Os bancos centrais parecem finalmente ter mudado o discurso e talvez a sua actuação. Depois de uma primeira fase de reacção à crise do subprime, em que decidiram “ajudar” a economia baixando taxas de juro (FED e BoE) ou mantendo-as quando se justificava uma subida (BCE), as autoridades entraram num período de paralisia, indecisos entre políticas monetárias expansionistas ou restritivas.
Estavam assim divididos entre o crescimento e o combate à inflação.
O dilema parece ter começado a resolver-se quando os BC’s se aperceberam que estavam a perder ambos os combates. Os indicadores de actividade continuam a deteriorar-se e a inflação não pára de subir. Aliás a subida dos preços pode ainda estar longe do fim.
Parece haver alguma concertação entre os bancos centrais neste ataque à inflação. Trichet avisou que as taxas podem subir em Julho, o BoE já há semanas que disse que não voltava a cortar, o Banco do Canadá surpreendeu ontem ao manter os juros e também Ben Bernanke mudou recentemente o discurso.
No mercado cambial pode vir a jogar-se muito desta batalha contra a inflação. Se a preocupação central está nos preços e não o crescimento, torna-se muito “útil” ter uma moeda mais forte. Mas os câmbios traduzem valores relativos. Para uma moeda fortalecer outras têm que perder terreno. Para que o dólar suba, o euro tem que descer, o que não vai agradar ao BCE.
A concertação entre bancos centrais pode então ficar mais vulnerável já que nem todos os objectivos estão alinhados...
1 comentário:
Hum...então são vocês! Finalmente descobri-vos:) Bela iniciativa esta! Fico a aguardar as vossas incursões intelectuais e....outras:))
Bj, Sónia
PS: Cadê as fotos?
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