No contexto actual de pressão inflaccionista, crise do crédito em geral e uma desacelaração evidente da economia europeia, começam a surgir as notícias de busca de novos mercados, de downsizing e de agressivas políticas comerciais. Tudo isto me parece demasiado estranho! É como se todos estes processos de melhoria contínua e de procura de diferentes formas de garantir a sustentabilidade não fosse a função dos gestores das nossas empresas.
Ao não reinventarmos sistematicamente o negócio/indústria em que nos inserimos, e não possuirmos um mapa estratégico damos os primeiros passos para entrarmos num espiral de destruição de valor consolidado em estratégias comerciais baseadas em preço e não na diferenciação do serviço, produto e relação com o nosso cliente.
Como diz Renée Mauborgne estamos perante um “oceano vermelho”, em que todos fazem “sangue” para competir. Seria mais viável desenvolver uma empresa através da criação de um novo espaço de mercado onde a concorrência se torma practicamente irrelevante - “oceano azul”.
É neste contexto que gostaria de deixar um pequeno exemplo de uma empresa do Norte do país na área textil que sofreu forte competição da china através do preço e que reverteu a situação ao conseguir facturar cerca de 70% da sua produção para o mercado chinês. Este sucesso só é possível pelo facto da empresa se ter posicionado apenas na classe de rendimentos superiores da China que não consome texteis chineses.
Tenho a certeza que esta receita não é aplicável a todos os negócios ou empresas, mas creio que o conceito de reinventar constantemente o negócio é o fundamento de uma boa gestão.
Será que somos capazes de fazê-lo consistentemente? Será que temos o direito de estar no mercado se não o fizermos?
1 comentário:
Paulo, é um "bom punto". De facto, se é verdade que não há "remédio para tudo", há demasiadas pessoas, empresas e outras organizações que teimam pelo impossivel ou desistem rapidamente, sem compreender as dinâmicas dos mercados onde estão inseridas e as novas oportunidades que se criam à medida que outras se fexam.
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