Produto da livre vontade de todos os intervenientes, o mercado tende para soluções eficientes e economicamente justas. Os "resultados" não agradam a todos e por isso há sempre quem expie no mercado os seus próprios pecados. Confesso muito desconforto em criticar o mercado.
A forma como os preços do petróleo são fixados já não é eficiente e é essa a principal razão dos movimentos dos últimos meses. Embora se deva reconhecer validade às teses "malthusianas" que apontam para preços do crude mais altos a prazo, não são suficientes para explicar a escalada parabólica dos preços. Os contratos de futuros negociados em bolsa representam uma pequena parte dos negócios de petróleo do mundo, mas servem de referencial para todos eles. Actualmente essa bolsa é particularmente exígua e alguns mecanismos potenciam a subida dos preços per se.
É um jogo viciado que potencia uma "bolha" especulativa. E todos são responsáveis porque os fundos de investimento, pensões, PPR entre outros, estão a "investir" nestas bolsas. Em resultado desta ineficiência na formação de preços estamos perante uma monumental transferência de riqueza para os países produtores de petróleo.
Estima-se que só a Arábia Saudita receba mil milhões de dólares por dia! É dinheiro que sai de quem produz e quem consome para os cofres de países que, em regra, não primam por elevados níveis de democracia, igualdade de oportunidades, tolerância e desenvolvimento humano. Acrescentam muito pouco para além do que tiram do subsolo.
As consequências económicas e geopolíticas são enormes e devem preocupar todos, mas principalmente os responsáveis do mundo livre.
As regras do jogo têm que mudar.
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