Mostrar mensagens com a etiqueta André Castro Pinheiro. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta André Castro Pinheiro. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Nova Liderança

Nunca, como agora, os lideres e respectiva liderança estiveram tanto em causa, com os reflexos a serem maiores nos sectores mais afectados pela actual conjuntura. Tem-se assistido a diversas mudanças na gestão de topo e, eventualmente, muitas mais ficaram por fazer, consequência de um Corporate Governance mais conservador e onde a cúpula ainda se mantém imune à responsabilização pelos resultados. Mas, se algumas mudanças positivas nos foram impostas por esta conjuntura, a forma como se avalia a liderança e a responsabilidade que se exige da mesma foi, com certeza, uma delas.
Para além da definição da Visão, Missão e estratégia, os lideres têm de estar, essencialmente, ao serviço da empresa - dos colaboradores, dos accionistas, de todos os stakeholders e da sociedade em geral - de uma forma responsável, ética e com um sentimento de missão. Como tal, não havendo resultados, ou verificando-se que o caminho seguido não se vem revelando como o mais profícuo, a substituição do líder deverá aparecer como uma das primeiras alternativas.
E, note-se, que não julgo tratar-se de uma questão de vencimentos, ou da dimensão dos prémios de gestão, como agora se tornou fácil e trendy julgar. Se o cálculo dos mesmos se basear na criação de valor - efectivo e duradouro - para a empresa, colaboradores e accionistas, o valor dos prémios dos órgãos de gestão será, com certeza, legítimo e enquadrável numa lógica de mercado.
Importa então, depois da tendência da Liderança Inspiradora, valorizar e exigir uma liderança responsável e uma conduta eticamente intocável na gestão de topo.
André Castro Pinheiro

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A Conjuntura e a Indústria Automóvel

A indústria e mercado automóvel não têm sido excepção a este ciclo de abrandamento e correcções - e de crise para muitos - e os seus efeitos fazem-se sentir em diferentes quadrantes.
As previsões de vendas de automóveis para os anos de 2008 e 2009 estão a ser revistas em baixa, numa expectativa crescente de que o pior ainda está para vir. Aponta-se para uma inversão do ciclo a partir de 2010, com o mercado a atingir, em 2012, os volumes alcançados em 2007. Ao nível dos fabricantes, em que os maiores players já se encontravam enfraquecidos desde há alguns anos, tem-se verificado um crescente corte nas produções, os agora famosos temporary layoff, e também o encerramento de algumas fábricas. Os maiores afectados são aqueles que já se encontravam em sérias dificuldades antes de se ouvir falar em subprime, nomeadamente os três grandes construtores americanos - General Motors, Ford e Chrysler. Ainda esta semana se falou, por diversas vezes, do pedido de auxílio destes fabricantes, ao abrigo do plano Paulson, sem o qual o seu colapso será inevitável. Mas o que efectou todos os fabricantes em geral e "condenou à morte" os que já se encontravam em grandes dificuldades antes do início deste ciclo, foram, simplesmente, o aumento do custo do capital e a contracção do mercado. Estes dois factores estão a inviabilizar o cumprimento dos objectivos de volume e resultados (linha de cima - linha de baixo) dos fabricantes, levando-os a cortar os volumes de produção e à tentação de diminuírem os planos de desenvolvimento de novos modelos. E é precisamente nesta última medida - plano de desenvolvimento de novos modelos - que se fará a diferença entre os que sairão mais fortes e preparados deste período e aqueles que sucumbirão ou serão absorvidos por outros. Não existe nada mais arriscado que ceder à tentação de diminuir o investimento em I&D de novos modelos. Novos, diferentes e inovadores modelos são essenciais para qualquer marca ganhar quota num mercado saturado, procurando nichos e "oceanos azuis" que se traduzam em mais vendas e preservação de margens de comercialização. O desafio agora é - que automóveis se irão vender no futuro?