quinta-feira, 9 de outubro de 2008

200

Os analistas, jornalistas e colunistas escrevem aos magotes. Escrevemos todos sobre o petróleo, depois vamos todos à inflação, segue-se os cereais, depois a insegurança, finalmente a Lehman & crises bolsistas. Um pelotão de ideias e opiniões, raramente sugestões, que seguem uma tendência quase estatisticamente normal. Contrariamente a esta tendência e com uma opinião bem diferente do habitual, escreverei sobre a insustentabilidade do preço do petróleo, demasiado baixo. As descidas progressivas de valores de 150 para cerca de 90 são um movimento que considero temporário, face às condições de evidente crescimento de procura, não acompanhadas pela oferta. Apenas a menor liquidez para criação de reservas – um acontecimento temporário - e outros factores geopolíticos levaram a esta situação, que mais não é do que uma excelente oportunidade para comprar. O crude deverá subir ainda em 2008 para valores na casa dos 110 dólares, e deverão oscilar entre os 120 e os 160 em 2009, sendo inevitável que chegue a 200 entre 2010 e 2012 – falta saber que elasticidade aos preços terão alguns sectores e países, traduzindo as respectivas elasticidades no consumo, amortecidas pelos respectivos programas regionais. De resto, este aumento do preço do crude é fundamental para se criarem alternativas à combustão de fósseis. Tudo o que conhecemos hoje não são energias alternativas, mas complementares. E só com crude caro começam a compensar outros tipos de energia, cujo desenvolvimento poderá em fases posteriores descer para valores muito mais baixos, fazendo decrescer o petróleo nessa altura, por substituição na procura.

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