão vejamos: Foi notícia neste verão o grande aumento do preço das matérias-primas para a indústria alimentar, o que nos leva a pensar qual o impacto desta volatilidade de preços em duas famílias de rendimentos antagónicos. Assim, uma família padrão Europeia com uma receita mensal que ronde os 6.000 euros gasta 20% em alimentação, ou seja 1.200 euros. Destes 20%, apenas 10% são gastos em bens essenciais tais como leite, carne e cereais, ou seja estes últimos representam 2% do total gasto em alimentação, isto é apenas 24 euros. Em contraponto, uma família africana de um país subdesenvolvido e que aufere um rendimento mensal que ronda os 43 euros, gasta por mês em alimentação 80% desse rendimento, ou seja 34 euros. Desses, o arroz e os restantes cereais representam 70% do total da alimentação, ou seja representam 60% do total gasto em bens essenciais, isto é 20 euros e 40 cêntimos. Deste cenário se concluiu que, para os europeus, um aumento significativo no preço das matérias-primas, pouco impacto tem nos gastos mensais em alimentação base, no entanto, para uma família africana subdesenvolvida, é a diferença entre a subsistência e a fome. É certo que estamos a viver uma fase em que o preço das matérias-primas voltou a valores razoáveis, no entanto, a volatilidade destes preços ditará sempre a melhor ou pior sorte destes povos subdesenvolvidos, uma vez que a Europa mantêm uma política paternalista (porque lhe dá jeito escoar os excedentes) em vez de uma política de formação adequada e que permita o auto desenvolvimento desses países, nomeadamente neste sector primário. Verdade ou mentira?
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