A propósito da actual proposta de revisão do Código do Trabalho partilho a minha perspectiva - alguém com alguma experiência de trabalho por conta de outrem, mas também por conta própria.
Embora na discussão de assuntos como este seja imprescindível vestir o papel de cada um dos intervenientes, é essencial, diria mesmo indispensável, ter uma visão mais “helicóptero” sobre o problema. Quando nos propomos a alterar o Código do Trabalho temos que estar abertos à mudança e não simplesmente a meras operações de maquilhagem pois corremos o risco de desperdiçar recursos e não obter resultados.
Esta proposta tem que ser encarada como uma oportunidade.
Temos que fazer o match entre o mundo exterior, que nos apresenta ameaças mas também muitas oportunidades, e o mundo interior, ou seja, as “competências” do nosso país e pessoas. Desenhar a melhor estratégia rumo ao sucesso.
Duas coisas parecem claras: atrair investimento nacional, mas essencialmente estrangeiro, deve constituir a prioridade máxima e nenhum gestor dispensa um colaborador com boa performance. E não se julgue que se tratam de palavras de circunstância ou a deixar para segundo plano a segurança e satisfação dos colaboradores. Muito pelo contrário.
Uma legislação laboral mais competitiva atrai mais capital estrangeiro, surgem mais projectos, mais postos de trabalho, mais resultados e mais satisfação para accionistas, colaboradores e economia do país. Resultando numa relação win-win-win.
A tão falada e essencial segurança dos trabalhadores aparecerá naturalmente, como um resultado do mérito e da flexibilidade na gestão de uma empresa, que em grande parte resulta de uma adequada legislação laboral e de um grande sentido de profissionalismo.
Devemos defender a sustentabilidade da segurança e não somente a segurança do dia de hoje.
O primeiro pressuposto deve ser: O mundo global é cada vez mais plano!
2 comentários:
É falso (pelo menos em Portugal) que nenhum gestor dispense um colaborador com boa performance.
Conheço de montes de casos de trabalhadores com boas performances e que foram despedidos apenas para o gestor os substituir por um mais barato e/ou por um capricho qualquer.
Luís Lavoura
Poderia jogar aqui com as palavras "gestor" e "patrão" mas demagogias nunca levaram a resultados sustentados.
A verdade que conheço e que têm partilhado comigo é que em casos de necessidade de diminuir os custos fixos com pessoal, só em último recurso é que se dispensam os melhores. Mas acredito no que me diz.
De qualquer forma o que quero trazer para a mesa é a perspectiva de que a segurança pela importância que tem deve ser pensada a longo prazo, o que acontecerá (e felizmente já acontece em muitos casos) se aparecer como uma consequência e não o contrário.
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