sexta-feira, 18 de abril de 2008

In Directas

O PSD evoluiu recentemente para eleições directas. Luis Filipe Menezes ganhou, para surpresa de alguns, e iniciou um mandato repleto de lutas internas, sem aparente proveito para o partido. Na realidade, as bases elegeram, mas a estrutura do partido continuou a controlar, não permitindo que o líder pudesse liderar. A questão é saber se as eleições directas são suficientes para as bases liderarem um partido.

10 comentários:

Monica Quinta disse...

Mais, será que nas eleições directas as bases se chegam à frente?! Fica o desafio de Menezes de volta ao pleno em Vila Nova de Gaia

MZM disse...

O PSD sempre foi um partido de altas figuras. Caso as bases consigam fazer reeleger LFM será um volte face tremendo num partido habituado a ter a sua base de sustentação nos chamados "barões". Desta vez não me parece plausível que haja espaços para surpresas até porque Socrates aparece pela primeira vez como derrotável.

Pedro Barbosa disse...

Confesso que não acredito que Sócrates seja derrotável. Pode é perder a maioria absoluta ou não.

paulo silva disse...

agora anda tudo a passear no estoril open.

sera que ja comecou a campanha?

Pedro Barbosa disse...

A questão que pretendi lançar não é tanto sobre o PSD, mas sobre o sistema de eleição de líderes partidários. Será que as bases podem efectivamente gerir um partido?

Ulf disse...

Penso que é mais uma variante sobre a questão dos sistemas eleitorais e qual é o mais eficiente. Por isso não vamos ter grandes conclusões - todos os sistemas têm aspectos positivos e negativos.

O problema que se coloca no PSD (ou noutro partido qualquer) é que há uma diferença colossal entre os militantes e os eleitores. O que os militantes (uns meros milhares) decidem acaba por impactar no país como um todo e, por outro lado, não será demasiadamente difícil influenciar o resultado de eleições
directas num partido.

Deste modo, não sendo um forte adepto de sistemas colegiais, entendo que podem ter vantagens quando está em causa o risco de manipulação do processo, mitigando-o.

Pedro Barbosa disse...

Mas a verdade é que não haverá militantes em massa enquanto não ficar provado que são as bases a controlar o partido efectivamente.

E parece que de facto as bass não podem controlar o partido, mesmo com directas. E se assim for, para quê as directas?

Pedro Sequeira disse...

As bases do PSD podem claramente eleger um líder do partido. As bases são parte do “português eleitor”, que elege um presidente, deputados, autarcas, etc, logo não vejo como voltar a um sistema menos democrático que o actual. Agora, é verdade que uma grande percentagem das bases é fraca, muito fraca até. Basta olhar os autarcas que temos, a gestão camarária exercida em muitas cidades, os presidentes de junta, é confrangedor. Mas o que as bases fazem hoje em dia é seguir um líder, como carneirinhos. Vão para onde vêem que está a dar. Estão-se borrifando se é o Menezes ou não. Logo que surja alguém onde a maioria das bases veja que os pode segurar mais tempo no poleiro, é para aí que vão. A política em Portugal precisa de levar uma volta, mas ainda estamos longe desse dia. Precisamos de um processo de mudança disruptivo no processo eleitoral, que permita uma alteração profunda na gestão do nosso país, liderado por alguém com qualidade, e obviamente colocado na liderança do partido e do país pelas bases.

Ti Coelho disse...

Pelo sistema partidário que conheço não creio que os líderes de um partido sejam escolhidos pelas "bases"(na ascenção pura da palavra) seja no PSD, PS, PP; PCP, BE, etc. O que se passou com o PSD e com Menezes foi uma tentativa de o fazer. Mas a verdade é que se no poder central do partido não houvesse uma facção que apoiasse Menezes (ou não apoiasse Marques Mendes) as directas nunca teriam sido possíveis.
Por outro lado às vezes interrogo-me sobre o que realmente é isso das bases. De facto com a eleição em Congresso o que temos são eleitores que são representantes das distritais e concelhias (eleitos especificamente para esse congresso). Ora esses representantes foram eleitos pelas supostas bases que mais não são que todos filiados em cada uma das concelhias. Em meu entender o trabalho (por parte do poder central) que é feito durante as directas junto desses filiados, no caso do congresso é feito antes da eleição dos participantes ao congresso. Assim não vejo grande diferença na influência do poder central num caso ou no outro.
Alguém se acredita que um filiado desconhecido ainda que apoiado por uma concelhia forte poderia chegar a líder de um partido? Eu não acredito.
Se alguém quiser ser líder de um partido tem que se introduzir no poder central e saber esperar a sua hora. Antes de avançar tem de reunir muitos apoios dentro do bloco central do partido, ganhar o reconhecimento dos notáveis e só depois preocupar-se em chegar às distritais e concelhias.
Já viram algum líder que nunca tenha pertencido ao concelho nacional de um partido?

Anónimo disse...

relativamente à questão do autor,eu acho que as bases desde que esclarecidas podem eleger um lider. O que "não vale" é "arrebanhar" militantes que muitas meses votam sem saber em quê e que a sua única participação na politica activa é colocar uma cruz onde lhes dizem ( muitas vezes a troco de promessas diversas).
O resultado são lideres eleitos mas que não têm sustentação.