Percebe-se que as pessoas estejam confusas. Em metade do tempo ouvem dizer que o Estado deve gastar dinheiro para reanimar a economia. Mas, logo a seguir, surgem os avisos acerca da necessidade de cortar despesa, porque a situação do país é insustentável e que há riscos de insolvência. Então, em que ficamos?
A lógica do investimento público como motor de crescimento, proposta por Keynes e formalizada por Hicks, é relativamente intuitiva: o governo gasta, esse dinheiro vai parar aos bolsos das famílias e das empresas, que por sua vez também gastam, gerando produção e consumo. É um fenómeno em cadeia, denominado de efeito multiplicador. Entre outros factores, a eficácia da despesa pública dependerá da disposição dos consumidores em gastar o dinheiro que recebem e do grau de abertura da economia. E é nestes pontos que reside o problema.
Actualmente a confiança é baixa e, por isso, a propensão para consumir é reduzida. Por outro lado, a economia portuguesa é muito aberta e, em períodos de maior rendimento disponível, as famílias e empresas tendem a adquirir bens importados. E o mesmo acontece com muitos dos investimentos públicos em infraestruturas, que recorrem a matérias primas e tecnologia de outros países. Tal facto, além de degradar a balança comercial do país, tem um efeito perverso relativamente aos objectivos imediatos dos gastos públicos em tempos de crise: é que se o dinheiro é aplicado em bens importados, sai do país e vai estimular outras economias que não a portuguesa. Ainda para mais, à nossa custa.
Ou seja, o dinheiro sai do país, mas a dívida pública fica por cá... e a crescer.!
A lógica do investimento público como motor de crescimento, proposta por Keynes e formalizada por Hicks, é relativamente intuitiva: o governo gasta, esse dinheiro vai parar aos bolsos das famílias e das empresas, que por sua vez também gastam, gerando produção e consumo. É um fenómeno em cadeia, denominado de efeito multiplicador. Entre outros factores, a eficácia da despesa pública dependerá da disposição dos consumidores em gastar o dinheiro que recebem e do grau de abertura da economia. E é nestes pontos que reside o problema.
Actualmente a confiança é baixa e, por isso, a propensão para consumir é reduzida. Por outro lado, a economia portuguesa é muito aberta e, em períodos de maior rendimento disponível, as famílias e empresas tendem a adquirir bens importados. E o mesmo acontece com muitos dos investimentos públicos em infraestruturas, que recorrem a matérias primas e tecnologia de outros países. Tal facto, além de degradar a balança comercial do país, tem um efeito perverso relativamente aos objectivos imediatos dos gastos públicos em tempos de crise: é que se o dinheiro é aplicado em bens importados, sai do país e vai estimular outras economias que não a portuguesa. Ainda para mais, à nossa custa.
Ou seja, o dinheiro sai do país, mas a dívida pública fica por cá... e a crescer.!
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
Artigo publicado no jornal Metro em 25 de Novembro de 2009
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