A bolsa iniciou o ano de 2009 da pior forma: em baixa. Ontem, após a tomada de posse de Barack Obama, os principais índices de acções já acumulavam perdas na casa dos 10% desde o início de Janeiro. Em Nova Iorque, o índice S&P500 – aquele que é mais representativo do mercado de acções norte-americano – perdia 11%. No Japão, menos 9%. E na Alemanha uma queda de 12%. Em Portugal, curiosamente, a razia passou-nos ao lado, pelo menos até agora, e a desvalorização do PSI20 tem sido apenas residual. Contudo, as páginas dos principais diários permanecem repletas de notícias negativas, em particular no que diz respeito aos despedimentos que, um pouco por todo o mundo, Portugal incluído, estão a ser implementados pelas empresas. E na Islândia já há motins nas ruas.
Ao mesmo tempo, a banca, o epicentro desta crise, permanece intoxicada com activos perdedores. A situação é de tal forma séria que certas correntes de opinião defendem a criação de um banco público cujo objectivo seja, exclusivamente, a absorção dos chamados activos tóxicos. Algumas estimativas apontam para que a dimensão desse conjunto de activos mal parados, inicialmente na esfera dos créditos hipotecários mas que entretanto se alastraram a outro tipo de créditos, e que ainda não foram amortizados seja superior a 1 trilião de dólares – cerca de 7,5% de todo o PIB norte-americano. Acrescentemos a este valor um outro tanto, que foi amortizado durante o ano passado, e temos que mais de 15% da economia norte-americana está mal parada. E em Portugal, será que mergulharemos deste modo?
Artigo publicado no jornal “Meia Hora” a 23/01/2009
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