quarta-feira, 1 de abril de 2009

O lado B

Foto: Luís Ferreira
Inevitavelmente está em curso um interessante debate sobre a nova ordem económica. Irá a globalização soçobrar com a crise financeira mundial?
Para os mais optimistas, as ajudas públicas conseguem devolver a confiança ao sistema financeiro; as políticas monetárias agressivas impedem a recessão de ser muito profunda; a globalização retoma o seu curso: os movimentos de capitais ganham novo fôlego e as economias emergentes prosseguem o seu papel de motor do desenvolvimento económico mundial.
Para outros, teremos recessão para mais 5 anos. Sem resultados das políticas monetária, fiscal e de incentivos, as economias por todo o Mundo estagnarão; o parco comércio internacional e os tímidos movimentos de capitais levarão a uma capitulação da globalização. O Mundo retrocederá uns bons anos, abrindo terreno aos movimentos nacionalistas, defensivos e mesmo xenófobos – enfim, ao desconectar da rede. Poderá ser para todo o planeta uma década perdida.
Ao entender a globalização como um fenómeno cíclico sabemos que entre momentos de aproximação há proteccionismo; ao analisarmos as questões que hoje se colocam ao Mundo (do terrorismo às mudanças climáticas) compreendemos que a resposta tem que ser global. A verdade é que a globalização é muito mais do que investimento e comércio internacionais; a era da Internet aproximou e integrou o Mundo de tal forma que o tornou plano, gerando um fenómeno tão robusto e lato quanto difícil de deter. Mas importa avaliar: nas contas da globalização, qual será o saldo da conta corrente portuguesa?

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