quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O rei vai nu!

Vaidosamente, ostentamos o traje da Europa há um quarto de século.
O precioso tecido foi sendo cerzido com estradas, estádios e rotundas; com escolas, hospitais e museus; com chips e programas mirabolantes. É certo que Portugal mudou radicalmente, recuperando parte do atraso: da liberalização da economia à mutação social, afirmando alguns dos méritos nacionais.
Porém, ainda que mais que mais perto, a Europa é hoje uma realidade cada vez mais remota. Falhámos no essencial: a conquista do nosso espaço diferenciado e a convergência real.
A factura chegou - estamos todos a pagá-la!
Luís Ferreira, Exertus - Consultores.
Publicado no jornal "METRO" em 30-Set-2010

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Hora de Agir

A participação dos cidadãos dentro dos partidos é crítica para alcançarmos as mudanças desejadas nestes, na política e no país. Os partidos são o espaço, por excelência, onde numa Democracia, os cidadãos têm o poder de intervir e votar para influenciar escolhas, lideranças, o rumo do país. Como Platão disse: "A penalização por não participares na política, é acabares por ser governado pelos teus inferiores." A iniciativa Adere, Vota e Intervém dentro de um Partido. Cidadania para a Mudança fala e deixa falar disto mesmo. Vale a pena espreitar.

Queixas & Atitudes

Passamos os dias em queixinhas. Queixas de que o Governo não governa ou não sabe governar, queixas dos impostos e da economia, queixas dos preços e dos salários, queixas do emprego e do patrão, do chefe e dos colegas, queixas da falta de educação dos filhos que nós próprios educamos, queixas do tempo e até queixas do azar, como se a sorte fosse um direito.
Hoje, chegou a ver de eu me queixar. Queixar-me de todos estes queixinhas, de todo este queixume. Chega, basta, párem. Já não há paciência para vos ouvir, para nos ouvir. Para mudar e melhorar não são precisas palavras, mas atitudes.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Uma Questão de Coragem

Nos próximos dias decorrerá um novo leilão de dívida pública, sendo que a probabilidade dessa operação ter sucesso é cada vez menor. Em caso de insucesso, tudo fica em causa! A começar pelos pagamentos à função pública.

Numa altura em que se discute o orçamento de 2011, é tempo de ver se este governo tem ou não a coragem para tomar as medidas necessárias. Se não a tiver, a intervenção do FMI será uma realidade, e aí as medidas serão dramáticas.

É tempo de pensar em Portugal e não em votos. Haja coragem!

Jorge Serra

Gestor

Publicada no Jornal Metro em 23/09/2010

Igreja On Demand

A geração prosuming já tinha dado à costa muitas soluções à medida dos consumidores, mas é a primeira vez que os aspectos teológicos chagam ao pico da globalização desta forma.
Nos Estados Unidos chegou a Igreja On-Demand, conceito em que cada pessoa pode criar a sua própria igreja de forma célere e económica. A ideia pode ser teologicamente escabrosa, mas tem algum sentido, dado que as igrejas assentam em diferentes religiões, que dependem apenas de crença e interpretação.
É evidente que o maior risco reside no abuso da fé alheia, sobretudo num tema de tão difícil regulação.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Persistir no Sucesso

Se a pequena inveja deixar ver, encontramos uma nota comum nos bons exemplos de sucesso: persistência.
Singrar na vida exige abnegação, inabalável (auto)disciplina e boa dose de ambição. A persistência é, pois, chave de sucesso. Depois - só muito depois - poderá vir a sorte ou um rasgo de génio - o poder do acaso.
Acredita-se pouco nisto. A frágil sociedade de consumo imediato escolhe sucessivamente os caminhos mais fáceis, mais breves e perigosos, escondendo dificuldades e esquecendo desafios. Hipotecamos o futuro, desde a base - a educação - até ao topo - o rumo do País.
Luís Ferreira, Exertus - Consultores
Publicado no jornal "METRO" no dia 23-Set-2010.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

"More Small Firms means More Jobs"



Na Harvard Business Review de Julho/Agosto fala-se da correlação entre crescimento económico regional e a presença de muitas empresas de pequena dimensão com carácter empreendedor.

As regiões dos EUA que nos últimos 33 anos incentivaram a criação de empresas desse tipo registaram, para além de maior crescimento económico, um número superior de postos de trabalho, criando emprego a uma taxa 9% mais alta.

Isto contraria a ideia de aposta na fixação de grandes empresas que geram muitos empregos no momento zero, mas que dificilmente alargam a base de trabalhadores. "More Small Firms Means More Jobs", implicando uma cultura de risco e empreendedorismo.

Desencorajar o empreendedorismo só interessa a uma perspectiva centralista e dirigida.

Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 21 de Setembro de 2010


sábado, 18 de setembro de 2010

Crédito mais caro e difícil



O objectivo fundamental de Basileia III é fortalecer o sistema financeiro, reduzindo a probabilidade de crises e falências no futuro. Os bancos são unânimes em reconhecer a pertinência das alterações, mas reconhecem que Basileia III reduzirá o montante disponível para emprestar. É de esperar maior dificuldade de acesso ao crédito e preços mais elevados, sobretudo às instituições mais pequenas, sem acesso directo ao mercado de capitais.

