O papel de liderança no combate às Alterações Climáticas tem sido assegurado pela UE quase desde o início da Administração Bush na presidência dos EUA. Este papel tem tido destaque a nível internacional na implementação do Protocolo de Quioto, com reflexos directos a nível interno. As decisões do Conselho Europeu de Dezembro 2008, onde foi atingido um acordo de princípio sobre o pacote legislativo “Energia e Clima - 20 20 20 em 2020” são disso um exemplo. Este pacote de objectivos (redução de 20% das emissões de gases com efeito de estufa, aumento das energias renováveis para 20% do total energia produzida e redução do consumo de energia em 20%) será fundamental para garantir uma redução da dependência energética externa europeia e uma maior “descarbonização” da economia.
No entanto em 2009 poderá ocorrer a passagem de testemunho ou a partilha deste papel de liderança, com o “efeito Obama” a atingir o combate às Alterações Climáticas. A UE e os EUA, agora com nova administração, reconhecem a urgência deste combate, encarando-o como uma oportunidade para desenvolvimento de novas tecnologias, materiais e práticas energeticamente eficientes, garantindo ainda a promoção do emprego nestas áreas (a UE prevê 1 milhão de empregos na indústria das energias renováveis em 2020).
O ano 2009 será decisivo para uma nova agenda no combate às Alterações Climáticas. Dezembro reservar-nos-á a definição de um conjunto de compromissos mundiais que consagrarão o sucedâneo do Protocolo de Quioto. Será que no nosso léxico vai passar a existir a expressão “Protocolo de Copenhaga”? Faltam só 335 dias.
Artigo publicado no jornal Meia-Hora de 5 de Janeiro de 2009
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