terça-feira, 2 de junho de 2009

Janela 80-20

No estudo que realizou, em 1897, sobre a distribuição dos rendimentos, Vilfredo Pareto chegou à conclusão que 80% da riqueza se concentrava em 20% da população. Nos anos de 1940, Joseph Juran, um dos “pais” da Gestão da Qualidade, alargou o princípio de Pareto a esta área de trabalho, com particular ênfase na relação entre os problemas observados e as respectivas causas. Concluiu Juran que, também aqui, se verificava a relação 80-20 e, em homenagem ao engenheiro e economista italiano, estabeleceu a conhecida “Lei de Pareto”. Nos 160 anos que medeiam entre o nascimento de Pareto (1848) e a morte de Juran (2008) a sociedade experimentou profundas transformações. A esperança média de vida situa-se actualmente no patamar dos 80 anos. Em Portugal coexistem dois fenómenos preocupantes, que tendem a tornar-se estruturais: i) a dificuldade em encontrar trabalho para os que chegam a este mercado, que se estendem por vezes até aos 30/35 anos; ii) a falta de oportunidades para as pessoas que chegam à faixa dos 50/55 anos. Verificamos, pois, que o período potencial de aproveitamento da capacidade profissional das pessoas se restringe a uma janela de cerca de 20 anos, num horizonte de vida de 80 anos. São poucos anos a produzir e muitos a consumir. Os problemas de índole social que emergem desta janela tão estreita já estão aí, por exemplo nos elevados índices de stress com que vivemos ou nas dificuldades de sustentabilidade da Segurança Social. A Lei de Pareto aplica-se a muitas situações. Será que estamos em presença de mais uma?

1 comentário:

Anónimo disse...

A famosa Lei 80-20 diz que 80% das consequências advém de 20% das causas. Nesta caso acredito eu que a causa para isso é o grande crescimento populacional que o mundo vive à 100 anos atrás eramos aproximadamente 1 bilhão de pessoas no mundo hoje somos em torno de 7 bilhões. O que torna o mercado exigente então se não pararmos o crescimento populacional e reduzirmos o consumo acho que teremos que arrastar outro planeta pra vivermos pois este não tem capacidade suficiente.
Guilherme Fontana
http://www.economistagaucho.blogspot.com/