O economista Ludwig von Mises disse em 1944 que "para uma expansão sólida da economia é necessária uma quantidade adicional de bens de investimento e não apenas dinheiro e outros meios financeiros". A frase e tão actual que parece ter sido escrita há cinco minutos.
É fácil perceber que a economia se comporta de forma inevitavelmente cíclica. A uma fase positiva, de expansão, segue-se outra negativa, de recessão, e a quantidade de moeda disponível vai assumindo um papel central em toda a dinâmica. Governos e bancos centrais, defensores da teoria do crescimento endógeno, injectam "dinheiro" nas alturas de maior dificuldade, com o objectivo de inverter o momento mais negativo do ciclo. É isso que tem sido feito desde há um ano, resultando em taxas de juro baixas e muita moeda a ser emitida. Mas, mesmo com esses estímulos, o que se observa é uma enorme dificuldade em o investimento arrancar fora dos mercados financeiros.
Ao que parece não existe muita vontade por parte dos investidores, o que se compreende dadas as muitas incertezas. Mas o problema maior parece estar do lado dos bancos. Não emprestam, nem querem emprestar. A liquidez do sistema bancário é maior do que há um ano atrás, mas os bancos estão mais interessados em investir nos mercados de capitais, gerando comissões e valorizações, do que em conceder empréstimos. Percebe-se, porque o risco é alto, mas o velho economista Mises tem toda a razão.
O risco de colapso pode ter passado, mas sem investimento "a sério" a economia não sobe degraus..
É fácil perceber que a economia se comporta de forma inevitavelmente cíclica. A uma fase positiva, de expansão, segue-se outra negativa, de recessão, e a quantidade de moeda disponível vai assumindo um papel central em toda a dinâmica. Governos e bancos centrais, defensores da teoria do crescimento endógeno, injectam "dinheiro" nas alturas de maior dificuldade, com o objectivo de inverter o momento mais negativo do ciclo. É isso que tem sido feito desde há um ano, resultando em taxas de juro baixas e muita moeda a ser emitida. Mas, mesmo com esses estímulos, o que se observa é uma enorme dificuldade em o investimento arrancar fora dos mercados financeiros.
Ao que parece não existe muita vontade por parte dos investidores, o que se compreende dadas as muitas incertezas. Mas o problema maior parece estar do lado dos bancos. Não emprestam, nem querem emprestar. A liquidez do sistema bancário é maior do que há um ano atrás, mas os bancos estão mais interessados em investir nos mercados de capitais, gerando comissões e valorizações, do que em conceder empréstimos. Percebe-se, porque o risco é alto, mas o velho economista Mises tem toda a razão.
O risco de colapso pode ter passado, mas sem investimento "a sério" a economia não sobe degraus..
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Artigo publicado no jornal Metro em 26 de Outubro de 2009
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