Os clientes aforradores terão, em princípio, razões para ficar satisfeitos com a reforma, porque o sistema ficará mais sólido. Porém, para os tomadores de fundos, é bem provável que as relações com os bancos se deteriorem, dado que o acesso e o preço do crédito lhes serão menos favoráveis.


Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 17 de Setembro de 2010

Cidadania digital

Portugal tem a sexta maior taxa de infecção de vírus do mundo virtual, segundo dados recentes da Microsoft. Por outro lado, encontra-se entre os países civilizados onde a taxa de aquisição de programas oficiais é mais baixa.
Nem mesmo os sites governamentais fogem a esta realidade, o que demonstra um paradoxo que interessa conhecer: Estamos na linha da frente na utilização das plataformas de última geração comunicacional, mas na Idade do Bronze da respectiva cidadania.
É verdade que o problema não é local e existem outros argumentos a considerar, mas é relevante tomas consciência destes factos.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A Rentrée do Desenvolvimento

A base do desenvolvimento Económico e Social de uma Sociedade é a Educação, e este mês inicia-se um novo Ano Lectivo. Este factor crítico de desenvolvimento tem sido objecto de alterações polémicas e de eficácia discutível. Os resultados da Educação surgem no longo prazo, de forma consistente, para o bem e para o mal; isto é, boas medidas terão impacto positivo e más medidas um impacto negativo no futuro do País e das Pessoas. Importa-nos que o Estado pense a Educação numa óptica de longo prazo. António Jorge Marketeer e Docente Universitário Publicado no Jornal Metro de 10Set10

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O Bom Comercial Vende

Um bom comercial é difícil de encontrar, alguém que se dedique à profissão com competência e vontade de evoluir nessa carreira. As vendas são vistas como o parente pobre de uma organização. É nitidamente mais “chique” ser-se marketeer ou financeiro m

as a verdade é que sem um forte departamento comercial todos os outros deixam de fazer sentido. Um comercial competente é um filão para uma empresa e deverá ser sempre estimado e estimulado.

Pedro Tuna, Metro, 8 de Setembro de 2010

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Abusar do voluntariado



Ponto prévio sobre os bombeiros voluntários: merecem todos os elogios e gratidão, bem como o apoio necessário em caso de fatalidade. Porém, a utilização por defeito do voluntariado no combate aos incêndios e outros acidentes permite ao Estado desresponsabilizar-se.

Empurra-se para o 'teatro de operações' quem não está, não pode e nem tem de estar devidamente equipado e preparado. Ou seja, a quase ausência do Estado atira voluntários para o risco.

Em geral, o voluntariado deve cuidar de causas emergentes, nichos ou as que, por algum motivo, não conseguem ser abordadas pelo Estado ou pelo mercado.

Os bombeiros são heróis mas não deviam TER de ser.

Filipe Garcia

Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 7 de Setembro de 2010


sexta-feira, 3 de setembro de 2010

WWW.CRISE?

WWW.CRISE? Manuel Névoa Associação Portuguesa de Management Depois da crise económica que rebentou há cerca de dois anos, eminentes opinion makers alertaram para os riscos de uma evolução em W – breve recuperação seguida de novo afundanço. Os problemas vão circulando de bloco para bloco e mesmo a China, apesar de já se ter assumido como a 2ª maior economia mundial, também sente algumas dificuldades. Temos que nos habituar a esta nova realidade – tal como a internet ajudou a consolidar a globalização, também a economia mundial passou a viver num estado recorrente – uma crise www.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A arte da guerra à portuguesa



"A Arte da Guerra", de Sun Tzu, foi uma das leituras de Verão. É um livrinho essencial para as várias dimensões da nossa vida. Dos vários "ensinamentos" destacaria: é melhor vencer sem combater, é crucial que as guerras tenham desfechos rápidos, não se deve encurralar o inimigo e o desfecho da guerra é normalmente fácil de prever.

Maus exemplos há em todo o lado. À vista de todos está o processo Carlos Queiroz, um case-study de má gestão.
A FPF, Queiroz, ADoP e Governo resolveram, impoderadamente, iniciar uma guerra, que vai ser demorada. Queiroz está encurralado e o desfecho está fácil de prever: todos vão perder.

Sun Tzu continua a perceber muito do assunto, com 2400 anos de avanço.


Filipe Garcia

Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Publicado no jornal Metro em 2 de Setembro de 2010


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Rentrée

Acabou a Silly Season, ou assim dizem.
Efeitos da crise ou talvez não, facto é que este ano mais portugueses passaram as férias cá dentro. Não são (só) estatísticas, são certezas de quem viu metade dos amigos trocar a Tunísia, o Recife e outras maravilhas do mundo pelo Alentejo, Algarve ou Vidago.
Não se pense contudo que tal obedece a campanhas de captação por “interesses nacionais”. O turismo está a crescer porque esta economicamente mais interessante, entre as novas gamas de preço e a qualidade da oferta. E é neste caminho que se afirmará como o principal activo de Portugal no futuro.