As revoluções tecnológicas que se têm vindo a assistir nas últimas décadas e que têm tido impactos impressionantes no modo de vida das pessoas não tiveram, salvo em raras excepções, um reflexo de igual dimensão nas estruturas públicas e nas empresas privadas.
Um exemplo dessa mudança são as comunidades virtuais online, onde os jovens de hoje se movimentam com total à vontade, permitindo-lhes uma ligação à sua rede de contactos (quase) grátis e 24 horas por dia.
Num momento em que que se questiona e analisa a educação que queremos dar às novas gerações, verificamos que estamos na presença de tecnologias que há 10 anos não existiam. Olhando para a forma como a Educação está a caminhar em Portugal teremos que nos perguntar: até que ponto não será esta parecida com aquela que eu próprio tive, onde os telemóveis e as comunidades virtuais faziam parte de um futuro ainda por inventar? E até que ponto será ela hoje radicalmente diferente do modelo de educação que os meus pais tiveram?
Note-se que esta realidade não se aplica apenas à Educação, aplicando-se também à Saúde, à Justiça, à Política ou em tantos outros sectores onde o futuro tem vindo a ser construído com remendos ao passado e com soluções baseadas na história e na pesada herança que arrastamos.
Para mudar, antes demais é necessário um forte desejo de mudança que não será possível se não se considerar a mudança como necessária (o que me parece óbvio no caso de Portugal e para os Portugueses que o vivem e constroem).
Para tal teremos que ser capazes de olhar o país e o mundo com outros olhos ou pelo menos através de umas lentes que nos permitam inventar e criar um novo futuro, e não apenas remediar o passado ou copiar realidades que não se adequam à nossa.
E porque não começar por mudar radicalmente a forma de como a Educação é feita em Portugal? Não só aproveitando a tecnologia disponível e que começa já a fazer parte do passado mas indo ainda mais longe escrevendo páginas de um futuro ainda por inventar.
Teremos que em conjunto inventar um novo futuro para Portugal e para os Portugueses, sem ficar à espera que o destino ou alguém o faça por nós. Obviamente muitos dirão que é uma loucura. Mas qual será a loucura maior? A daquele que julga que pode mudar o mundo ou a de quem para ele olha e nada tenta mudar?
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