A ideia de repensar os fundamentos da Economia de Mercado (lucro, livre iniciativa e gestão dos recursos escassos), surgiu quando vi o filme “HOME” e reforçou-se com a leitura da última Encíclica Papal. Nestes documentos é demonstrado que a dinâmica socioeconómica está a ameaçar a Vida na Terra e não está a contribuir para o Desenvolvimento Integral do Homem.
As evidências de incapacidade do sistema são inegáveis: a má gestão da área financeira e a ausência de regulação e de controlo do Estado empurraram o Mundo para uma profunda crise económica; a dinâmica dos agentes económicos está a ameaçar a Vida no Planeta e as assimetrias entre ricos e pobres não se têm reduzido. Em suma, a actividade económica do Homem, face à sua idiossincrasia, não pode ser deixada em auto-regulação.
Eis algumas ideias que procuram, de forma sistémica, contribuir para a discussão.
A Economia deve incorporar na sua equação, o bem escasso que é a qualidade ambiental e tem de repensar o papel do Estado, Organizações Supra Nacionais e Empresas. O Estado/Organizações devem considerar que a sua grande ameaça é a agressão aos seus activos naturais e não qualquer potencial beligerante; devem ainda utilizar as suas funções reguladoras e de controlo para evitar que a vontade individual colida com o bem comum. As Empresas não podem pensar apenas no lucro e têm de, voluntária ou coercivamente, incorporar o bem comum como restrição às suas decisões; ou seja, desenvolver objectivos multidimensionais para satisfazer todos os stakeholders.
António Jorge
Consultor em Estratégia, Marketing e Vendas
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