terça-feira, 9 de dezembro de 2008

PIB 3ro tri 2008 contrai 0,1 pct

LISBOA, 9 Dez (Reuters) - Esta é uma série de reacções imediatas ao Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal teve uma contracção de 0,1 pct no terceiro trimestre de 2008 face ao segundo trimestre deste ano, período em que cresceu 0,3 pct em cadeia, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

O PIB de Portugal, no terceiro trimestre de 2008, cresceu 0,6 pct em termos homólogos contra os 0,7 pct a que se expandiu no segundo trimestre do corrente ano, refere o INE numa segunda leitura do PIB para entre Julho e Setembro de 2008.

Em 14 de Novembro, o INE divulgou uma Estimativa Rápida que apontava que, no terceiro trimestre de 2008, o PIB portugues tivesse tido uma variação nula em cadeia e tivesse um crescimento homólogo de 0,7 pct.


TERESA GIL PINHEIRO, ECONOMISTA BPI:

"Não eram as expectativas que tinhamos. Assim, parece mais difícil que se escape a um período de recessão técnica, é a minha opinião, sobretudo porque se espera que o quarto trimestre de 2008 seja mais fraco. Há maior probabilidade que se possa verificar um período de recessão técnica, em princípio no quarto trimestre de 2008 pelo lado da procura externa, dependerá da Balança Externa. O que me está a espantar também é o consumo privado estar ainda tão forte e é possível que abrande também".


JOÃO MIGUEL LOURENÇO, HEAD OF RESEARCH DO CAIXA BI:

"Os números da economia portuguesa no terceiro trimestre são números que não surpreendem no contexto macroeconómico negativo internacional".


RUI CONSTANTINO, ECONOMISTA SANTANDER:

"Já esperavamos uma queda de 0,1 pct em cadeia há algum tempo e estes dados acabam por validar que houve uma pequena contracção no terceiro trimestre. É já visível uma desaceleração das exportações e também das importaçoes, esta última pelo efeito TAP. O crescimento continua a ser explicado pela procura interna". "Para 2009, estimavamos um crescimento de 0,2 pct, mas tendo em conta o actual cenário acredito que vamos ter que alterar estas previsões".


FILIPE GARCIA, IMF-INFORMAÇÃO DE MERCADOS FINANCEIROS:

"Os números do crescimento em Portugal estão em linha com o resto dos países europeus e mostram que a economia 'travou a fundo' no terceiro trimestre, provavelmente a partir de Setembro. O outlook actual é negativo para Portugal em termos de crescimento".

"Relativamente à revisão em baixa, contrair 0,1 pct, ter um crescimento nulo ou crescer 0,1 pct é praticamente indiferente, é um aspecto com impacto mais psicológico do que real".

"Notar que o PIB dos nossos principais clientes teve uma desaceleração forte no mesmo trimestre. Esta é uma ameaça que deverá concretizar-se nos próximos tempos, dificultando a posição do sector exportador".

"Enquanto não se observarem números mais favoráveis nos principais indicadores avançados e ao nível do feedback que temos dos nossos clientes empresariais, não haverá evidência de uma recuperação económica. Estamos ainda em rota de deterioração económica".

"Porém, estou com 'pouca vontade' de alinhar no cenário quase consensual de uma crise muito prolongada. Não que esse cenário não se possa materializar. Mas considero que esta crise tem contornos muito diferentes das demais e por isso a comparação que a maioria dos economistas está a fazer com outras crises parece-me abusiva".

"Penso que é perfeitamente plausível que a recuperação seja bem mais rápida do que o 'consensus' prevê".

(Por Sérgio Gonçalves, Patrícia Vicente Rua e Ruben Bicho; Editado por Elisabete Tavares)

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