Quando escrevo este texto (sexta-feira 18) a Conferência de Copenhaga está num impasse. Apesar da presença dos principais líderes Mundiais, o último dia deste encontro não trouxe ainda quaisquer novidades sobre o cenário de combate às alterações climáticas num cenário pós-Protocolo de Quioto.
A discussão centrou-se na definição de objectivos de redução de emissões de gases com efeito de estufa (80 % de redução até 2050 para os países ricos é uma das propostas), no financiamento aos países subdesenvolvidos e no papel que as economias emergentes terão num futuro acordo climático. Mas esta foi também a conferência onde ficou evidente que a nova ordem Mundial também existe para as questões climáticas (as 2 maiores potências, EUA e China, são também os maiores emissores e decisores) e que a clivagem entre as intenções dos países “ricos” e as expectativas de desenvolvimento dos países “pobres” é uma realidade.
Esta falsa partida do sucessor de Quioto traduz-se numa oportunidade perdida. Uma oportunidade para se iniciar a alteração de paradigma energético e dos nossos hábitos de consumo, mas também para nos adaptarmos de forma decisiva às consequências das alterações climáticas. Com ou sem acordo vinculativo as mudanças são necessárias e urgentes. As discussões certamente continuarão mas um acordo eficaz só existirá com uma efectiva partilha de responsabilidades entre todos. Aguardamos as cenas dos próximos episódios durante 2010.
Francisco Parada
Engenheiro Artigo publicado no Jornal Metro de 21 de Dezembro
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