INSTANTÂNEO-PIB 3ro tri 08 com variação nula, IPC Out cai 0,2% - RTRS
O PIB português registou uma variação nula no terceiro trimestre de 2008 face ao segundo trimestre deste ano, período em que se expandiu 0,3 pct, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Numa Estimativa Rápida, o INE refere que o PIB português, no segundo trimestre de 2008, cresceu 0,7 pct em termos homólogos, valor que compara com o crescimento homólogo de 0,7 pct no segundo trimestre do corrente ano.
As estimativas de cinco analistas de uma Poll para o PIB variavam entre uma contracção de 0,2 pct e um crescimento de 0,1 pct no terceiro trimestre de 2008 face ao segundo trimestre deste ano -- em cadeia. A média da Poll situava-se em 0,08 pct.
No segundo trimestre de 2008, Portugal evitou entrar em recessão técnica -- contracção do Produto em cadeia em dois trimestres consecutivos -- pois o PIB em cadeia cresceu e contrariou a contracção de 0,2 pct do primeiro trimestre deste ano.
O Índice de Preços no Consumidor (IPC) caiu 0,2 pct em Outubro de 2008 contra +0,5 pct em Setembro, colocando a inflação média em 2,9 pct e a homóloga em 2,3 pct.
Cinco analistas previam que a inflação mensal de Outubro tivesse registado uma subida entre 0,2 pct e 0,5 pct.
TERESA GIL PINHEIRO, ECONOMISTA BPI:
"Está de acordo com a nossa previsão que não houvesse uma contracção no Produto em cadeia, o que dá algum sustentação à nossa expectativa que Portugal poderá não entrar num período de recessão técnica. Em princípio, os piores trimestres serão possivelmente entre o terceiro e o primeiro trimestre d2 2009. Se assim fôr, Portugal pode evitar a recessão que ocorrerá em vários países europeus. Talvez o comportamento da procura externa ainda esteja a suportar o PIB, se não tiver havido um abrandamento das exportações com um eventual abrandamento das importações devido ao menor investimento. Poderemos ter estagnação mas é possível que a recessão possa ser evitada".
RUI CONSTANTINO, ECONOMISTA SANTANDER
"Os números do PIB foram ligeiramente melhores que o esperado e, apesar de não haver desagragação qualitativa ou quantitativa, perspectiva-se que as ideias subjacentes à nossa previsão se mantenham e que são essencialmente a desaceleração do consumo privado e a contração do investimento.
Para já, estes números afastam o cenário de recessão técnica em 2008, mas mantêm-se os factores de fraco crescimento para os próximos trimestres.
O IPC saiu melhor que o esperado, uma vez que previamos uma subida de 0,2 pct, com os combustíveis e a alimentação a terem contributos mais fortes que contrabalançaram os efeitos sazonais de novas colecções de vestuário e calçado."
FILIPE GARCIA, IMF:
"Os números do PIB estão em linha com o resto dos países europeus e mostram que a economia portuguesa travou a fundo no terceiro trimestre, sobretudo a partir de Setembro. Os números deste trimestre (quarto trimestre) serão provavelmente piores pelo que é pouco relevante que o PIB não tenha chegado a contrair - isso acontecerá no período de Outubro a Dezembro.
O contexto actual é negativo para o crescimento em Portugal. A redução da procura externa e interna, acompanhadas de restrições em termos de financiamento deverão trazer ainda mais dificuldades.
Na inflação nada de muito surpreendente, com os preços a ajustar a descida dos combustíveis. Estamos curiosos relativamente ao comportamento dos preços no futuro. Será interessante observar como os agentes económicos irão reagir a uma procura mais fraca".
GONÇALO PASCOAL, ECONOMISTA MILLENNIUM BCP
"No PIB não há surpresas. Os números saíram em linha com o consenso e com as nossas estimativas. O futuro não se altera do ponto de vista de se manter preocupante. Mantemos a nossa previsão de um crescimento de cerca de 0,5 pct o conjunto do ano."
"No IPC, segue a linha de trajectória deflacionista, com os combustíveis a terem a tendência inversa do que se assistiu anteriormente. Vemos agora a manifestação desse fenómeno que irá continuar. A nossa previsão para o final do ano é de 2,9 pct de média."
((lisbon.newsroom@reuters.com; Reuters Messaging: sergio.goncalves.reuters.com@reuters.net))
O PIB português registou uma variação nula no terceiro trimestre de 2008 face ao segundo trimestre deste ano, período em que se expandiu 0,3 pct, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Numa Estimativa Rápida, o INE refere que o PIB português, no segundo trimestre de 2008, cresceu 0,7 pct em termos homólogos, valor que compara com o crescimento homólogo de 0,7 pct no segundo trimestre do corrente ano.
