terça-feira, 11 de novembro de 2008

Cimeira

Nos próximos dias 14 e 15 de Novembro, realizar-se-á em Washington uma cimeira económica e financeira entre representantes do G20. O objectivo será reunir as primeiras propostas de reforma do sector bancário, na sequência da crise registada nos últimos meses. De resto, há já algumas semanas que alguns reguladores, em particular na Europa, têm estado a modificar, de forma residual, certas regras. À cabeça, aquelas que dizem respeito aos rácios mínimos de solvabilidade que os bancos europeus terão de passar a cumprir. De acordo com a Bloomberg, entre os 30 maiores bancos na Europa, o rácio médio de solvabilidade é de 8% do capital. Ou seja, o conjunto de investimentos e empréstimos realizados por estes bancos é em média mais de 10 vezes superior ao montante que os mesmos captam em depósitos junto dos seus clientes. Entre os menos sólidos, encontram-se os bancos italianos. Entre os mais sólidos, alguns bancos russos e a generalidade dos bancos que, recentemente, foram intervencionados pelos respectivos governos, o caso da Dexia e da UBS. Na minha opinião, a banca permanece ainda pouco capitalizada em relação às suas elevadas responsabilidades financeiras. Contudo, o problema é que à medida que os bancos forem sendo apertados com maiores exigências de capital próprio, também a sua capacidade de concessão de crédito será restringida. Dado o excesso de endividamento que hoje caracteriza as economias ocidentais, isso até seria um passo na boa direcção. Mas, infelizmente, é uma ideia que nenhum consenso político reunirá. Artigo publicado no jornal “Meia Hora” a 11 de Novembro de 2008

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