quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Mudam-se as estações, mudam-se as tendências.

Mudam-se as estações do ano, mudam-se as tendências. Isso é pelo o menos o que dizem as revistas que vejo no quiosque à frente de minha casa. Mas o que são de facto as tendências e em que medida estas nos afectam? As verdadeiras tendências, aquelas que mudam a nossa forma de viver, de trabalhar ou de nos relacionarmos, são aquelas que em conjunto ou associadas a determinados eventos, produzem descontinuidades que levam a alterações profundas nas estruturas de diferentes indústrias, e por conseguinte, na vida do consumidor final. As empresas com a capacidade de identificar esses eventos e essas tendências, estão aptas para produzir mercados que não existem e para satisfazer necessidades ainda não articuladas pelos clientes. No fundo, estão capazes de inventar um novo futuro.
Por exemplo, há poucos anos atrás alguém foi capaz de ver a democratização a que se assistia no acesso à informação, a disponibilização cada vez mais alargada de produtos e serviços relevantes a custo zero e outra alterações que se verificavam resultantes de diversas mudanças tecnológicas e socioculturais para lançar um novo conceito: o jornal diário gratuito. Para o comum dos mortais é relativamente simples identificar tendências passadas e avaliar o seu impacto nas economias globais, no entanto poucos são capazes captar tendências e sinais actuais, presentes aos olhos de todos, e conjugá-los de forma a conseguir ver na sua confluência efeitos totalmente disruptivos.
Por tudo isto acredito que as estações do ano continuarão a mudar e com elas mudará também o mundo, nas mãos daqueles que o souberem girar.

2 comentários:

Lina Arroja (GJ) disse...

Completamente de acordo. No passado chamavamos "visão de helicóptero" a essa capacidade de olhar de cima e antecipar novos segmentos de mercado.Hoje falamos mais de inteligência emocional ou de neuromarketing.
Mas os vectores estratégicos são os mesmos, apenas analisados de forma diferente. Tal como as estações do ano e as do combóio.

Pedro Barbosa disse...

Excelente artigo/post. Contudo, não estou totalmente de acordo que seja a visão de helicóptero (essa tb importante), mas mais a capacidade de antecipar.

Recomendo o livro BLINK, de Malcolm Gladwell