Preocupam-me as notícias que dão conta da utilização do Fundo de Estabilização da Segurança Social para financiar o Estado, através da compra de dívida.
É aceitável que o FESS possa comprar dívida pública, embora o valor em carteira já seja acima de 55% do total. Porém, há dois problemas a ter em conta:
É aceitável que o FESS possa comprar dívida pública, embora o valor em carteira já seja acima de 55% do total. Porém, há dois problemas a ter em conta:
- Está em causa a independência dos gestores do fundo, que devem perseguir os objectivos do fundo de estabilização e não do Estado.
- Tão ou mais importante, ao misturar dinheiros e objectivos, corre-se o risco de numa futura intervenção externa o país ser obrigado a utilizar o dinheiro da segurança social para pagar dívidas ao estrangeiro, algo que seria penalizador para todos e arruinaria a estabilidade de um sistema que até agora tem estado equilibrado.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro
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