quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

PuraMente #1 - "O Mundo é Plano"

Nome: O Mundo é Plano


Autor: Thomas Friedman

Data (Original): Abril de 2005

Frase:"Todos têm a oportunidade de entrar no jogo"

Keywords: Concorrência Global; Foco nas Aptidões; Mudança e Oportunidade; Outsourcing; Insourcing; Supply-Chaining; Globalização

Apreciação: ****


"O Mundo é Plano" não se pode considerar uma novidade. Já foi lido por muitos milhões de pessoas e mesmo em Portugal goza de alguma popularidade. Se o livro já foi importante para ajudar a perceber o alcance da globalização numa conjuntura de crescimento económico, volta a ser obrigatório ler ou reler para entender hoje o espectro e velocidade da crise financeira e económica instalada.


Destinado a todos sem excepção, mas sobretudo aos que de uma forma imparcial tentam entender o mundo, o livro fala de uma série de eventos que resultaram numa transformação histórica. Actualmente existem menos obstáculos a todos os níveis, sendo que a distância e as fronteiras perderam muita da sua relevância. Dessa transformação resulta um conjunto de oportunidades. Ou seja, a globalização não é geradora de pobreza e injustiça, mas antes nivela o mundo. Promove maior igualdade de oportunidades, sendo possível concorrer no mercado aberto focando nas aptidões próprias.


Este best seller de Friedman tem mais de 500 páginas, mas o leitor fica mais do que esclarecido lendo apenas a primeira parte - "Como o mundo se tornou plano" (190 pág.). Mesmo assim sujeita-se a algumas repetições, mas que não são demasiado maçadoras por se tratarem de exemplos interessantes. O autor enumera dez eventos que mudaram o mundo, sendo os mais importantes a queda do muro de Berlim e o progresso tecnológico em sistemas de informação. Friedman apoia a sua argumentação na observação empírica e na ideias de David Ricardo - a especialização e a troca contribuem para o bem comum.


Vale a pena conhecer ou voltar a este livro para compreender porque a crise actual é global, propagando-se em dias a todo o mundo e reconhecer que a teoria do "decoupling" dos países emergentes era irrealista.


Filipe Garcia

Economista da IMF

Artigo publicado no Jornal de Negócios em 13 de Janeiro de 2009


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