Começa hoje o primeiro dos grandes festivais de Verão em Portugal. Se as vendas de discos estão em baixa, as vendas de bilhetes para os mais diversos festivais têm estado em alta, e prevê-se um Verão cheio de música ao vivo.
Embora em Portugal a popularidade dos festivais possa em parte ser atribuída ao baixo preço dos bilhetes, o mesmo fenómeno no resto do mundo sugere outra causa. É frequente ouvir falar nas "tours de promoção para o álbum", mas nos tempos que correm os álbuns parecem mais servir como veículo de promoção da banda junto dos organizadores de música ao vivo. O ciclo inverteu-se.
Uma crítica muito positiva num site de referência irá tornar essa banda numa das coqueluches veraneantes e a sua presença será disputada entre promotores que esperam que o nome da banda no cartaz seja o factor decisivo para que os fãs marquem presença no seu festival. Prova disso é que enquanto os lamentos das vendas minguantes de discos crescem, estamos perante uma verdadeira era dourada para a música ao vivo em Portugal, com diversas bandas conceituadas a visitar o país. O lado negativo é que já se nota alguma saturação na oferta e, por isso, alguns desses festivais têm cartazes incaracterísticos, incoerentes e mal estruturados, apenas para tentar atrair o maior número de pessoas. Ver os concertos como a principal fonte de rendimento não é novidade para as maiores bandas, mas graças à internet até bandas do circuito alternativo podem conquistar fãs desejosos de os ver ao vivo em mercados periféricos de outro continente. Tal como cantavam os Pulp em 1995 "Será assim que dizem que é suposto o futuro sentir?".
Luís SilvaEmbora em Portugal a popularidade dos festivais possa em parte ser atribuída ao baixo preço dos bilhetes, o mesmo fenómeno no resto do mundo sugere outra causa. É frequente ouvir falar nas "tours de promoção para o álbum", mas nos tempos que correm os álbuns parecem mais servir como veículo de promoção da banda junto dos organizadores de música ao vivo. O ciclo inverteu-se.
Uma crítica muito positiva num site de referência irá tornar essa banda numa das coqueluches veraneantes e a sua presença será disputada entre promotores que esperam que o nome da banda no cartaz seja o factor decisivo para que os fãs marquem presença no seu festival. Prova disso é que enquanto os lamentos das vendas minguantes de discos crescem, estamos perante uma verdadeira era dourada para a música ao vivo em Portugal, com diversas bandas conceituadas a visitar o país. O lado negativo é que já se nota alguma saturação na oferta e, por isso, alguns desses festivais têm cartazes incaracterísticos, incoerentes e mal estruturados, apenas para tentar atrair o maior número de pessoas. Ver os concertos como a principal fonte de rendimento não é novidade para as maiores bandas, mas graças à internet até bandas do circuito alternativo podem conquistar fãs desejosos de os ver ao vivo em mercados periféricos de outro continente. Tal como cantavam os Pulp em 1995 "Será assim que dizem que é suposto o futuro sentir?".
Crítico musical
Publicado no jornal Meia Hora de 9 de Julho de 2009
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