A Reserva Federal americana manteve as taxas de juro inalteradas esta semana, o que era amplamente esperado pelo mercado. O discurso sofreu uma série de alterações formais, mas no essencial a mensagem continua a mesma: há preocupação com a inflação, ao mesmo tempo que o comité de política monetária monitoriza a condição da economia como um todo e do sector financeiro em particular. O mercado considerou que o discurso não foi particularmente agressivo, pelo que as taxas do dólar poderão permanecer inalteradas por um bom tempo, com a FED a seguir a longa tradição de não mexer nos juros durante o período eleitoral.
As taxas de juro (ou o seu diferencial entre duas moedas) ajudam muitas vezes a explicar os movimentos cambiais. No que diz respeito ao Eur/Usd este conceito também se aplica, mas o mercado parece mais preocupado com o que o BCE vai fazer do que com as decisões de Ben Bernanke...
O Banco Central Europeu reúne amanhã (5ª feira) e não deve anunciar alterações nos juros. Aliás parece-nos que se Trichet pudesse... evitava o discurso de amanhã às 13:30 e partia já para férias! Não há muito a dizer nesta fase, a estratégia do banco não é clara e há riscos de que uma frase mais infeliz seja mal entendida. A conjuntura actual é complexa, com a inflação nos 4,1% e os indicadores de actividade e de confiança a saírem muito negativos, ao mesmo tempo que os preços do petróleo e as commodities estão a aliviar.
Amanhã em Inglaterra também há reunião do banco central, igualmente sem se esperar grandes novidades. É mais um caso de um banco central sem saber muito bem que “praga” combater - a inflação ou a desaceleração económica e com a queda no imobiliário e a debilidade do sistema financeiro a causar preocupação.
Na vertente cambial há a destacar um novo máximo de 7 meses no Usd/Jpy - mais um sinal de força por parte do dólar e provavelmente reflexo da entrada de investimento nos Estados Unidos.
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