Depois de nos últimos anos termos assistido a um conjunto generalizado de reformas “douradas” antecipadas em empresas privadas, públicas e organismos do Estado, será que é desta que o sistema das reformas vai mudar radicalmente? Ou pelo contrário, será que a retoma vai fazer esquecer a importância do tema da sustentabilidade da segurança social e vamos continuar com paliativos?
De acordo com estudos da Comissão Europeia, em termos médios, é esperado que até 2050 o número de cidadãos das faixas etárias acima dos 55 anos cresça exponencialmente. Por outro lado, é unanimemente aceite que é necessário garantir o equilíbrio e a sustentabilidade dos sistemas nacionais da segurança social, e que não é possível continuar a existir uma política de gestão de pessoas que generalize a atribuição de reformas antecipadas ou reformas após 35 anos de serviço.
Estes dois factores, ou seja, a inevitável alteração de grupos etários até 2050 por um lado e a necessidade de equilibrar os sistemas da segurança social por outro, vão exigir um enfoque das empresas e do Estado, enquanto empregadores, na implementação de medidas que apliquem e reforcem o princípio da solidariedade inter-geracional isto é, caberá aos trabalhadores no activo gerar os resultados necessários para fazer face às futuras responsabilidades com pensões.
Sabendo-se também que habitualmente há uma tendência para que os níveis de satisfação (e a tal felicidade que tanto se fala) estejam inversamente relacionados com a antiguidade no trabalho activo, será muito provável que se assista a uma tendência para a definição de objectivos que aumentem o envolvimento dos trabalhadores de faixas etárias superiores, potenciando os seus níveis de satisfação (felicidade), motivação e desempenho.
Mas se é provável que a experiência passe a ser considerada uma mais-valia, que deve ser valorizada e potenciada, os mais novos, à procura do primeiro emprego, “terão que dar largas à imaginação”, aguçando o seu espírito de empreendedores.
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