As estimativas de cinco analistas de uma Poll para o PIB variavam entre uma contracção de 0,2 pct e um crescimento de 0,1 pct no terceiro trimestre de 2008 face ao segundo trimestre deste ano -- em cadeia. A média da Poll situava-se em 0,08 pct.
No segundo trimestre de 2008, Portugal evitou entrar em recessão técnica -- contracção do Produto em cadeia em dois trimestres consecutivos -- pois o PIB em cadeia cresceu e contrariou a contracção de 0,2 pct do primeiro trimestre deste ano.
O Índice de Preços no Consumidor (IPC) caiu 0,2 pct em Outubro de 2008 contra +0,5 pct em Setembro, colocando a inflação média em 2,9 pct e a homóloga em 2,3 pct.
Cinco analistas previam que a inflação mensal de Outubro tivesse registado uma subida entre 0,2 pct e 0,5 pct.
TERESA GIL PINHEIRO, ECONOMISTA BPI:
"Está de acordo com a nossa previsão que não houvesse uma contracção no Produto em cadeia, o que dá algum sustentação à nossa expectativa que Portugal poderá não entrar num período de recessão técnica. Em princípio, os piores trimestres serão possivelmente entre o terceiro e o primeiro trimestre d2 2009. Se assim fôr, Portugal pode evitar a recessão que ocorrerá em vários países europeus. Talvez o comportamento da procura externa ainda esteja a suportar o PIB, se não tiver havido um abrandamento das exportações com um eventual abrandamento das importações devido ao menor investimento. Poderemos ter estagnação mas é possível que a recessão possa ser evitada".
RUI CONSTANTINO, ECONOMISTA SANTANDER
"Os números do PIB foram ligeiramente melhores que o esperado e, apesar de não haver desagragação qualitativa ou quantitativa, perspectiva-se que as ideias subjacentes à nossa previsão se mantenham e que são essencialmente a desaceleração do consumo privado e a contração do investimento.
Para já, estes números afastam o cenário de recessão técnica em 2008, mas mantêm-se os factores de fraco crescimento para os próximos trimestres.
O IPC saiu melhor que o esperado, uma vez que previamos uma subida de 0,2 pct, com os combustíveis e a alimentação a terem contributos mais fortes que contrabalançaram os efeitos sazonais de novas colecções de vestuário e calçado."
FILIPE GARCIA, IMF:
"Os números do PIB estão em linha com o resto dos países europeus e mostram que a economia portuguesa travou a fundo no terceiro trimestre, sobretudo a partir de Setembro. Os números deste trimestre (quarto trimestre) serão provavelmente piores pelo que é pouco relevante que o PIB não tenha chegado a contrair - isso acontecerá no período de Outubro a Dezembro.
O contexto actual é negativo para o crescimento em Portugal. A redução da procura externa e interna, acompanhadas de restrições em termos de financiamento deverão trazer ainda mais dificuldades.
Na inflação nada de muito surpreendente, com os preços a ajustar a descida dos combustíveis. Estamos curiosos relativamente ao comportamento dos preços no futuro. Será interessante observar como os agentes económicos irão reagir a uma procura mais fraca".
GONÇALO PASCOAL, ECONOMISTA MILLENNIUM BCP
"No PIB não há surpresas. Os números saíram em linha com o consenso e com as nossas estimativas. O futuro não se altera do ponto de vista de se manter preocupante. Mantemos a nossa previsão de um crescimento de cerca de 0,5 pct o conjunto do ano."
"No IPC, segue a linha de trajectória deflacionista, com os combustíveis a terem a tendência inversa do que se assistiu anteriormente. Vemos agora a manifestação desse fenómeno que irá continuar. A nossa previsão para o final do ano é de 2,9 pct de média."
((lisbon.newsroom@reuters.com; Reuters Messaging: sergio.goncalves.reuters.com@reuters.net))
1 comentário:
Eu confesso que esperava pior de Portugal e sobretudo de França, e um pouco melhor da Alemanha (que tem o poder de arrastar a Europa para qualquer sentido onde se mova, pela imensa dimensao do seu mercado produtivo (valor acrescentado.)
Em qualquer casom e apesar dos forcasts para este ultimo periodo, nao estou tão certo que sejam negativos. O consumo e o mais lagging de todos os indices e esta por provar que a previsao de queda no Natal vai ser real. Para ja, apesar dos numeros das cadeias serem negativos em Like to Like, não o sao em acumulado, e portanto ...esperar para ver. Se se confirmar a minha previsao o consumo nao cai, ou cai no maximo 1%, e tal podera mudar algumas das previsoes.
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