sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Retalho : Oportunidade 2.0

O BNP Paribas publicou o primeiro trimestre negativo da sua história. A Qimonda em insolvência. A Morgan de Toi pede protecção de credores. A crise não pára e também no imobiliário comercial em Portugal já se sente: abrandamento na maioria dos novos centros comerciais em construção – por problemas de financiamento e sobretudo de dificuldade na comercialização de lojas, um factor fundamental para o sucesso das operações. Estes investimentos são de longo prazo e não podem ser condicionados por problemas de curto, pelo que a solução passa por suspensão de projectos ou adiamento.
Ao contrário do sector industrial, onde a crise está a servir de desculpa para despedimentos e relocalizações que iriam acontecer com ou sem recessão, neste sector os abrandamentos são consequência real e directa da situação económica.
De Leiria a Évora, de Barcelos a Braga, de Portimão a Viana, há retails e centros comerciais previstos que não avançaram, há obras quase paradas por falta de liquidez, há contratos assinados que não vão ser concretizados, há licenças com prescrição à vista, há promotores em risco e há projectos que nunca irão nascer. Para as redes de retalho, é a melhor oportunidade para renegociar em baixa os seus contratos e crescer a um custo de oportunidade negativo, já que a pressão está desta vez sobre os operadores de centros comerciais, que em muitos casos estão dispostos a financiar os retalhistas para entrarem nos seus empreendimentos.
Quem não parece interessado em aproveitar esta oportunidade única é o comércio de rua, incapaz de se organizar em conceitos de comércio integrado.

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