Nas últimas semanas, nos principais mercados internacionais, as acções das empresas do sector da banca valorizaram de forma significativa. Em Portugal, passou-se o mesmo. Pelo meio, um dos maiores bancos nacionais, o BES, concluiu com enorme êxito uma operação de aumento de capital. No entanto, apesar dos últimos desenvolvimentos, o sector permanece sob pressão e desde o início do ano, em média, os títulos das principais empresas do sector continuam a apresentar perdas. Ora, a questão dos bancos é crucial para qualquer economia, pois é a estes que as pessoas e empresas recorrem quando necessitam de crédito. Assim, importa esclarecer os portugueses acerca do risco sistémico evidenciado pelas suas principais instituições de crédito.
De acordo com a BCA Research, os activos da banca portuguesa representam sensivelmente 100% do nosso PIB. Nesta classificação, Portugal surge no 17º lugar mundial, numa corrida liderada pela Bélgica (cuja banca possui activos equivalentes a mais de 600% do seu PIB) e que nos primeiros 10 classificados coloca 10 países europeus! A título de curiosidade, refira-se que os Estados Unidos aparecem com uma leitura semelhante à portuguesa. Ou seja, a banca portuguesa, não estando a são e salvo, acaba por apresentar menor risco sistémico que outros bancos europeus. Contudo, depois do “subprime”, o maior risco que agora se coloca à banca reside nos empréstimos concedidos aos países da Europa de leste, em particular a possibilidade destes entrarem em incumprimento. E, infelizmente, este é um risco a que alguns bancos portugueses estão expostos.
(*) Publicado no jornal “Meia Hora” a 27/04/2009.
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