Recentemente saíram alguns dados sobre a atractividade dos países europeus. Neste estudo Portugal melhora, mas é ainda pouco atractivo. Países de leste como a Polónia continuam a ter um lugar de destaque. Tipicamente ouvimos nas notícias que estes países têm mão-de-obra muito mais barata e por isso são mais atractivos para os grandes “gigantes”. Olhemos em detalhe para a Polónia.
Em 2008 o salário mínimo subiu 20% (medida política para ganhar as eleições de 2007), com o salário médio a subir cerca de 8,5%. Para 2009 as previsões são de novo de aumento médio de 8,5%. Começam a deslocar-se alemães de leste (bem qualificados) para a Polónia já que a pressão do investimento estrangeiro permite salários superiores ao que poderiam auferir no seu país. A criação de emprego tem ocorrido a um ritmo estonteante e a taxa de desemprego passou de 14,1% em 2006 para 7,1% no último trimestre. Juntando a isto a valorização ocorrida no zloty nos últimos 18 meses (cerca de 15%) e os anúncios do governo para continuar a valorizar a moeda com o objectivo de entrar no Euro com um câmbio de 3 PLN por euro, temos uma aparente perda de competitividade. No entanto e devido aos fundos comunitários e à sua localização, a Polónia continua muito atractiva.
Será este modelo sustentável? Vai a Polónia conseguir manter-se competitiva neste contexto? Só o tempo dirá se este é de facto um plano magistral de desenvolvimento ou uma obra do acaso de calendários políticos. O desenvolvimento destes modelos de crescimento será factor de forte pressão na economia Portuguesa e obriga a aumentar a nossa produtividade.
Publicado Jornal Meia-Hora 02/10/2008
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