Nos últimos quinze anos registou-se uma tendência para taxas de inflação mais baixas, o que permitiu a uma grande fatia da população mundial beneficiar das vantagens de um ambiente em que os preços sobem de forma moderada. A inflação é apelidada por muitos como o "sal" da economia, essencial, mas apenas saudável em "doses" reduzidas.
A Globalização e as Tecnologias de Informação contribuiram em muito para esse cenário. Graças a estas duas forças, indissociáveis, a concorrência mundial aumentou, obrigando a uma maior eficiência e fomentou a especialização e a diferenciação. As taxas de juro desceram, o comércio internacional cresceu exponencialmente e foram "chamados a jogo" milhões de pessoas em todo o mundo, famílias até agora à margem do progresso económico e dos standards de vida ocidentais.
Mas neste último ano a inflação iniciou um contra-ataque. O sobre-aquecimento de algumas economias, a diminuição do desemprego, uma natural acalmia nos processos de inovação tecnológica e muita especulação nos mercados das matérias-primas e na sociedade levaram a uma escalada geral de preços. A subida da inflação poderá estar apenas no seu início. Provavelmente chegamos a um ponto de viragem na tendência de abrandamento dos preços. Entre outros inconvenientes uma taxa de inflação elevada é preocupante porque mina a confiança, afectando o investimento e a actividade económica em geral. Prejudica quem tem rendimentos "fixos" como os pensionistas ou, numa outra óptica, os países e empresas pouco inovadores que são incapazes de cobrar preços premium ou de os actualizar.
A crise do subprime, a desaceleração registada nos EUA e em alguns países europeus, bem como as pressões governamentais têm "impedido" os bancos centrais de actuar preventivamente na luta contra a inflação. Provavelmente o preço a pagar será bastante alto. Por todos nós.
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