A poucos dias das eleições, confesso que há muito que me resignei politicamente. As expectativas que tenho acerca do que sairá do próximo sufrágio são tão reduzidas que representam apenas uma esperança – sempre a última a morrer –, mas pouco mais do que isso. É que apesar de algumas diferenças programáticas aqui e acolá, nas grandes decisões, o próximo governo, provavelmente, não revolucionará nem reformará. De resto, um dos problemas que a democracia portuguesa enfrenta neste momento é a irrelevância política a que os governantes estão destinados, nomeadamente em face dos nossos compromissos europeus. E que, relembro, tenderão a acentuar-se a partir de 2013, quando Portugal passar a ser contribuinte líquido (!) da União Europeia.
Contudo, ainda estamos em 2009. E, no presente, temos um país que não mexe. Um país que não progride. Temos um país profundamente desigual, em que 58% dos agregados familiares ganham menos de 13.500 euros por ano e que são o reflexo da nossa falta de produtividade e competitividade. Mas a culpa é nossa e de mais ninguém. Portanto, ao próximo governo peço apenas uma coisa: libertem o país! Abaixo com a burocracia. Abaixo com a rigidez das leis. Abaixo com a incompetência dos tribunais. Abaixo com a má gestão dos dinheiros públicos. Abaixo com os mil e um impostos. Abaixo com os subsídios para quem não quer trabalhar. Para a frente Portugal! Enfim, esta é a minha ténue esperança.
(*) Publicado no jornal “Metro” a 24/09/2009.
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