Parece quase um lugar comum afirmar que o desemprego é, nesta altura, o mais importante dos índices, sobretudo pela relevante correlação com o consumo interno privado, que tem a importância que se conhece. A subir de forma quase descontrolada e com previsões de agravamento em 2010 o desemprego, como qualquer regulação, tem um lado de grande promiscuidade, que convém suster, em particular no presente momento.
A questão que se põe é: o que fazem esses milhares de portugueses que usufruem do fundo de desemprego ou rendimento social de inserção? Uns não fazem nada, outros fazem trabalhos não declarados e uma minoria procura efectivamente emprego. É esta a realidade de um país que trata melhor os que não contribuem do que aqueles que geram valor para a Nação, para a economia e para os fundos que alimentam os “não inseridos”. Numa sociedade madura e onde se espera que as pessoas não fujam ao pagamento dos seus impostos, torna-se vital um processo de transparência para os que recebem esses rendimentos.
Nomeadamente, proponho que os receptores de subsídios de desemprego façam trabalhos de importância marginal para o Estado e que de outra forma não seriam feitos, mas que lhes ocupem o tempo e criem algum valor, devolvendo moralidade ao sistema. Impõe-se ainda a criação de um sistema de controle em toda a linha, sobretudo na aceitação de novas propostas de trabalho. Um sistema de “cliente mistério” resolveria parte das situações, reduzindo os encargos que o Estado paga todos os meses a quem não quer trabalhar e criando espaço para os que efectivamente procuram um novo rumo para a sua vida.
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