O mercado do petróleo não está a beneficiar do conflito entre a Rússia e a Geórgia. Há um mês atrás seria provável que uma situação deste tipo resultasse em novos máximos no preço do crude, mas o que sucedeu foi um novo mínimo desde Maio, já abaixo dos $113 por barril. A subida do dólar está a dificultar a recuperação do petróleo e aparentemente os preços destes dois activos influenciam-se mutuamente. À medida que o petróleo vai ficando mais barato, os produtores têm menos dólares para vender no mercado cambial, retirando pressão sobre a moeda americana. Por outro lado, com o dólar a ganhar terreno os principais exportadores de crude têm menos incentivo para diversificar as suas reservas cambiais, como têm feito até agora, o que também resultaria em menor pressão vendedora de dólares.
Voltando aos fundamentais do crude, aparecem os primeiros sinais de uma diminuição de procura por parte da China. O segundo maior consumidor de petróleo e derivados anunciou uma redução de 7% nas importações em Julho, a maior quebra desde Janeiro de 2005. Começa a construir-se um cenário de menor procura destes produtos por parte dos chineses durante o segundo semestre deste ano.
Também o ouro se encontra pressionado em baixa nos últimos dias, tendo já cotado abaixo de $800, o valor mais baixo em 8 meses. Os fundamentais ainda parecem ser relativamente sólidos para ouro: taxas de juro reais negativas, preocupações com a estabilidade financeira mundial e tensões geopolíticas. No entanto a correlação com o dólar dificultará a vida aos que detêm ouro se a moeda americana continuar a subir...
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