Quando se alinham os fundamentais económicos, as políticas monetárias dos bancos centrais, a análise técnica, o comportamento de outros mercados e a falta de liquidez, verdadeiras revoluções podem acontecer no mercado cambial. É o que tem estado a suceder desde há algumas semanas, com o euro a perder mais de 7.5% face ao dólar, 4% face ao iene e quase 3% relativamente à libra, face aos valores registados em Julho.
As perdas ocorreram sobretudo após o discurso de Trichet na passada 5ª feira, em que o BCE reconheceu que a desaceleração económica da zona euro poderá ser bem maior do que o esperado. Foi o “gatilho” para a queda do euro. A falta de liquidez em Agosto e a proximidade a níveis técnicos relevantes fizeram o resto.
A questão do Euro /Dólar deixa de estar apenas centrada no que o BCE ou a FED vão fazer em termos de taxas, mas passa a estar assente na análise da condição económica da zona euro. Ainda ontem pela manhã Klau Liebscher (membro do BCE que atingirá a reforma este mês) dizia que não poderá haver complacência com a inflação, mas adiantou que as acções do banco central estariam dependentes dos dados económicos a divulgar a partir de agora...
O dólar tem ainda beneficiado do recuo nos mercados das matérias-primas. Desde os máximos atingidos há cerca de um mês, o petróleo já caiu quase 25%, enquanto o índice CRB (que agrega as principais commodities) recuou cerca de 20%.
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