sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Jovens alienados (*)

O maior problema que o mundo desenvolvido atravessa nos dias de hoje é o aumento do desemprego, que continua a crescer. Na Europa e nos Estados Unidos, a taxa de desemprego ronda os 10%, porém, essa média esconde um fenómeno cada vez mais inquietante: o desemprego entre os jovens. Em Espanha, na camada etária compreendida entre os 16 e os 24 anos de idade, cerca de 43% dos jovens estão desempregados! Na Irlanda, no mesmo universo de idades, 27% não tem emprego. Na Grécia, a leitura é sensivelmente idêntica: 25% dos jovens estão sem nada para fazer. E em Portugal, o drama é semelhante. Além disso, se à idade, juntarmos outros elementos como a raça, minorias religiosas e afins conseguem-se detectar divergências ainda maiores. É o caso dos jovens negros na América, entre os quais o desemprego é superior aos 50%! O problema é especialmente delicado, na medida em que, também, é neste mundo ocidental que se concentram os principais desequilíbrios demográficos: demasiados idosos, relativamente poucos jovens e pesadas estruturas de Segurança Social para financiar. Assim, a alienação dos jovens e, em especial, os reduzidos incentivos à sua integração no mercado de emprego constituem erros estratégicos muito graves. A alternativa está na frugalidade do Estado: menos despesa. E, de seguida, menos impostos: reduzir IRS, IRC e Contribuições Sociais. Mais emprego, maiores oportunidades. (*) Publicado no jornal Metro a 8/01/2010

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